Sou nascido em São Paulo , e por parte de Minha mãe meu sobrenome é Torrecilhas , e por parte de meu pai é Oliveira Alves.
E com uma curiosidade que sempre me pegava , eu queria saber a origem de minha família .
Tanto por parte de pai como por parte de minha mãe.
Fui buscar em algumas pesquisas de arvores genealógicas e fiquei muito feliz em saber que minha família é de origem Judaica.
Tanto do meu sobrenome Torrecilhas , como do Oliveira Alves .
Segue abaixo um pequeno resumo .
Afirmo que a família Oliveira é de
origem judaica. Abaixo transcrevo um texto que você pode encontrar aqui mesmo no
grupo. Neste texto temos alguns detalhes sobre a origem desta família.
1.
A família Oliveira era classificada no estudo genealógico-judaico como de
comprovada origem judaica. Antes da inquisição a família “de Oliveira” era
conhecida na Espanha como “Benveniste”, que adquiriu durante o domínio
muçulmano, mas antes dos islamitas conquistarem a península Ibérica ela era
chamada de “ha-Levi” ou de “ha-Itshari”, por ter sido esse o nome do fundador da
mesma.
Os demais Benveniste que se estabeleceram em Portugal, com a
introdução da Inquisição adotaram forma traduzida de seu sobrenome de família
par disfarçar sua origem judaica, e esse nome traduzido
significa “bem vindo”
e se tornou o sobrenome de família “Benvindo”, que ao chegar ao Brasil colonial
e ao se estabelecer no Nordeste, se tornou muito numerosa no interior de
Pernambuco e Bahia.
E como segundo a historiadora da USP Anita Novinsky –
autoridade mundial em Inquisição Portuguesa - 1 em cada 3 portugueses que
chegaram no Brasil nas primeiras décadas do após o Descobrimento era cristão
novo, os Oliveira e seus primos os Levi ,Levy , Benveniste e Antunes chegaram em
grande quantidade se concentrando principalmente na Região Nordeste.
As
próprias crônicas da época atestam a presença de famílias Levi, Levy e Oliveira
em grande quantidade no Brasil colônia.
O fundador da família Oliveira
foi o rabino Rabi Abraham Benveniste que nasceu em 1433, na cidade de Soria, na
província de Cáceres, no Reino da Espanha. Ele era descendente direto do Rabi
Zerahiá ben-Its’haq ha-Levi e Gerona, que viveu no século 12 e era chamado
ha-Its'hari, ou de Itshari, pelo fato de sua genealogia ir ate aos filhos de
Its'har, que era tio do profeta Moshe Rabenu.
Esse rabino juntamente com
toda sua família fugiu da Espanha antes da publicação do decreto de expulsão dos
judeus em 1492. Mas antes disso, como na Espanha, eles viviam na província ou
localidade de "Oliva-Cávia' ', já naquela época eles eram chamados Olivares ou
Olivarez que significaria inicialmente os que são naturais de
Oliva.
Porém cabe ressaltar que essa família levita se estabeleceu nessa
localidade intencionalmente, por dois motivos, primeiro por ser interiorana e
longe dos grandes centros da Espanha, onde começaram as primeiras matanças de
judeus ou pogrons, promovidos por padres católicos fanáticos das ordens dos
dominicanos e carmelitas, que incitavam a população cristã velha ignorante a
matar os judeus cristãos-novos e os judeus ainda não conversos.
E em
segundo, por causa do nome da localidade, que caso começassem o batismo forçados
de novo, favorecia com que eles se tornassem cripto judeus ou judeus secretos em
um sobrenome que
lembrasse e facilitasse mais tarde o resgate de suas raízes
judaicas e a identificação de suas origens. Muitos sobrenomes de judeus sefardim
anussim surgiram assim durante época da Inquisição. E como
ocorreu no caso
dos “de Oliveira” que era então conhecido como Olivares?
Ocorreu de duas
formas, primeiro eles aproveitaram o fato de que na palavra oliveira, está
implícito o fonema das letras latinas, cujos sons representavam o som ou fonema
do nome de sua família em hebraico Levy no caso L-V-Y. E isso lhes passou a
mente pelo fato de que nas línguas semíticas como o hebraico, o aramaico, o
árabe e o amarico da Etiópia, não se usarem vogais na forma escrita dessas
línguas e sim somente as consoantes.
