GRITOS DE ALERTA .
SEU BLOG SEM CONTRA INDICAÇÕES .PARTE INTEGRANTE DO JORNAL DIGITAL DE JAGUARIÚNA E JORNAL DIGITAL DO BRASIL E JORNAL DIGITAL REGIONAL.
Depois de anunciar sua conversão e abandonar sua trajetória no carnaval, Ângela Bismarchi foi batizada neste domingo (29) no município de Rio Bonito, no Rio de Janeiro.A cerimônia aconteceu em um rio, em Tanguá. A modelo desceu às águas ao lado de seu marido, o cirurgião plástico Wagner de Moraes, que também se batizou.
"As características do local são muitíssimo parecidas com o local em que Jesus foi batizado por João Batista, lá em Israel, na Galiléia, perto do Mar de Tiberíades (ou mar da Galileia ou Kinereth), na saída do Rio Jordão deste mar. Por isso e por tudo que esse sacramento nos inspira, na aproximação com Deus”, descreveu Ângela.
“Foi um momento superespecial que não contém explicação, que não seja aquelas contidas no interior das lágrimas que derramei. Momento único", acrescentou.
Depois de anos se dedicando ao carnaval e às plásticas, Ângela passou a frequentar os cultos ministrados por um pastor em Niterói. Ali, ela conta que foi tocada por Jesus. “Fazemos parte de uma célula que estuda os ensinamentos de Jesus duas vezes por semana e leio a Bíblia todos os dias durante três horas”, disse a modelo.
Sobre a decisão de ser batizada, ela explica: "Quando bebê, fui batizada por aspersão na Igreja Católica, por iniciativa dos meus pais e, lógico, das quais lembranças não as tenho. Mas agora, por iniciativa do meu coração, nossa! É fantástico sentir o Espírito Santo habitar em você. Quando emergi no fundo do rio, parecia que eu estava entrando num sonho, e quando voltei... Voltei à realidade, só que agora mais purificada".
Ex-presidente americano Barack Obama critica discriminação religiosa nos EUA após decreto de Trump
Apesar de decisões judiciais contrárias e uma onda de protestos, o governo de Donald Trump não deu sinais de recuo quanto ao veto à entrada de cidadãos de sete países nos Estados Unidos.
O presidente americano disse que vistos voltarão a ser emitidos para estas pessoas quando "políticas de segurança mais seguras" estiverem implementadas dentro de 90 dias e negou se tratar de uma ação contra muçulmanos.
"Isso não é um questão de religião. É uma questão sobre terror e manter nosso país seguro. Há mais 40 países de maioria muçulmana que não foram afetados por esta ordem", disse ele em um comunicado no Facebook.
Segundo Trump, o período de 90 dias dará às agências governamentais tempo para desenvolver um sistema de controle mais duro e garantir que vistos não sejam concedidos a indivíduos que representem uma ameaça à segurança nacional.
A ordem executiva foi amplamente criticada. Procuradores-gerais de 16 Estados disseram que ela é inconstitucional, e diversos juízes emitiram decisões que suspendem temporariamente a deportação de cidadãos dos países alvo da medida que tenham visto americano.
A ordem assinada por Trump na última sexta-feira interrompeu por 120 dias o programa de acolhimento de refugiados, com um veto sem prazo definido a sírios nesta situação, e uma suspensão à admissão de cidadãos de sete países de população majoritariamente muçulmana - Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.
A ordem executiva de Trump não se aplica a algumas categorias de visto, como o diplomático.
Quem já estava em voos a caminho dos Estados Unidos foi barrado ao chegar, mesmo estando com vistos válidos e outras permissões de imigração. Não se sabe quantas pessoas foram impedidas de embarcar rumo ao país em aeroportos ao redor do mundo.
Trump defendeu a política dizendo ser similar à de seu antecessor, Barack Obama, implementada em 2011, "quando foi probida a concessão de visto a refugiados iraquianos por seis meses".
"Os sete países da ordem executiva são os mesmos previamente identificados pelo governo de Obama como fontes de terror", destacou.
Trump disse ainda que os Estados Unidos são "uma nação que se orgulha de imigrantes". "Para ser claro, essa não é uma proibição a muçulmanos, como os meios de comunicação estão anunciando falsamente."
