sábado, 13 de outubro de 2012

Cuidado com a revolta de Coré!



Em certo momento da história de  Israel no deserto, 250 homens liderados por Coré se insurgiram contra a liderança de Moisés e Arão, questionando o fato do sacerdócio ser exercido exclusivamente por Arão e seus filhos. Coré, em seu questionamento, fez uso da seguinte argumentação:“Basta-vos, pois que toda a congregação é santa, todos são santos, e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR?”(Nm. 16:3). A rebelião de Coré rapidamente teve um fim, pois o próprio Senhor confirmou a autoridade de Arão para o sacerdócio.
Mas há algo nessa história que nem todos percebem: à luz do Novo Testamento, a declaração de Coré de que “todos são santos” é verdadeira. No ensino neo-testamentário, não há erro algum em tal declaração. Aliás, na Nova Aliança todos os crentes em Cristo são sacerdotes. Isso nos é lembrado por Pedro, quando este escreve: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus” (I Pe. 2:9). Fomos constituídos reino e sacerdotes para servirmos ao nosso Deus (Ap. 1:6).
Diante disso, alguém poderia perguntar: então o erro de Coré foi tão somente falar algo antes do tempo certo? Ainda faltavam 1.500 anos para que a fala de Coré se fizesse verdadeira? E no contexto do Novo Testamento, onde todos são santos e sacerdotes, uma revolta como a de Coré nem mesmo seria possível, não é mesmo? Respondo dizendo que ainda temos muito a aprender com a revolta de Coré.
O erro desse homem não foi falar uma verdade antes do tempo certo. Até mesmo porque é possível falar a coisa certa com o coração errado. Além disso, mesmo na Nova Aliança, tempo em que todos são santos e sacerdotes, a revolta de Coré pode se repetir. É isso que Judas nos diz. Ao falar sobre o pecado de alguns homens de seu tempo, Judas escreve: “Ai deles! Pois seguiram o caminho de Caim, buscando o lucro, caíram no erro de Balaão e foram destruídos na rebelião de Coré” (Jd 11).
Judas estava se referindo a quem? Nos dias dos apóstolos, todos eram considerados sacerdotes e, portanto, não faria sentido alguém fazer o mesmo questionamento de Coré.  Então qual era o erro dos homens de quem Judas estava falando? Ele nos responde nos versículos anteriores: “estes falsos mestres, sonhando, contaminam a sua carne, rejeitam toda a autoridade, e  blasfemam das dignidades” (Jd. 8). Certamente esses homens não faziam o mesmo discurso de Coré, mas tinham o mesmo coração. Pedro, em sua segunda carta, também fala sobre esses homens que desprezam as autoridades (II Pe. 2:10)
A tentação de entrar na revolta de Coré, nos tempos da Nova Aliança, não consiste mais em questionar a exclusividade do sacerdócio para certo grupo de pessoas, pois hoje todos são sacerdotes. Contudo, ainda hoje é possível adotar a postura de rejeitar a autoridade. Ainda que todos sejam sacerdotes, o próprio Senhor distribuiu competências e confiou responsabilidades entre os membros do Seu Corpo. Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres (Ef. 4:11). Ele mesmo é quem constitui pastores entre as ovelhas de seu rebanho. É isso que Paulo diz aos presbíteros da igreja em Éfeso: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos, para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue”(At. 20:28). E o autor da carta aos Hebreus nos ensina: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. … Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil” (Hb. 13:7 e 17).
Sempre é preciso lembrar: Cuidado com a revolta de Coré!

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