sexta-feira, 15 de março de 2013

Líbia: a ditadura islâmica abate-se sobre as mulheres

 


Quando viajava de volta para a sua casa proveniente do seu emprego como palestrante numa universidade perto de Tripol (Líbia), a poeta líbia Aicha Almagrabi foi parada por um grupo de militantes barbudos. Eles pontapearam o carro, espancaram o homem que se encontrava junto dela, no carro, e ameaçaram fazer o mesmo a ela. O seu crime? Encontrava-se sozinha no carro com um homem sem qualquer tipo de parente masculino como guarda.

Segundo a poeta, eles disseram coisas como "Tu violaste a lei de Alá!". Segundo a Associated Press, ela disse
Eu dou aulas a alunos (homens), portanto, tenho que levar um parente masculino para dentro das salas de aulas, certo?

A universidade em si não se encontra imune à crescente influência dos maometanos com uma visão mais islâmica do papel da mulher. Almagrabi afirmou que um dos estudantes veio até ela e disse que ela não deveria dar aulas porque a sua voz (a da poeta) era "awra" — demasiado íntima e como tal, vergonhosaa para ser manifesta em público.

Este incidente, que decorreu em Fevereiro último e terminou com os militantes a darem permissão à poeta para que ela conduzisse para casa, sublinhou a ironia amarga da Líbia pós-revolução. As mulheres desempenharam um papel importante na guerra civil que durou 8 meses, organizando vários protestos contra o ditador Moammar Gadhafi, vendendo jóias para financiar os rebeldes e fazendo contrabando de armas através das linhas inimigas até aos rebeldes.

Mas desde a queda de Gadhafi que as mulheres têm sido "recompensadas" com uma crescente limitação dos seus direitos. As mulheres temem que o pior ainda esteja para vir, numa altura em que o país dará início aos trabalhos em torno da nova constituição - algo que os activistas temem que seja ocasião para que o estatuto inferior das mulheres seja encapsulado na constituição vindoura, muito por culpa da influência dos islamitas da linha dura.

Hanan al-Noussori, advogada na segunda maior cidade da Líbia - Benghazi - afirmou:
O que nós queremos agora é manter o que nós temos. Não sabemos em que direcção caminhamos, mas isto é uma questão de vida ou morte para nós.
Se a vida das mulheres era melhor quando o país era controlado por um ditador tirânico, e pior quando elas se encontram sob o domínio islâmico, o que é que isso nos diz do islãn?

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