O presidente americano também disse que "seguirá sendo demonstrada compaixão pelas pessoas envolvidas na horrível crise humanitária na Síria e que fogem da opressão". "Mas faremos isso ao mesmo tempo em que protegemos nossos cidadãos e fronteiras."
Milhares de pessoas protestaram em diversos Estados americanos no sábado contra a medida, e advogados ofereceram gratuitamente seus serviços para liberar quem foi afetado. No domingo, novos protestos ocorreram em frente à Casa Branca, em Washington, e na Trump Tower, em Nova York.
No mesmo dia, Trump voltou a defender a medida no Twitter. "Nosso país precisa de fronteiras fortes, checagens severas. AGORA. Vejam o que está acontecendo em toda a Europa e, na verdade, no mundo - uma desordem horrível!", afirmou.
"Um grande número de cristãos têm sido executados no Oriente Médio. Não podemos permitir que esse horror continue!"
Um máximo de 50 mil refugiados serão aceitos no país este ano, uma redução no limite de 110 mil determinado pelo ex-presidente Barack Obama.
Será dada prioridade a minorias religiosas que sofrem perseguição em seus países, mas há dúvidas sobre a aplicação prática dessa determinação. Em uma entrevista na sexta-feira, Trump havia citado como exemplo os cristãos da Síria.
Também foi suspenso o programa que permite que funcionários de consulados isentem algumas pessoas da necessidade de fazer entrevista pessoal no pedido de visto, no caso de estarem solicitando a renovação da autorização antes de um ano da data expiração (o chamado Visa Interview Waiver Program).
Exceções podem ser feitas, após análise caso a caso. Especialistas disseram que viajantes devem estar preparados para um maior tempo de espera para a concessão de vistos.
Críticas
Grupos de defesa de direitos humanos afirmaram que o veto mira apenas muçulmanos por causa da crença deles e que isso é passível de ações legais. Eles lembraram ainda que até agora nenhum refugiado foi condenado por crimes ligados a terrorismo.
Também afirmaram que a maior parte dos ataques contra os EUA foram feitos por cidadãos americanos ou cidadãos de países que não incluídos no veto e citaram como exemplo o atentado à casa noturna Pulse, em Orlando, em junho de 2016, realizado por um americano descendente de afegãos.
Ainda foi bastante criticada a menção de Trump ao ataque de 11 de Setembro, visto que nenhum dos 19 envolvidos veio dos países vetados. Eles eram da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Líbano.
Obama critica discriminação religiosa nos EUA após decreto de Trump
O ex-presidente americano Barack Obama disse nesta segunda-feira, 30, que discorda frontalmente da discriminação com foco na religião de outras pessoas.
Sem mencionar diretamente o decreto de seu sucessor, Donald Trump, que proíbe a entrada de muçulmanos sírios e de outros seis países nos Estados Unidos, o democrata disse que o presidente está emocionado com a mobilização no país contra a proposta.
“Os valores dos Estados Unidos estão em risco”, disse o porta-voz do ex-presidente, Kevin Lewis. “Os cidadãos estão exercendo seu direito constitucional de reunião para fazer suas vozes serem ouvidas.”
Desde que deixou a presidência no dia 20, Obama está de férias na Califórnia. Nos últimos dias na Casa Branca, ele disse que deixaria espaço para Trump governar, mas se posicionaria no caso de violações de valores democráticos básicos.
É incomum nos Estados Unidos que ex-presidentes se pronunciem sobre assuntos de política de seus sucessores.
Duas jovens ligadas a Junta de Missões Nacionais faleceram na manhã desta segunda-feira, 30, na BR – 381, em Nova União, Região Metropolitana (Minas Gerais). Sete membros da igrejas Batistas de Itabira também ficaram feridos. De acordo com informações da Junta de Missões, o acidente aconteceu no km 408 da rodovia, por onde o grupo de 13 irmãos voltava de uma viagem missionária para as cidades de Lassance e Corinto, no Norte de Minas Gerais. A van bateu de frente com uma carreta carregada com granito. Os irmãos eram da Igreja Batista Central e da PIB de Itabira. “Lamentamos profundamente as mortes das irmãs Cristina Aparecida Costa, de 30 anos, e Ana Luíza Figueiredo, 16, que faziam parte do Conselho Missionário da IB Central de Itabira. Cristina já estava aprovada e seguiria para ser uma missionária do Projeto Radical Amazônia em fevereiro e Ana Luíza tinha um chamado para participar projeto Radical Sertanejo”, segundo nota da Junta de Missões.