Foi devido a esses mecanismos
lingüísticos adotados pelos sefardim e anussim, que muitas famílias judaicas
conseguiram escapar dos ataques da Inquisição até pelo menos conseguir fugir da
Península Ibérica.
Foi dessa forma, por exemplo, que dentre tantos outros
milhares de sobrenomes na língua hebraica que os judeus com sobrenome Cohen, que
significa sacerdote conseguiram camuflá-lo como Cunha, os Natan e Ben Natan,
também de origem levítica se disfarçaram com o sobrenome Antunes/Antunez, os Ben
Moreh que significam filhos do professor, viraram os Moraes e Moreira, os Ben
Menashe ou filhos de Manasses ou descendentes da tribo e Manasses viraram os
Menezes, os Ben Meir, ou filhos dos iluminados ou dos sábios se disfarçaram com
os sobrenomes, Meira/Meireles.
Que os Fares da tribo de Juda, viraram os
Farias, que os Ben Soher, que significa filho ou descendente de comerciante ou
de guardas, virou Soeiro e Soares/Suarez, que os Ben Nun descendentes de membros
da tribo de Efraim se transformou nos Nunes e Nunez, e foi assim também que os
Ben Shimon descendentes da tribo de Simeão, com seu numeroso ramo na península
Ibérica que incluem até o Ximenes/Ximenez da Galícia, se tornaram os Simões de
Portugal.
E que os Guimarim ou estudantes e interpretes da Guemara,
tratado religioso judaico, que era descendente da tribo de Levi, se
transformaram na família Guimarães , e foi dessa forma ainda que a antiga
família Quirós que é também uma família descendente da tribo de Levy, adotou os
sobrenomes Queirós,Queiroz e Queiroga .
E existem muitos outros casos que
abordarei no futuro de forma mais resumida.
A segunda razão pela qual os
Benveniste ou Ha-Levy adotaram o sobrenomes Olivares/Oliveira, era porque eles
também perceberam que como o óleo da santa unção usado par ungir os antigo
levitas e sacerdotes judeus, tinha como seu principal componente o azeite ou
óleo da planta oliveira, que era abundante na região de Oliva-Cavia.
Isso
reforçaria mais ainda a origem judaica sacerdotal , mas disfarçada de seu
sobrenome diante dos demais judeus que estavam partindo para a diáspora
sefardita , com o decreto de expulsão de 1492.
Já o emprego do sufixo
final ES/EZ presente no sobrenome inicial Olivares, era devido ao habito dos
judeus sefardim e anussim, empregarem-na como uma sigla adotada pelos judeus
cristãos-novos no final de seu sobrenome com duas finalidades, a primeira
identificar de quem a pessoa judia descendia, em substituição da palavra
hebraica ben e do aramaico bar, que significam filho de.
Essa sigla EZ/ES
significa a expressão hebraica Eretz Yisrael e servia para apontar de que lugara
a pessoa judia era para que os judeus pudessem identificar-se entre si sem serem
notados pelos braços da Inquisição e dessa forma se ajudassem mutuamente como
cripto-judeus, ou judeus secretos.
E como já expliquei anteriormente em
outro texto, ele servia para que todos eles que tinham ES ou EZ no sobrenome,
sendo filhos de... ou descendentes do povo de Eretz Yisrael, a Terra de Israel,
e foi por isso também que os judeus ficaram em parte conhecidos na época da
Inquisição como “a gente da nação”. Ou seja, da nação judaica.
