Um dos principais desafios do papa Francisco será deter a sangria de fiéis na América Latina, região que concentra cerca de 40% dos católicos do mundo e onde crescem com força as igrejas evangélicas, afirmaram especialistas nesta quinta-feira à Agência Efe.
Segundo os analistas consultados, a escolha de um papa procedente de um país em desenvolvimento, especificamente de um latino-americano, pôs em evidência o desejo da Igreja de olhar para fora da Europa, rumo ao hemisfério sul e em direção a regiões onde o catolicismo ainda é dominante ou tem potencial de crescimento. De acordo com uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Pew Research Center, a Europa deixou de ser majoritária entre os católicos, posição assumida pela América Latina, enquanto as regiões nas quais esta fé cresce atualmente com maior dinamismo são a África Subsaariana e a Ásia. "É lógico que esse foi um dos motivos para a escolha do cardeal argentino Jorge Bergoglio. Trata-se de dar ao papa um rosto que o aproxime mais do hemisfério sul, da América Latina e dos pobres", disse à Efe Douglas Cabral Dantas, professor de Cultura Religiosa da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais. Em sua opinião, com a eleição do jesuíta argentino, a Igreja consegue dar um giro em seu rumo e ao mesmo tempo responder ao desafio de sua perda de força na América Latina, reforçar seu crescimento em países da Ásia e da África, e desviar a atenção sobre a Europa, "principal polo dos escândalos". "Os cardeais eleitores do papa pensaram em várias coisas quando votaram em um latino-americano, entre elas que a América Latina é a região com a maioria dos católicos no mundo e na necessidade de manter essa maioria", declarou Ildo Bohn, secretário de informação do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) do Brasil. Para os teólogos, a escolha de um jesuíta também tem o simbolismo de reforçar a evangelização fora da Europa, dada a longa tradição dessa ordem como missionária em lugares remotos. Segundo Luiz Paulo Horta, membro da Academia Brasileira de Letras e especialista em Vaticano, com um jesuíta argentino a Igreja mostra sua disposição a abrir-se mais ao mundo. Segundo a pesquisa do Pew Research Center, o número de católicos no mundo saltou de 291 milhões em 1910 até 1,1 bilhões em 2010, mas a participação dos europeus nessa comunidade caiu nesses 100 anos de 65% do total para 24%. No mesmo período os católicos latino-americanos subiram de 70 milhões para 425,5 milhões de almas, o que significa que sua participação passou de 24% no começo do século 20 para 39% em 2010. O número de católicos na Ásia e na Oceania era de 130,5 milhões em 2010 (12% do total), e na África e no Oriente Médio era de 177,1 milhões (17%). Enquanto que há um século França e Itália lideravam a lista de países com maior número de católicos no mundo, essas posições são ocupadas hoje por Brasil (126,7 milhões) e México (96,4 milhões). A Colômbia aparece em sexto na lista com 38,1 milhões e a Argentina em 11º (31 milhões). A Itália (49,2 milhões) caiu para o quinto lugar porque também foi superada pelas Filipinas e pelos Estados Unidos. No entanto, apesar da esperança que a América Latina representa para o catolicismo, esta fé vem perdendo espaço na região. Há 100 anos 90% dos latino-americanos se declaravam católicos, porcentagem que caiu para 72% em 2010. Esse espaço, segundo admitiram os bispos que participaram em 2007 da V Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (Celam), realizada na cidade de Aparecida com a presença do papa Bento XVI, foi ocupado pelos evangélicos. Segundo dados do censo, a proporção de católicos no Brasil caiu de 83% para 64,6% entre 1980 e 2010, enquanto que a de evangélicos subiu de 15,4% para 22,2% entre 2000 e 2010. No México, igualmente segundo o censo local, os católicos representavam 98,2% da população em 1950 e 83,9% em 2010, enquanto os evangélicos passaram no mesmo período de 1,28% a quase 8%. O Celam diagnosticou em 2007 tanto a fuga como as causas dessa evasão, mas até agora não anunciou nenhuma transformação que possa conter a sangria, segundo os especialistas. "A fuga de católicos na região obedece à adoção por parte da Igreja de uma posição muito tradicional, totalmente presa ao passado e sem acompanhar a modernidade", comentou Bohn, que disse esperar que o papa Francisco aproxime a Igreja do modelo proposto pelo Concílio Vaticano II. Fonte: Portal Terra |
GRITOS DE ALERTA . SEU BLOG SEM CONTRA INDICAÇÕES .PARTE INTEGRANTE DO JORNAL DIGITAL DE JAGUARIÚNA E JORNAL DIGITAL DO BRASIL E JORNAL DIGITAL REGIONAL.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Papa latino-americano é resposta à fuga de católicos na região
Assinar:
Postar comentários (Atom)
ESTUDO SOBRE OS PROPÓSITOE E OBJETIVOS DE CADA UMA DAS 12 TRIBOS DE ISRAEL , E PORQUE HOJE AS IGREJAS NÃO SÃO TRIBOS .
Nesse pequeno resumo vamos detalhar os propósitos e objetivos de cada uma das 12 tribos de Israel , e em segundo plano falaremos , PORQUE ...
-
Revista Vigiai e Orai
-
TEXTO COPIADO DA INTERNET . Há tempos muita gente se esforça para denunciar os planos Illuminati para a instauração da Nova Ordem...
-
A Suprema Corte do Irã afirmou que um pastor evangélico acusado de apostasia pode ser executado caso não desista de sua fé, de acordo com a...
Nenhum comentário:
Postar um comentário