sexta-feira, 27 de abril de 2012

CADA UMA - Ex-viciado em sexo, evangélico quer derrubar Coca-Cola com a Judá Cola

Ele diz que já foi viciado em sexo e teve a mente poluída, até supostamente receber de Deus uma missão: substituir a Coca-Cola no Brasil e no mundo. Baiano de Bom Jesus da Lapa, Moisés Magalhães, 42, é frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da marca Leão de Judá. Ele afirma ter uma linha com mais diversos produtos. O carro-chefe é o refrigerante Leão Judá Cola.
"Tive um distanciamento de minha fé. Estava mais voltado para o dinheiro. (...) Era viciado em sexo --isso dentro do casamento é uma bênção, mas fora é uma maldição. Minha mente era poluída, eu era escravo desses desejos. Deus me livrou e eu me tornei limpo", diz Magalhães, contando como começou seu atual negócio.
Ele diz ter pedido a Deus uma ideia, e a resposta dos céus teria sido: "Eu pesei a Coca-Cola na balança e encontrei-a em débito comigo. Vai e substitua a Coca-Cola no Brasil e no mundo".

Empresário aposta na marca Leão de Judá contra a Coca-Cola




Foto 1 de 29 - O empresário baiano Marcos Magalhães, frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus, aposta na divulgação entre fiéis e pastores da igreja e nas redes sociais para promover seu refrigerante de cola, de sua marca Leão de Judá Reprodução/Leão de Judá
Além do boca-a-boca entre os membros da igreja, o empresário também usa as redes sociais --como o Facebook-- e o site de vídeos Youtube para promover seu produto. O refrigerante aparece, em fotos, acompanhando churrascos, e em diversos vídeos em que Magalhães denuncia supostos abusos da marca Coca-Cola.
Segundo ele, a empresa "vende um produto ilegal, com substâncias com uso de extrato de folha de coca". Procurada pela reportagem, a Coca-Cola informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestaria sobre as denúncias do empresário.
No momento, o produto está à venda em poucos lugares e ainda não é encontrado na Grande São Paulo, por exemplo.
"Estamos colocando via igrejas evangélicas, que estão nomeando membros para implantação de distribuidoras Leão de Judá na Grande São Paulo", diz.

Espírito Santo como marqueteiro

Em garrafa pet de 2 litros ou latas de alumínio, a Leão de Judá Cola traz o desenho de um leão sobre o rótulo vermelho.
Entre 2009 e 2010, Magalhães chegou a ter uma parceria com o CompreBem, (antiga marca de supermercado popular do Grupo Pão de Açúcar), e colocou seu produto nas prateleiras do supermercado em algumas lojas do Estado de São Paulo.
O Pão de Açúcar confirmou que já vendeu esse refrigerante em suas lojas. O contrato com a rede, porém, não foi renovado. Agora, o empresário aposta em nova estratégia: quer ter 7.000 distribuidores em todo o país. O objetivo é terceirizar a produção e a distribuição da bebida.
"Quem me dá estratégia é o Espírito Santo. Ele é meu marqueteiro. Ele que fala pra mim: 'faz assim, fala assim'."
A bebida é produzida em fábricas regionais, que fazem refrigerantes de outras marcas populares. "São 150 [fábricas de refrigerante] catalogadas. Fora as de feijão, macarrão, bolacha, arroz, sucos...", afirma.

Investimento mínimo para ser distribuidor é de R$ 30 mil

Quem quiser ser distribuidor da marca Leão de Judá não precisa ser evangélico. É necessário apenas ter uma empresa de distribuição ou abrir uma loja de atacado ou varejo, ainda que pequena. O investimento mínimo previsto é de R$ 30 mil. "A pessoa que tem um valor maior pode entrar também", diz.
"É preciso ter um carro e dois vendedores, que vão atender entre 36 e 50 clientes por dia, com uma rota semanal de 180 clientes e um ticket médio [valor médio em compras] de R$ 300 por cliente."
O empresário afirma que elaborou um plano de negócios com ajuda do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e que o distribuidor deve atingir, em 12 meses, um faturamento de venda de R$ 360 mil por mês, com lucro líquido em torno de 10%.
Magalhães afirma doar 90% de seus lucros para a "pregação do Evangelho", mas diz que isso não é uma obrigação contratual. "A doação é uma expressão de fé de cada um."

Relação com a Igreja Universal

Questionado sobre o apoio oficial da Igreja, Magalhães responde: "Eu sou membro da Igreja e ponto final. Não posso falar. Os membros e pastores nos ajudam. Os próprios bispos divulgaram."
A Igreja Universal do Reino do Deus informou, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter nenhuma relação com o produto ou com o empresário.

Empresário fez desenhos para camisetas e vendeu roupas

Nascido na Bahia, Moisés Magalhães mudou-se para Montes Claros (MG), em 1987, e depois para São Paulo, em 1989, na esperança de estudar publicidade. "Era meu sonho." Não conseguiu fazer a faculdade, nem terminar o colegial.
Diz que trabalhou fazendo desenhos para camisetas e caricaturas para jornais. Depois, já no bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo, tornou-se representante comercial de confecções de judeus e coreanos.
Já nos 1990, Magalhães diz que começou a atender grandes redes de moda e varejistas --cita Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart, Bom Preço, Marisa, Renner, C&A--, lançando marcas próprias e produtos exclusivos.
Foi daí que, segundo ele, pegou "o gosto pelo negócio" e teve a ideia de desenvolver produtos.

Denúncias contra a Coca-Cola

Em diversos vídeos na internet, o empresário Mosiés Magalhães faz acusações à Coca-Cola. Ele diz ter enviado denúncias por escrito à presidente Dilma Rousseff, ao deputado federal Marco Maia (PT/RS) e ao ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Cezar Peluso.
Nessa "guerra", Magalhães considera ser o David, que enfrenta o gigante Golias, em referência a uma das histórias mais conhecidas da Bíblia. A referência aparece em desenhos e montagens publicados por ele na rede social Facebook.
Questionado se já recebeu algum contato da Coca-Cola, Magalhães responde: "Nunca me procuraram nem nunca falaram nada. Quem deve teme."
Em seguida, acrescenta que recebe ameaças de morte pelo YouTube, mas diz estar "preparado para tudo". "Quem tem medo de morrer não vai para a guerra."
"Sou brasileiro, baiano, descendente de índios, portugueses e escravos. Não vou aceitar que meu país seja explorado pelas grandes corporações", afirma.

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INF. UOL

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