E essa
Sigla ou fonema ES/EZ que representa a frase Eretz Israel = Terra de Israel,
para designar que a pessoa pertence a uma família de origem judaica ou do povo
de Israel, convertida a força ao catolicismo durante a época da inquisição, é
encontrado com a mesma finalidade tanto nos sobrenomes Perez/Peres/ Pires, como
também para designar, por exemplo, a origem judaica dos sobrenomes de família de
origem hispânico-portuguesa: Aires/Ayres, Anes/Annes (forma reduzida de
Yohanes/Yochnam/ João), Rodrigues, Rodriguez, Hernandez/Fernandes, Henriques/
Henriquez, Mendes/ Mendez, Alves/Alvez, Alvares/Alvarez, Gonçalves/Gonzalez,
Martines (de Martins) / Martinez, Galvez/ Galves, Gutierres/Gutierrez, Garcez/
Garcês (que originou o sobrenome Garcia), Ximenes/Ximenez, Soares/Suarez,
Simoes/Simeones, Nunes/Nunez, Lopes/Lopez Gomes/Gomez, Marques/Marquez,
Paes/Paez (variantes do sobrenome Paz), Meireles, Menezes, Abrantes, Neves,
Olivares (que originou Oliveira), Fontes, Bentes, Tavares, Teles, Torres,
Guedes, e assim por diante, são todos estes sobrenomes de famílias
cristas-novas.
Com a lei que obrigava o batismo forçado em massa de
judeus em Portugal, a família, Olivares/Benveniste /Levy, dividiu-se ao
conseguir escapar da Espanha, em três grupos, com nomes distintos, os
"Oliva-Cávia”, que depois viraram os "Oliver-Cavia”, os "Del Medico”, porque
essa profissão era comum entre eles, e também muito difundida entre os demais
judeus, especialmente na idade média na Península Ibérica.
Posteriormente
na Itália se tornaram os "dal Medigo" e os Olivete, e os Olivares que ao
adentrar em Portugal, trocou o sufixo ES pelo “EIRA”, tornando-se “de
Oliveira”.
Após fugir da Espanha o Rabi Zerahiá ha-Levi de Gerona, e
estabeleceu no sul da sul da França, de onde seus descendentes, os que se
transferiram para a região central espanhola seguiram para Portugal dando origem
aos Oliveira de onde por sua vez surgiram os seguintes ramos todos aparentados,
além dos que mantiveram o sobrenome Benveniste: 'Oliveira, Oliveyra, Olivares,
Olivera, Oliver, Oliveros, Olivetti, Olivette.
Um segundo ramo que se
dirigiu da França para a Itália e Europa Oriental originaram os já citados "Del
Medico" e "Del Medigo", e ao misturar-se com os judeus asquenazitas deram origem
as famílias levíticas Horovitz, Segal, e Epstein.
Quero pedir desculpas
aos amigos por não expor aqui as fontes de onde extraimos o material acima
postado pois bem aí está:
"Marranos and the Inquisition on the Gold Route
in Minas Gerais, Brazil" in The Jews and the Expansion of Europa to the West,
1450-1800" New York/Oxford: Bergham Books, Oxford, 2001, pp.
215-241.
Novinsky, Anita, Prisioneiros Brasileiros na Inquisição, Rio de
Janeiro: Expressão e Cultura, 2001.
SALVADOR, J. Gonçalves. Os
cristãos-Novos em Minas Gerais durante o Ciclo do Ouro. São Paulo, Pioneira,
1992.
NOVINSKI Anita. Inquisição, Inventários de Bens Confiscados a
Cristãos-Novos no Brasil – século XVIII. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da
Moeda, 1978, pp.223-224.
Inquisição de Lisboa nº 6.515, Arquivo Nacional
da Torre do Tombo, manuscrito. Veja BROMBERG, Raquel Mizrahi. A Inquisição no
Brasil: Um capitão–mór judaisante. São Paulo: Ed. Centro Estudos Judaicos, USP
,1984.
Sobre Manoel Nunes Viana, veja "o Processo de Miguel de Mendonça
Valladolid, Inquisição de Lisboa 9.973". Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do
Tombo, manuscrito e Manuscritos não catalogados "caixa 676, século XVIII, anos
1703 –1710, 29 janeiro 1710 e caixa 83, ano 1719. Lisboa, Arquivo Histórico e
Ultramarino, manuscritos.
Existem ainda outros mas para o que foi postado
acima julgo ser suficiente.
TEXTO COPIADO DA INTERNET ABERTA
http://cipotaneativa.ning.com/