sábado, 20 de novembro de 2010

Dois terços dos ingleses apoiam a legalização da eutanásia

Hilary White
LONDRES, Inglaterra, 12 de novembro de 2010 (Notícias Pró-Família) — Uma pesquisa de opinião pública da empresa Angus, publicado na quinta-feira, revelou que 67 por cento dos 2.015 adultos entrevistados apoiam a legalização total da eutanásia na Inglaterra.
Cinquenta e cinco por cento disseram que creem que os pais que “ajudam um filho ou filha com doença terminal a morrer não devem ser punidos”, e 58 por cento acham que “as pessoas que ajudam uma pessoa a cometer suicídio não devem sofrer ações penais”.
Oitenta e três por cento disseram que a eutanásia daria para as pessoas que estão sofrendo “uma oportunidade de aliviar sua dor” e 77 por cento acreditam que a legalização “estabeleceria normas mais claras” para os médicos lidarem com decisões de fim de vida.
Somente 30 por cento disseram que a legalização da eutanásia “transmitiria a mensagem de que a vida dos doentes ou deficientes é menos valiosa”.
Os ingleses estão divididos em partes iguais acerca da questão se a legalização da eutanásia deixaria as pessoas vulneráveis “sem suficiente proteção legal”, com 43 por cento concordando e 42 por cento discordando.
Entretanto, numa carta ao jornal inglês The Herald publicada nesta semana, Alison Davis, ativista inglesa dos direitos dos deficientes e ligada a No Less Human (Não Menos Humanos), organização que defende os direitos dos deficientes, disse que a propaganda do movimento da eutanásia desumaniza os deficientes e os doentes, focalizando apenas no sofrimento deles e ignorando-os como pessoas.
Ela frisou o perigo de tais projetos de lei para a proteção legal das pessoas deficientes. Ela escreveu uma resposta a um artigo escrito pela baronesa Mary Warnock, especialista em bioética notoriamente anti-vida. A baronesa é também uma consultora importante para as políticas do governo na área de ética médica. Em sua resposta, Davis disse que a insistência sobre a eficácia das “medidas legais de segurança” em tais projetos de lei não acerta o ponto principal.
O “problema mais básico”, Davis disse, é que as medidas de segurança em qualquer projeto de lei “são escritas pelos próprios indivíduos que querem legalmente apressar o fim da vida de algumas pessoas”.
Típicas “medidas de segurança”, disse ela, exigem que o paciente seja um doente terminal ou tenha uma deficiência incurável, seja adulto, esteja sofrendo “de forma insuportável e sem nenhuma chance de alívio” e que a “escolha” seja inteiramente do paciente.
“Está tudo muito bem, poderíamos pensar (isto é, se não fossemos membros de algumas dessas categorias de pessoas)”.
Referindo-se a seu próprio caso, Davis disse que, [sendo ela mesma] uma pessoa com deficiência física que vive as predições passadas de médicos, “descobriu que ela pode usar seus talentos para ajudar outros, ainda mais vulneráveis do que ela mesma, a viverem e terem vidas melhores do que eles normalmente não viveriam. Mais de quinze anos depois e ela está ainda viva, mais determinada do que nunca a viver de forma plena qualquer que seja a vida que lhe tenha restado”.
“As Warnocks deste mundo concordariam em acrescentar um período de espera — de 10 ou 20 anos — para qualquer projeto de lei que elaborem, em caso de uma mudança de ideia?”
“Porque os seres humanos são falíveis, porque a vida pode ser boa mesmo com muita dor, porque ninguém sabe quando os prognósticos dos médicos estarão errados”.
Ele chamou de “pura besteira” propor suicídio assistido legal para os deficientes, mas [o que se deveria fazer, segundo ela, é] gastar verbas públicas em programas de prevenção a suicídios.
“Se eu tivesse morrido 25 anos atrás, eu teria perdido os melhores anos da minha vida. O erro de Mary Warnock é que ela parece incapaz de olhar além do sofrimento para ver a pessoa, uma aflição realmente triste”.
Traduzido por Julio Severo

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