País ordenou hoje que 140 mil pessoas se tranquem em casa e evitem contato com ar
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou nesta terça-feira (15) em discurso televisionado que a radiação se espalhou por quatro dos seis reatores da usina Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto de magnitude 9 na última sexta-feira.
Os níveis perigosos de radiação vazando do complexo forçaram o Japão a ordenar, nesta terça-feira, que 140 mil pessoas se fechem dentro de casa e evitem contato com ar contaminado com material radioativo. Outras 200 mil pessoas foram retiradas até esta segunda-feira da região.
"Por favor, não saiam nas ruas. Por favor, fiquem em casa. Por favor, fechem as janelas e isolem sua casa", disse o secretário de gabinete Yukio Edano. Ele admitiu que a radiação está em um nível que pode prejudicar a saúde.
"São números que potencialmente podem afetar a saúde. Não ignorem isso", disse Edano, sem dar mais detalhes.
Os níveis perigosos de radiação vazando do complexo forçaram o Japão a ordenar, nesta terça-feira, que 140 mil pessoas se fechem dentro de casa e evitem contato com ar contaminado com material radioativo. Outras 200 mil pessoas foram retiradas até esta segunda-feira da região.
"Por favor, não saiam nas ruas. Por favor, fiquem em casa. Por favor, fechem as janelas e isolem sua casa", disse o secretário de gabinete Yukio Edano. Ele admitiu que a radiação está em um nível que pode prejudicar a saúde.
"São números que potencialmente podem afetar a saúde. Não ignorem isso", disse Edano, sem dar mais detalhes.
Depois de uma explosão no reator 3 e incêndio no reator 4 (que até agora não havia sido afetado), as autoridades ao sul do complexo Fukushima Daiichi registraram níveis de radiação cem vezes maior que o normal, segundo a agência de notícias Kyodo. Este nível não é fatal, mas pode causar graves consequências se o tempo de exposição for prolongado.
A capital Tóquio, que fica a 240 km de Fukushima, também registrou uma pequena elevação nos níveis de radiação. O aumento, contudo, não é suficiente para ameaçar os 39 milhões de moradores da capital e seus arredores.
"A quantidade é extremamente pequena, e não levanta preocupações com a saúde. Isso não vai nos afetar", diz Takayuki Fujiki, funcionário do governo de Tóquio.
A Kyodo diz que o nível de radiação elevou-se a nove vezes acima do normal em Kanagawa, perto de Tóquio, mas os níveis já haviam caído na noite desta terça-feira (manhã em Brasília).
Mais perto do complexo nuclear, as ruas da cidade costeira de Soma estavam vazias, enquanto alguns moradores permanecem trancados em suas casas.
O premiê Naoto e outras autoridades alertaram que ainda há riscos de mais vazamentos e ampliou a área de risco para um raio de 30 km.
As previsões meteorológicas para Fukushima são de neve e vento vindo do nordeste na noite desta terça-feira, soprando em direção a sudoeste, rumo a Tóquio, e em seguida se deslocando para oeste, em direção ao mar. Isso é importante porque mostra a direção que uma possível nuvem nuclear pode seguir.
A crise nuclear é o pior que o Japão tem enfrentado desde o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra (1939-1945).
Reatores
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse terça-feira que as autoridades japonesas anunciaram um incêndio na lagoa de armazenamento --uma piscina usada para manter a temperatura do combustível nuclear baixa-- do reator 4 e que a "radioatividade está sendo liberada diretamente na atmosfera".
Os trabalhadores estavam desesperadamente tentando estabilizar três dos reatores da usina, que sofreram pequenas explosões depois do terremoto e tsunami de sexta-feira --que danificou o sistema de resfriamento. Desde o terremoto, os engenheiros injetam água do mar nos reatores como uma tática emergencial.
Um quarto reator, que estava desligado no momento do tremor, pegou fogo na manhã de terça-feira (noite de segunda-feira) e mais radiação foi liberada, disse Edano. O fogo foi apagado.
"É provável que o nível de radiação aumentou drasticamente devido ao incêndio na unidade 4", disse Edano. "Agora estamos falando de níveis que podem prejudicar a saúde humana. Essas leituras são tomadas perto da área onde acreditamos que os lançamentos estão acontecendo. Longe dali, os níveis devem ser mais baixos."
Ele disse ainda que os reatores 1 e 3 estão estáveis, mas a situação da unidade 2 não é clara. As temperaturas nos dois outros reatores, unidades 5 e 6, estão ligeiramente elevadas.
"O sistema de refrigeração não está funcionando bem e a temperatura está aumentando gradualmente, de modo que é necessário controlá-la", disse Edano.
Autoridades disseram que 50 trabalhadores, todos eles com equipamento de proteção contra radiação, ainda estavam tentando bombear água para os reatores para refrigerá-los. Eles dizem que outros 800 funcionários foram retirados. Os incêndios e explosões nos reatores deixaram 15 trabalhadores feridos e até 190 pessoas expostas a radiações elevadas.
Vítimas
Na manhã desta terça (horário local), a polícia japonesa informou que o número oficial de vítimas do terremoto seguido por tsunami chegou a 2.414. O maior número de vítimas se encontra na província de Miyagi, onde 1.254 pessoas morreram.
Oficialmente, há 3.118 desaparecidos. Mas autoridades regionais disseram acreditar que dezenas de milhares podem ter sido levados pelo tsunami, que devastou uma larga área da costa nordeste do Japão na sexta-feira.
O número de mortos, porém, ainda deve aumentar e as autoridades estimam que a cifra final deve superar os 10 mil. Somente em duas áreas da província de Miyagi foram encontrados 2.000 corpos ainda não contabilizados no balanço oficial. Há cidades em que milhares estão desaparecidos.
Segundo a agência de notícias Kyodo, cerca de mil corpos foram encontrados em Miyagi, além de outros 200 ou 300 corpos que as equipes tentam resgatar em Sendai, local mais atingido pelo tremor e pelas ondas gigantes.
Em Miyagi, o governo não conseguiu contatar cerca de 10 mil pessoas --mais da metade da população local. O destino de dezenas de milhares de pessoas, incluindo cerca de 8.000 moradores da cidade de Otsuchi, ainda é desconhecido, segundo a Kyodo.
Fonte: AFP / Reuters
Ilustração: Editoria de Arte/Folhapress
Foto: AP
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