"Sabemos que estas irmãs vocacionadas serviram e deram o melhor para o Senhor Jesus e aprouve a Deus recolhe-las para os Seus braços. Oramos pelo conforto e consolo do Senhor para os irmãos e familiares e também para que Deus levante outros jovens para substituí-las no cumprimento da missão.", diz a nota.
Entre os feridos está a irmã Graziane Borges e sua filha de 8 anos, Andressa Borges. Graziane é MMV – Missionária Mobilizadora Voluntária de Missões Nacionais. Além do motorista, contratado pelo grupo, outros cinco irmãos tiveram ferimentos leves e não correm risco de morte.
Uma menina de 12 anos morreu na noite de sexta-feira (28) baleada na bairro Embauzinho, em Cachoeira Paulista, após deixar uma igreja, por volta de 22h.
De acordo com a Polícia Militar, Maria Fernanda Cândido estava no banco de trás do carro, que era conduzido pela mãe dela. No veículo estavam também uma criança de quatro anos, irmão da vítima, e uma amiga da família. Os quatro participaram de um culto em uma igreja e deixavam o local para voltar para casa.
Maria Fernanda Cândido morreu baleada por assaltante em Cachoeira (Foto: Arquivo Pessoal)
Josiane dos Santos estava no carro e conta que eles foram surpreendidos quando passavam na frente de uma lanchonete que havia sido roubada momentos antes. "Mas nós não percebemos", disse.
Segundo ela, os supostos assaltantes não pediram para que o carro parasse e os ocupantes não entenderam o que estava acontecendo. "Quando ouvi o barulho, achei que era uma pedra que haviam jogado no carro", contou.
Segundo a Polícia Civil, o objetivo dos homens era roubar o carro para fugir. Como a mãe não parou o veículo, um deles atirou. O tiro acertou a menina, que chegou a ser levada para a Santa Casa de Cruzeiro, mas não resistiu. As outras três pessoas que estavam no carro não ficaram feridas.
Inicialmente, a PM informou que os três homens envolvidos na ação teriam assaltado três comércios no bairro antes de atirar no carro - dois dos assaltantes estariam armados. Contudo, a Polícia Civil acredita que eles roubaram a lanchonete. Ainda assim, o comércio não registrou boletim de ocorrência sobre a ação.
Os três assaltantes fugiram. Até o momento, ninguém foi preso. A polícia vai investigar.
Criança estava no banco traseiro do carro da famíla (Foto: Divulgação/Mix Vale)http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2017/01/menina-de-12-anos-morre-baleada-em-cachoeira-paulista-apos-sair-de-igreja.html
A guerra de facções na maior penitenciária do Rio Grande do Norte, em Alcaçuz, vai completar duas semanas e segue deixando marcas de terror, lado a incapacidade do poder público de controlar o presídio, onde presos circulam livremente. Como resultado, na chacina que teve no último dia 14, entre os 26 mortos estavam presos evangélicos que não eram membros de nenhuma facção, mas foram assassinados enquanto estavam ajoelhados e com a bíblia na mão, pedindo a Deus salvação.
As informações foram apuradas pelo portal UOL, que colheu depoimento de familiares de alguns detentos, bem como do membro de uma das facções em regime semiaberto, conhecida como “Sindicado RN”, rival do “Primeiro Comando da Capital”, ou PCC. Segundo a investigação, a motivação para a rebelião é por disputa territorial, afiliação de membros para as “gangues”, aumento de renda e, consequentemente, de força.
Para fazer parte de uma facção, o membro ou, “afiliado”, paga uma mensalidade (!), de onde o bando criminoso obtém parte da sua renda, enquanto o membro recebe a proteção do grupo, além de poder integrar outras ações criminosas. Dessa forma, as facções lutam para obter o maior número de membros, sendo os presídios o principal meio de recrutamento dos novos “afiliados”. Quanto maior o presídio, maior é a chance de novas afiliações. Alcaçuz, por exemplo, é o maior do Estado, o que explica a guerra no local.
