Para responder a esta pergunta, como a qualquer outra, devemos recorrer às Escrituras. Mas o que fazer quando a Palavra de Deus não diz nada sobre um assunto específico?
Ora, não há sequer uma palavra em toda a Bíblia que diga que se deve observar a data do natal. Também não há nenhuma palavra que o proíba. Nestes casos, aplicamos os princípios bíblicos.
A Palavra de Deus é perfeita e completa, para que seja única regra de fé e conduta.
Desta forma, poderemos sempre extrair dos princípios bíblicos toda a orientação de que precisamos para todas as situações.
Antes de procurarmos os princípios bíblicos que podem nos instruir a respeito, no entanto, devemos procurar entender a origem da celebração do natal e todas as suas simbologias.
O primeiro problema que encontramos aqui é a data da celebração.
Muito embora a Bíblia não mencione a data do nascimento de Jesus, o mais provável e que ele tenha se dado entre os meses de maio e junho.
Apesar de não se poder afirmar com certeza esta data, com toda a certeza pode-se excluir o mês de dezembro, através das evidências que a própria bíblia nos traz.
“e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.” (Lc 2.7-8).
Nos versículos acima, podemos ver que enquanto Jesus nascia, havia pastores na mesma região com seus rebanhos durante a noite. Estes pastores não poderiam estar com seus rebanhos ao ar livre nas noites de dezembro, visto que é período chuvoso, e neste período de chuvas as ovelhas ficavam sempre confinadas no aprisco durante a noite. Sobre a época das chuvas na região, a Bíblia também nos traz alguma luz:
“Então, todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; no dia vinte do mês nono, todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por causa desta coisa e por causa das grandes chuvas. Então, se levantou Esdras, o sacerdote, e lhes disse: Vós transgredistes casando-vos com mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de Israel. Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR, Deus de vossos pais, e fazei o que é do seu agrado; separai-vos dos povos de outras terras e das mulheres estrangeiras. Respondeu toda a congregação e disse em altas vozes: Assim seja; segundo as tuas palavras, assim nos convém fazer. Porém o povo é muito, e, sendo tempo de grandes chuvas, não podemos estar aqui de fora; e não é isto obra de um dia ou dois, pois somos muitos os que transgredimos nesta coisa.” (Ed 2.9-13).
Sobre esta passagem bíblica, devemos nos lembrar que naquela época, não se utilizava ainda o calendário gregoriano que utilizamos hoje em dia, e o nono mês abrangia justamente o período que hoje situamos entre a segunda metade de novembro e o final de dezembro. Vejamos o comentário do grande teólogo Russel Shedd a respeito desta passagem, em sua Bíblia Shedd:
“Das grandes chuvas. O nono mês, novembro/dezembro, é o das chuvas, em pleno inverno. O povo tremia, portanto, por causa da gravidade dos acontecimentos e por causa das chuvas. Em Jerusalém, de vez em quando, chega a nevar no mês de dezembro.”
Desta forma, a própria Bíblia nos traz evidências mais que suficientes para refutar a data de 25 de dezembro como o nascimento do Cristo. A verdadeira origem desta data se dá antes do nascimento de Jesus, e não tem absolutamente nada a ver com Ele.
Antes, era uma data celebrada nos cultos pagãos de Roma, como as saturnálias e o solstício de inverno.
As saturnálias eram uma antiga festividade da religião romana dedicada ao templo de Saturno e à mítica Idade de Ouro. Era celebrada sempre no dia 17 de Dezembro. Com o passar do tempo, este festival pagão teve sua duração extendida para uma semana completa, terminando a 23 de Dezembro. As Saturnálias tinham início com grandes banquetes, sacrifícios e orgias.
Os participantes tinham o hábito de saudar-se com “io Saturnalia”, acompanhado por doações de pequenos presentes . Durante estes festejos, os escravos podiam considerar-se temporariamente homens livres, e como tal podiam comportar-se.
Era escolhido por sorteio um princeps – uma espécie de caricatura da classe nobre – a quem se entregava todo o poder. Na verdade a conotação religiosa da festa prevalecia sobre aquela social e de “classe”.
O principe vinha geralmente vestido com uma máscara engraçada e com roupas vermelhas (a cor dos deuses), daí a origem das vestes de “Papai Noel”.
Este princeps era a personificação de uma divindade do mundo subterrâneo, que era identificada às vezes com o deus Saturno, às vezes com Plutão, responsável pelas almas dos defuntos.
Também era considerado potetor das campanhas e das colheitas.
Os romanos acreditavam que estas “divindades”, saídas das profundezas do solo, vagassem em cortejo por todo o período invernal, isto é, quando a terra repousava e não era cultivada por causa das condições climáticas.
