sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cristãos agredidos são acusados de tentativa de assassinato

Sete cristãos que trabalham na Sociedade Missionária Indiana (IMS, sigla em inglês), em Gujarat, na Índia, foram libertados sob fiança na manhã de 29 de setembro. O grupo foi acusado de tentativa de assassinato depois que extremistas hindus armaram uma cilada e assaltaram os cristãos na semana anterior.

Os extremistas agrediram os missionários, tomaram seus pertences e os advertiram das terríveis conseqüências a que estariam sujeitos, caso continuassem a difundir o evangelho naquela área. Em seguida, um dos extremistas, Kanji Nayak, registrou uma queixa contra eles, alegando que os cristãos tinham tentado atirar nele depois que ele se recusou a se converter.

Um oitavo integrante do grupo, o pastor Dasrath Nanji Dilwad, permanece sob custódia policial e seu caso foi transferido para o Supremo Tribunal. Dasrath Dilwad também foi acusado de uso indevido de arma de fogo.

O grupo de oito missionários da IMS estava voltando para casa de um encontro de oração na tarde da quarta-feira, 20 de setembro, quando ocorreu o ataque. O pastor estava acompanhado de sua esposa, Manjula Bhen; Mankar Samsu Katila e sua esposa Saburi Bhen; e quatro outro companheiros, Valaibhai Santubhai Damor, Samsubhemla Katila, Gala Sabur Patel e Madhu Jagan Baria.

Assim que eles iniciaram a volta para casa, aproximadamente 15 extremistas os cercaram, agredindo-os com cacetetes de madeira. Uma das mulheres, Manjula Bhen, sofreu graves contusões.

“Primeiro achamos que eram apenas ladrões”, contou ela ao Compass. “Mas eles nos agrediam com cacetetes e nos ofendiam por termos ido orar na aldeia deles. Eles também nos avisaram para ficarmos longe da aldeia e para não voltarmos para converter as pessoas”.

Antes de fugir, o grupo confiscou dois telefones celulares, uma corrente de ouro, brincos algum dinheiro e as Bíblias que as vítimas carregavam.

Acusação de tentativa de assassinato

No dia seguinte, quando os cristãos tentavam relatar o incidente na delegacia de Devaghad Bariya, o inspetor de polícia G.R. Sharma disse a eles que uma pessoa chamada Kanji Nayak já tinha registrado uma queixa contra eles.

Em suas declarações à polícia, Kanji alegou que os cristãos tinham tentado convertê-lo à força – e que quando ele se recusou, o pastor Dilwad disparou dois tiros contra ele, tentando matá-lo.

Depois de uma breve investigação sobre as acusações de Kanji, a polícia prendeu os seis homens do grupo e os manteve sob custódia. As duas mulheres foram presas na segunda-feira, 25.

Na manhã do dia 29, quase todo o grupo foi libertado sob fiança, entretanto, Dasrath Dilwad foi mantido sob custódia e seu caso foi transferido para a Suprema Corte.

De acordo com o advogado dos cristãos, Tyab Dadi, os oito missionários foram acusados sob a Seção 307 do Código Penal por tentativa de assassinato. O pastor Dilwad foi também acusado sob a Seção 25 por uso ilegal de arma de fogo. Mas os cristãos locais que conhecem os trabalhadores da IMS afirmam que as acusações são uma farsa grosseira.

Preconceito contra cristãos

O reverendo D. Vethanbu, secretário geral da IMS, disse ao Compass que é evidente que os extremistas atacaram os cristãos, e não o contrário.

“Conheço o pastor Dilwald pessoalmente há dois anos – embora ele já trabalhe com a IMS há 20 anos. Essas acusações são obra dos extremistas que recorrem a todos os métodos para prevenir a difusão do evangelho”, disse Vethanbu.

O reverendo Samuel Ravi, coordenador regional de campo da IMS, também acredita que o incidente foi um ataque planejado ao grupo. “Eles fizeram acusações muito sérias contra esses cristãos e isso tem muitas implicações políticas”.

De acordo com Samson Christian, secretário do Conselho Cristão Global da Índia, o incidente – ocorrido apenas um dia depois da aprovação da emenda que reforça a Lei de Liberdade Religiosa de Gujarat – aponta para um preconceito anticristão no Estado.

“O governo estadual quer claramente provar que os cristãos estão envolvidos em conversões forçadas e eles precisam de estatísticas para comprovar suas afirmações”, disse Samson Christian.

Enquanto isso, Vethanbu apelou a todos os cristãos indianos para orar por aqueles que vivenciam essas experiências. “Orem do fundo do coração para que as feridas em seus corpos sejam curadas logo e que as cicatrizes sejam apagadas pelo nosso Senhor”, ele escreveu.

“Ore também pelas pessoas que cometeram esse crime”, pediu o líder da IMS.

Fonte: Portas Abertas

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