Paulo Roberto de Caldas Osório, de 45 anos, sequestrou e assassinou o menino Bernardo, no ano passado.
A
Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe)
informou que Paulo Roberto de Caldas Osório, de 45 anos, foi encontrado
morto na cela onde estava detido na Penitenciária do Distrito Federal I
(PDF I), no Complexo da Papuda.
Ele
estava preso desde dezembro do ano passado, após confessar o
assassinato do próprio filho, Bernardo Osório, de 1 ano e 11 meses, por
desavenças com a mãe da criança. Em 1992, ele também matou a própria mãe
a facadas e, à época, foi diagnosticado com esquizofrenia (relembre abaixo).
Segundo
a Sesipe, o corpo do homem foi encontrado por volta das 17h15 de sábado
(11), durante uma inspeção. A subsecretaria afirma que ele foi
localizado no chão da cela, com sinais de enforcamento.
“A
sirene foi acionada e um policial penal deu entrada no local para
iniciar procedimentos de reanimação, mas sem sucesso. O Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, e quando chegou
comprovou o óbito.”
O
caso está sendo investigado pela 30ª Delegacia de Polícia, em São
Sebastião. De acordo com a Sesipe, será instaurado um procedimento
administrativo para verificar as circunstâncias do ocorrido.
“Cabe
destacar que toda morte dentro do sistema gera ocorrência policial, o
corpo é encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia e é
instaurado procedimento administrativo”, diz a pasta.
Caso Bernardo
O
crime ocorreu em 29 de novembro do ano passado. Segundo as
investigações, o pai buscou o menino Bernardo em uma creche, na Asa Sul,
e desapareceu. No mesmo dia, Paulo enviou mensagens de texto e de áudio
para a mãe do menino, Tatiana Silva. As gravações revelam que ele tinha
desavenças com ela e com a avó da criança.
Em
depoimento aos policiais, o homem disse que dopou o menino com um
remédio controlado. O garoto teria morrido por conta dos medicamentos e
o pai jogou o corpo dele no meio de uma estrada, na Bahia.
Paulo
Roberto foi preso em 2 de dezembro e confessou o crime. O Ministério
Público do DF o denunciou por homicídio triplamente qualificado.
Após
a prisão, a defesa do suspeito pediu para que ele fosse transferido
para a Ala de Tratamento Psiquiátrico do Complexo Penitenciário da
Papuda. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça com base em
um laudo do Instituto Médico Legal que atestou que ele não tinha
problemas psiquiátricos.
Em
fevereiro, a Justiça determinou a realização de um novo exame, a pedido
da defesa de Paulo Roberto. Segundo os advogados, o servidor do
Metrô-DF não tinha condições de responder pelos atos.
Morte da mãe
Paulo
já havia ficado internado na ala psiquiátrica da Papuda por 10 anos,
por ter assassinado a própria mãe. O crime ocorreu quando ele tinha 18
anos, na mesma casa da 712 Sul onde o servidor público morava antes de
matar o filho.
Na
época do crime, ele foi considerado semi-imputável – tinha condições de
responder apenas parcialmente pelo assassinato, devido ao transtorno
mental. Segundo os laudos, Paulo Roberto de Caldas Osório tinha
esquizofrenia.
Três
anos depois de cumprir a pena, ele fez concurso para o metrô do
Distrito Federal e foi aprovado, inclusive na avaliação psicológica.