Deviam então ser aplacadas com a oferta de presentes e de festas em sua honra e, além disso, induzidas a retornar ao além, de onde favoreceriam as colheitas da estação estiva. Como não se podia cultivar naquela época, festejava-se tanto quanto podia, e a festa da brunária se dava no dia 25 de dezembro, logo após o final da saturnália.
O nascimento da divindade pagã, Mitra também era comemorado no Solstício de inverno. Já foram encontradas figuras do pequeno Mitra em Treveris e a semelhança com as representações cristãs do Menino Jesus são incontestáveis.
Isso demonstra um claro sincretismo, onde o mitraismo foi fonte e o cristianismo o destino. Esta foi uma das razões que levaram tantos pesquisadores e verdadeiros cristãos a recomendarem que as igrejas não participem de festividades natalinas.
No calendário romano este solstício acontecia erroneamente no dia 25, em vez de 21 ou 22. Os romanos o comemoravam na madrugada de 24 de dezembro.
Também era esta a data da celebração do deus sol invictus, levado por Heliogábalo ao império romano a partir de sua cidade persa, Emesa, como já citamos . Celebrava-se, então, o “Nascimento do Sol Invicto” como alusão do alvorecer de um novo sol.
A tradição da árvore de Natal, não tem uma origem certa, pois podemos encontrar todos os tipos de especulação a respeito de sua origem. Desde o culto babilônico de Ninrode, descendente de Cam, filho de Noé, até a teoria de que Lutero teria começado a cultivar esta tradição.
O início da identificação desta data com o aniversário de Jesus deu-se por intermédio da “igreja” católica no século quarto.
Este foi justamente o período em que o paganismo infestou a instituição romana em função dos pagãos que aderiram em massa à nova religião de Constantino sem se converterem ao cristianismo. Foi o princípio da procura da igreja por motivos sociais.
Este mesmo Constantino que permitiu o culto da igreja católica foi também o autor da legislação que apoiava a adoração ao sol invictus .
Como vimos acima, toda a origem da festividade é uma origem pagã. Mesmo assim, a grande maioria das Igrejas dos nossos dias celebra o natal.
Ao mesmo tempo, sabemos que nenhuma prática pagã pode ser bem vinda no seio das igrejas cristãs.
Como dito no princípio deste artigo, não há na bíblia nenhuma recomendação e nenhuma condenação a que se celebre o nascimento de Jesus.
Os princípios bíblicos que encontramos e que podemos aplicar ao caso apenas nos mostram que não devemos celebrar divindades e rituais pagãos, assim como há a restrição à idolatria, motivo este pelo qual sequer perdi meu tempo a considerar o presépio católico.
Assim como não podemos modificar todas as outras datas pagãs que a sociedade observa, como o “corpus Christi” que para nada mais serve que permitir as medonhas procissões católicas, ou o carnaval, que é uma orgia pagã que em nada se diferencia da saturnália, também não podemos evitar que o mundo comemore esta data do natal.
Contudo, não podemos fechar nossos olhos para a grande oportunidade que se abre para que possamos nos aproveitar desta data para evangelizar.
É um momento e que todo o mundo está predisposto a falar e a ouvir sobre o Cristo.
As Igrejas de Jesus não podem de forma alguma prescindir desta oportunidade, motivo pelo qual não vejo nenhum erro e nenhum problema nas celebrações desta data pelos cristãos, desde que estejam todos bem esclarecidos a respeito e se guardem das características pagãs que tomam conta da festa.
Uma coisa é a prática ridícula de algumas igrejas fazerem “arraiás” no mês de junho.
As datas comemoradas então, consistem em celebrações pagãs, adoração de homens, idolatria da grossa. Isso não pode encontrar abrigo nas Igrejas.
Celebrar a Jesus, contudo, seja qual for o contexto ou o pretexto, é sempre recomendado a todo cristão.
Mesmo que se faça uso de uma data claramente pagã, que foi introduzida na instituição católica romana para não desagradar aos pagãos que a infestaram, seria hoje no mínimo um desleixo das Igrejas deixar passar esta oportunidade.
Celebremos, então o nascimento de Jesus, e que cada cristão saiba se aproveitar desta oportunidade para mostrar ao mundo o verdadeiro Jesus.
Não deixemos aos católicos a exclusividade em falar do Senhor Jesus num momento em que as pessoas podem estar mais propensas a conhecê-lo, principalmente porque sabemos que aqueles não conhecem verdadeiramente ao Senhor, e pregam um “evangelho” distorcido ao seu gosto.
ENTÃO , COMEMORAR OU NÃO DEPENDE DE CADA UM .
VIA GRITOS DE ALERTA
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