Cada facção pretende obter o domínio do lugar, por isso exigem do Governo a transferência dos rivais, para que possam fazer recrutamento de novos membros sem precisar enfrentar a concorrência. Foi o que aconteceu, por exemplo, na transferência ocorrida no dia 18, quando 220 presos do “Sindicato do RN” foram levados para outras cadeias. Foi devido a essa decisão que o “Sindicato” ordenou uma série de ataques na capital, insatisfeitos com a medida que, na prática, enfraqueceu a facção dentro de Alcaçuz.
Os presos evangélicos morreram primeiro
Ainda segundo o UOL, no dia 14, quando cerca de 500 presos da facção PCC saíram do pavilhão 5 para invadir o pavilhão 4, encontraram um grupo de 150 detentos, entre eles os que chamam de “massa”, ou seja; presos que não pertencem a nenhuma facção, mesmo assim 26 (confirmados) foram atacados e mortos pelo PCC.
Segundo os relatos colhidos pela reportagem, um pequeno grupo de presos optou não fugir do local, eram os presos evangélicos. Invés disso, eles se ajoelharam com bíblias na mão, pedindo salvação. Mesmo assim foram assassinados, mas não tiveram seus corpos arranhados nem suas cabeças decapitadas, por serem considerados “neutros”. Eles foram os primeiros a morrer.
Recentemente publicamos aqui uma matéria relatando que na última sexta feira (20) a rebelião foi interrompida por um culto evangélico. Divulgamos que provavelmente essa ação é fruto do trabalho evangelístico realizado pela Igreja Verbo da Vida, comandada pelo Pastor Raul Moreira, que já havia feito o batismo de 57 detentos em 2013. Sem dúvida esse é um caso que nos faz lembrar a importância de anunciar, como está escrito:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,” (Atos 3:19)
A partir de abril, as administradoras de cartão de crédito não poderão mais financiar o saldo devedor dos clientes por meio do crédito rotativo por mais de um mês. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou hoje (26) o prazo máximo para o consumidor ficar no sistema rotativo.
Até agora, o consumidor que não paga a totalidade da fatura entra no crédito rotativo, que corrige o saldo devedor com juros altos, até conseguir zerar a dívida. Com a resolução do CMN, o crédito rotativo vigorará apenas até o vencimento da fatura seguinte. A partir daí, o saldo devedor deverá ser parcelado em linha de crédito a ser oferecida pela instituição financeira com juros mais baixos.
De acordo com o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, a medida permitirá que as administradoras possam cobrar juros menores para o cartão de crédito. Isso porque o crédito parcelado dá mais previsibilidade para as instituições financeiras e reduz o risco de inadimplência.
“As condições do crédito parcelado são definidas pelas instituições financeiras dentro do perfil de risco dos clientes. Hoje, uma vez em que o cliente entra no rotativo, não sabe quando vai pagar o saldo devedor. Isso cria uma incerteza que não existe no crédito parcelado, que permite às instituições adotarem um fluxo de caixa esperado das parcelas que vão entrar, dando maior previsibilidade e resultado em juros menores”, declarou.
Segundo o diretor do BC, enquanto o crédito rotativo registra inadimplência de 37% para pessoas físicas e de 59% para empresas, o crédito parcelado tem inadimplência bem menor: 1,1% para pessoas físicas e 2,3% para empresas. Dos R$ 700 bilhões movimentados anualmente pela indústria de cartão de crédito no Brasil, explicou Damaso, R$ 37 bilhões estão no crédito rotativo.
A limitação para o uso do crédito rotativo havia sido anunciada em dezembro pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como parte das medidas de reformas microeconômicas. Na ocasião, o ministro tinha anunciado a intenção do governo de reduzir, de 30 para 2 dias, o prazo de pagamento das administradoras de cartão aos lojistas. A medida, segundo as administradoras, prejudicaria as pequenas empresas de cartões e favoreceria os grandes bancos.A medida vale para todos os tipos de cartão, exceto para os cartões de crédito consignado. Por envolver desconto nos salários dos clientes, o crédito consignado, explicou o diretor do BC, envolve riscos menores de inadimplência.
