sábado, 20 de novembro de 2010

Falashas, os negros de Israel

Comunidade de etíopes que respeita leis e costumes bíblicos participou de operação da polícia secreta israelense para imigrar a Israel

Por Amanda Aron
amanda.arca@r7.com.br


Em 1984, o governo israelense, com a ajuda da polícia secreta do país, o Mossad, decidiu dar fim ao sofrimento de milhares de judeus negros que viviam na Etiópia sob o terrível regime do ditador Mengistu Haile Mariam.
Mas, antes de continuar a contar sobre o resgate, é preciso esclarecer alguns pontos. Para quem vive no Brasil, onde a comunidade judaica é composta maciçamente por judeus ashkenazim, caucasianos oriundos do Leste Europeu, é difícil imaginar judeus negros, que são, acima de tudo, reconhecidos e respeitados pelo governo de Israel como cidadãos daquele país.
Quem são eles?
Os falashas, nome dado aos judeus etíopes, foram descobertos por viajantes britânicos, em 1860, quando, em uma viagem à Etiópia, conheceram membros de uma comunidade que respeitavam o sábado e mantinham leis e rituais contidos na Torah. Acreditou-se, então, que eles eram membros de uma das doze tribos hebraicas, descendentes do rei Salomão e da rainha de Sabá.
Operação Moisés
Voltando ao resgate. Em novembro de 1984, o governo de Israel, apoiado pelo Mossad, realizou a Operação Moisés, que em 45 dias resgatou etíopes que chegavam a pé até um acampamento no Sudão, país que faz fronteira com a Etiópia. Muitos deles não aguentaram a longa jornada, estavam muito fracos e debilitados devido à miséria que enfrentavam na Etiópia. Os que conseguiram chegar ao acampamento foram transportados pela Marinha e a Força Aérea Israelense. 
Operação Salomão
Em maio de 1991, o então embaixador de Israel na Etiópia, Asher Naim, quis dar continuidade à Operação Moisés. Ele foi o idealizador da Operação Salomão, que salvou mais de 14 mil judeus etíopes da guerra civil que assolava o país. Naquela operação, um avião com capacidade para 760 passageiros, transportou 1.087, devido ao leve peso dos etíopes. O episódio entrou para o livro dos recordes, e, durante este voo, dois bebês nasceram.
Adaptação a uma cultura diferente
Israel foi o único país do mundo que retirou negros da África para transformá-los em verdadeiros cidadãos, e não para escravizá-los. Projetos pedagógicos foram especialmente desenvolvidos para facilitar a integração das crianças etíopes na comunidade israelense.
Grande parte deles nunca havia tido contato com uma civilização aos moldes ocidentais.Boa parte deles eram membros de tribos. Muitos nunca haviam sentado em uma cadeira ou sequer calçado um sapato.
Atualmente, a comunidade etíope em Israel conta com aproximadamente  100 mil habitantes, a maioria já nascida em solo israelense.
Consciência Negra
Neste dia 20 de novembro comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra, e a história dos judeus etíopes é um bom exemplo para o País. Em Israel, o governo não mediu esforços para que todos os judeus, independentemente de diferenças sociais ou da cor da pele, possuíssem os mesmos direitos como cidadãos. É dessa forma que a igualdade deve ser praticada. Um exemplo para o Brasil chegar um dia a ser, de fato, um país de todos.

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