quinta-feira, 17 de março de 2011

Pastor brasileiro no Japão revela detalhes e bastidores do pós terremotos e tsunami no país

Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelNascido no Brasil, Pinheiro estudou jornalismo nos EUA e atualmente prega em Nihon, cidade próxima as mais atingidas pelo terremoto. Segundo ele, voluntários tem colhido doações de alimentos, materiais de higiene e roupas dentro do Templo. “Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não ser recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos” relata. Entre os maiores obstáculos, escassez, falta de recursos para locomoção até as áreas atingidas e, claro, o medo foram citados. Confira na íntegra:
Como foi à mobilização após o primeiro terremoto. Ninguém esperava um tremor tão forte, como as pessoas, autoridades, governos, igrejas se mobilizaram nesse primeiro momento?
- Tivemos um terremoto aqui em Agosto de 2009 que foi muito pior, mas curto, esse foi 35 segundos de acordo com as autoridades e pareceu uma eternidade, mas não foi muito forte aqui na nossa região. A primeira mobilização não foi uma mobilização e sim um choque de ver as cenas pela televisão e realmente não saber o que fazer.
O que piorou com o 2º tremor?
- No Japão a comunidade já está acostumada com os chamados “after-shocks” e o trabalho começou de evacuação da área.
Como está sendo feito o trabalho de arrecadação? O que exatamente é arrecadado e quais os lugares específicos para as doações?
- O trabalho é voluntário e estamos contando com a ajuda dos membros da igreja como ponto de informação para o resto da comunidade brasileira, também trabalhamos com outras igrejas amigas para movimentar e arrecadar o maior número possível de itens. Estamos recebendo muitas roupas de frio, agasalhos e cobertores, que são a maior necessidade do momento devido ao frio na região. Também estamos recebendo alimentos não perecíveis e fraldas descartáveis para adultos e crianças, além de água e alimentos instantâneos que não precisam ser levados ao fogo ou cozinhados. Todos os lugares para arrecadação são voluntários, como igrejas e pontos na comunidade brasileira. As prefeituras e outras entidades governamentais não estão recebendo nenhum donativo a não serem recursos financeiros, ou seja, dinheiro para compra de alimentos.
Existem pessoas abrigadas na igreja? O senhor acredita que esse número vai aumentar?
- Não existem no momento, porque não estamos exatamente na área afetada, mas estamos dispostos a receber pessoas se assim for necessário.
Quais são as maiores dificuldades e preocupações nesse momento?
- A maior dificuldade no momento é chegar à localidade. Não existem rodovias abertas e disponíveis para isso, as estradas estão interditadas e o único acesso é por estradas paralelas que são de difícil acesso. O outro problema é que os tremores continuam na área e as pessoas temem por outro tsunami, mas as autoridades a pouco descartaram essa hipótese. E a última preocupação é a usina nucelar, devido a estar em risco de contaminação ainda.
Como tem sido o acesso de vocês à informações? Como a mídia japonesa tem noticiado os acontecimentos?
- O acesso tem sido excelente devido à televisão japonesa estar transmitindo as informações em vários idiomas 24 horas, inclusive em português. E temos informações vindas da embaixada de Tókio e o consulado brasileiro via twitter. Conseguimos comunicação com as prefeituras locais também.
Qual a ação dos grupos evangélicos? Como tem sido a comunicação entres esses grupos e quais as principais ações?
- As igrejas na nossa região estão se unindo com o mesmo propósito de arrecadação de donativos e informação para chegarmos ao local. Nesse momento estamos aqui na igreja é 1h da manhã (13 horas aqui no horário de Brasília) esperando cinco caminhões que virão buscar os alimentos. Varias igrejas de varias denominações entraram em contato e deixaram donativos aqui conosco e nós também iremos levar donativos a outra igreja até sexta-feira, 18, para uma próxima leva de donativos ao local. A principal ação é arrecadar donativos somente, devido à dificuldade de acesso ao local.
Existem equipes de evangelismo trabalhando?
- Nesse momento estamos restritos as nossas localidades devido à falta de acesso e permissão. Estamos enviando panfletos entre os donativos e esperamos uma entrega em mãos desses panfletos na entrega desses alimentos.
Qual a importância do cristianismo nessa hora?
- A importância do Cristianismo nessa hora é única: Solidariedade. Temos que ser os braços e as pernas de Jesus, deixando de lado qualquer hipótese de definir a tragédia com teologias e “achometros” que não levam nenhuma comida a boca de ninguém. Oramos durante o acontecimento e clamamos a Deus por misericórdia e agora é hora de agir, por isso estamos aqui incansáveis até ver esses donativos chegarem até essas pessoas, pois isso também é reino de Deus.
Na noite de domingo, 13, aqui no Brasil tivemos a informação de que um reator da usina nuclear de Fukushima explodiu. O que realmente aconteceu e quais as últimas notícias em relação a essa explosão? O que o governo tem passado a vocês em relação a isso?
- Realmente tivemos essa informação, mas o que a televisão japonesa está passando é bem diferente do que tenho ouvido no Brasil e no CNN. O governo disse a pouco tempo que a situação está sob controle e que o núcleo não foi afetado. O porta-voz disse: O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional”
Qual a situação atual? Quais os riscos apresentados?
- Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.
Quais trabalhos estão sendo feitos para evitar as conseqüências possíveis após essa explosão e risco de novos tremores?
- Bom sobre a usina não tenho muita informação, mas o que estamos tentando fazer aqui do nosso lado é arrecadar o máximo de donativos possíveis para que quando o acesso for permitido estaremos dispostos a ir como voluntários ao local para fazer a entrega e também se preciso erguer as mangas e ajudar na reconstrução da cidade.


Fonte: Creio

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