Na reunião de hoje, o CMN não apresentou decisão sobre o prazo de pagamento aos lojistas. O diretor do Banco Central não quis comentar se a autoridade monetária poderá editar alguma resolução sobre o tema na próxima reunião ordinária do Conselho Monetário, no fim de fevereiro.
Banco do Brasil
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, também se manifestou favoravelmente à decisão do CMN.
"Não tenho dúvidas de que essa é uma contribuição efetiva do sistema financeiro para ajudar o país a ingressar em um ciclo de crescimento. O BB não só apoia essas medidas, como anunciou uma redução de até quatro pontos percentuais na taxa praticada no rotativo, o maior corte do mercado."
Para Caffarelli, o diálogo entre o sistema financeiro e o governo federal "é o caminho mais adequado para estimular o crescimento do crédito no país, com responsabilidade".
O Uruguaio Francisco Balkanyi, de 88 anos, dos quais 50 vividos em São Paulo, leva no corpo a marca de uma maiores tragédias da humanidade.Em seu antebraço esquerdo, estão gravados os dígitos 186550, a identificação que lhe fora designada pelos nazistas.
O tempo apagou parte da tatuagem, mas os horrores do Holocausto - o genocídio de 6 milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial pela Alemanha nazista - permanecem vivos na memória de Balkanyi."Éramos apenas um número. Tive de comer cascas de batata do lixo e me cobrir com cadáveres para não morrer", conta ele por telefone à BBC Brasil.
Balkanyi é um dos poucos sobreviventes ainda vivos do massacre. Nesta sexta-feira, comemora-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, solenidade instituída pela ONU em 2005.
Em um misto de português e espanhol, ele relembra as privações e torturas pelas quais passou com uma memória invejável, apesar da idade avançada.
Filho único de judeus húngaros, Balkanyi nasceu no Uruguai em 3 de outubro de 1928, mas se mudou para a Europa com os pais, quando tinha apenas um ano.
"Meus avós paternos estavam com saudades do meu pai e insistiam que ele voltasse para a Europa", diz.
De volta ao Velho Continente, os Bakanyis se instalaram em Cakovec, uma cidade da antiga Iugoslávia, hoje Croácia. Ali montaram uma livraria e uma gráfica - e o negócio logo prosperou.
Prisão
Mas a ascensão de regimes totalitários na Europa começou a preocupar a família, que tentou revalidar a nacionalidade uruguaia, sem êxito - foram impedidos pela ditadura de Gabriel Terra (1931-1938), que então comandava o Uruguai.
Em 1940, a Hungria se aliou ao Eixo e, em menos de um ano, invadiu o norte da Iuguslóvia com o respaldo dos alemães. Os bens dos Balkanyis acabaram confiscados, conta ele.
A perseguição aumentou gradativamente e, em 1944, com a Hungria dominada por completo pelas forças nazistas, o destino dos Balkanyis foi fatalmente selado.
"Fomos feitos prisioneiros e colocados em trens rumo aos campos de concentração", recorda ele.
A família acabou separada: pai e filho foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, enquanto que a mãe foi mantida em outro, em uma cidade próxima.
"Só soubemos do paradeiro de minha mãe e que ela estava viva quando recebemos uma correspondência dela", conta ele.
"Ela havia conseguido subornar um guarda nazista dando-lhe as roupas de judeus que haviam sido enviados às câmaras de gás", acrescenta.
As câmaras de gás, aliás, foram o trágico destino de seus avós maternos. O vigor físico de Balkanyi, então com 15 anos, lhe poupou do extermínio.
Mas embora sua saúde o tenha inicialmente salvado da morte, os cerca de 11 meses em que ficou preso em campos de concentração - inicialmente em Auschwitz, na Polônia, e posteriormente em Buchenwald, na Alemanha, cobraram seu preço.
Inicialmente forçado pelos alemães a trabalhar na construção de uma fábrica de produtos químicos, chegou a carregar sacos de cimento de até 50 quilos. Até hoje, por causa disso, sua mobilidade é reduzida.
