sábado, 13 de outubro de 2012

AMOR SEM INTERESSE

     




“E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus. Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falsos testemunhos; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe. Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. Mas ele, contrariado com essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.” Mc 10:17- 22 (o grifo é nosso)

Falar sobre amor não é tão simples quanto parece. Desde a antiguidade, filósofos, pensadores, poetas e até cientistas, se ocuparam em tentar descrever o verdadeiro sentido do amor.
Os filósofos da Grécia antiga, não encontraram uma palavra que pudesse definir plenamente este sentimento, por isso, usavam três palavras diferentes agapao, filos e eros.
Como cristãos, a que mais usamos é ágape, palavra derivada do verbo agapao e normalmente conceituada como: o amor verdadeiro, o amor que vem de Deus e amor sem interesse.
Independente de ser este o sentido literal da palavra, sem dúvida alguma, o amor de Jesus por nós é completamente incondicional.
Em uma pesquisa sobre amor realizada em uma escola, a entrevistadora pergunta a um menino de 9 anos:
“- O que é amor? O amor é como um raio – responde o menino.Você não sabe de onde veio, mas sabe quando foi acertado por ele.”


Um cientista, após algumas pesquisas define o amor como um triângulo formado das seguintes coisas:

- Amizade
- Compromisso
- Paixão



Consideramos esta definição interessante. A amizade nos fala de companheirismo e  admiração.
O compromisso é o lado racional do triângulo, pois quem ama se compromete, e não abandona o outro na hora da dor e das dificuldades.

Quanto à paixão, embora seja considerada uma patologia emocional, entendemos ser um sentimento ardente e intenso. É um desejo exagerado pelo outro. É este exagero que inspira Heloísa Rosa a compor a linda canção: Vai valer a pena. Leiamos o refrão:

Desesperado eu Te busco
Frenético acredito
Que a visão da Tua face
É tudo o que eu preciso, eu Te direi
Que vai valer a pena
Vai valer a pena
Vai valer a pena, mesmo”

Depois de discorrermos um pouco sobre o amor, falemos sobre o amor sem interesse.

No texto Bíblico mencionado acima, lemos que Jesus sentiu amor por um moço rico que o procurara. É interessante que logo a seguir Ele declara ao rapaz: “Falta-te uma coisa”.

Jesus o amou, mesmo sabendo que faltava alguma coisa. Ele não esperou perfeição para em seguida o amar.

Temos aqui um verdadeiro exemplo de amor sem interesse.

O jovem rico, não havia expressado amor por Jesus, a única coisa que ele fez, foi elogiá-lo.

Muitos confundem interesse com amor.

Jesus sabia diferenciar as duas coisas. Quando o rapaz o elogia, Ele pergunta: “Por que me chamas bom?”, em outras palavras, por que você está me elogiando?

Quando o moço é desafiado revela o seu verdadeiro amor.

Não confunda amor com elogio ou atenção, pois você pode colocar do seu lado pessoas com motivações erradas.

Há pessoas que elogiam e dão atenção para conquistar o nosso amor. E quando permitimos, este relacionamento acaba focado em nossas necessidades. Amamos pelo que os outros nos fazem e não pelo que são.
Corremos o risco de afastar os que verdadeiramente nos amam e promover os que simplesmente nos elogiam ou que demonstram admiração.

A história já nos adverte, que a traição pode vir daqueles que nos beijam, como fez Judas e as apunhaladas daqueles a quem perdoamos e promovemos, como no caso de Brutus. É interessante que ambos se suicidaram, deixando claro que “amaram” os outros como a eles mesmos.

Devemos amar as pessoas pelo que elas são e não pelo que nos fazem.

O amor de Jesus se revelou, não na hora do elogio, mas quando ele olhou para o moço e decidiu amar.

Amamos a quem decidimos amar. Não devemos amar pelo que podemos receber, mas pelo quanto podemos dar.

O nosso amor, não pode se basear no que nos fazem.

O nosso ego, insegurança e desejo de estar em evidência podem nos levar a promover as pessoas erradas.

Que Deus nos ajude a sermos livres para amar as pessoas pelo que elas são e não pelo que nos fazem.


Solus Christus





Por: Isaias de Oliveira Silva – Pastor do Projeto Vida Nova do Méier e Diretor do Seminário Vida Nova.
Bacharel em Teologia, Mestre em Teologia, com ênfase em ministérios globais, Marketing (cursando).

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