"Não tinha o que comer. À noite, quando os guardas nazistas iam dormir, eu e outros companheiros íamos roubar as cascas de batata jogadas no lixo. Era delas que nos alimentávamos", recorda.
Libertação
Em 1945, com o avanço dos soviéticos e o prenúncio do fim da guerra, os nazistas começaram a deixar as áreas ocupadas no leste europeu e retornar à Alemanha. Levaram consigo os prisioneiros, no que ficou conhecido como a "Marcha da Morte" - muitos deles não resistiram às jornadas quilômétricas feitas a pé em meio ao inverno intenso, debaixo de temperaturas negativas.
Enquanto seu pai permaneceu em Auschwitz, por causa da saúde debilitada ("Eles diziam que iam matá-lo"), Balkanyi foi colocado em um trem de transporte de carvão com destino ao campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha.
Os vagões eram abertos e, sem proteção, teve de desafiar a morte mais uma vez.
"Tive de me cobrir com cadáveres de outros prisioneiros para aguentar o frio. Das 200 pessoas que estavam a bordo, acho que só 20 sobreviveram", estima.
Em 11 de abril de 1945, Balkanyi foi finalmente libertado pelos americanos.
"Durante o tempo em que estive preso, passei de 80 para 42 quilos. Era só pele e osso. Se os americanos tivessem demorado mais 15 dias, teria morrido", diz.
Livre, ele voltou a Cakovec, onde, miraculosamente, reencontrou o pai e a mãe - a família, uma das poucas a ter sobrevivido ao Holocausto, havia combinado de voltar à cidade se escapasse com vida do genocídio.
Sem dinheiro e com a Europa devastada pelo conflito, os três conseguiram voltar ao Uruguai em 1948 com a ajuda de um parente.
Em Montevidéu, Balkanyi conheceria a futura mulher, Rita, com quem teve três filhos. Ali dedicou-se ao comércio e teve duas fábricas de roupas.
Mudança para o Brasil
Tudo corria bem, quando em meados dos anos 60, decidiu se mudar com toda a família para o Brasil, preocupado com o totalitarismo que avançava no Uruguai.
"Tinha um amigo que morava aqui (São Paulo) e me convidou para vir. Não queria passar novamente pelo que passei", recorda.
Hoje com seis netos e quatro bisnetos, Balkanyi diz estar preocupado com a ascensão do neonazismo no Brasil.
Uma reportagem recente da BBC Brasil mostrou que a polícia civil vem detectando uma maior movimentação de grupos de caráter neonazista em São Paulo nos últimos meses.
Segundo especialistas e policiais, entre as possíveis causas para essa tendência estão o cenário político no Brasil, o fortalecimento de partidos conservadores e de extrema-direita no exterior e a situação de desemprego e instabilidade econômica.
"Tenho 88 anos e não vou viver para sempre. Por isso, é muito importante continuarmos a contar essa história para que o mundo nunca se esqueça do que aconteceu", diz Balkanyi, que tem material suficiente, entre memórias e anotações, para escrever "um ou dois livros, mas me falta a habilidade dos grandes escritores".
Ato solene
Por ocasião do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, entidades judaicas vão promover um ato solene em São Paulo no domingo.
A cerimônia, cujo tema será o "Holocausto e Intolerância no Mundo", vai homenagear os 6 milhões de judeus mortos, com o acendimento de seis velas por sobreviventes do Holocausto, representantes de outras comunidades, vítimas do nazismo e de perseguições, autoridades políticas, religiosas, institucionais e jovens.
No mesmo dia, será inaugurada a exposição fotográfica "Lembrar e Honrar", sobre as crianças no Holocausto. A mostra ficará em cartaz na Sinagoga da Congregação Israelita Paulista (CIP), em São Paulo, até 26 de fevereiro.
Colaborou Flavia Nogueira, da BBC Brasil em São Paulo
FONTE E CRÉDITO . https://noticias.terra.com.br/brasil/comi-cascas-de-batata-do-lixo-e-me-cobri-com-cadaveres-para-nao-morrer-diz-sobrevivente-do-holocausto,fd02db3dcc100d77ebcfa5bde0dbc2f8x2scokmn.html