sexta-feira, 15 de março de 2013

ORDEM JESUITA - E O PAPA NA CONTRAMÃO DA REFORMA - A REAÇÃO DA IGREJA ROMANA

 
Logo após haver-se iniciado o movimento da Reforma, um poderoso esforço foi também iniciado pela Igreja Católica Romana no sentido de recuperar o terreno perdido na Europa, e para destruir a fé protestante. Esse movimento foi chamado de Contra-Reforma.

Tentou-se fazer a Reforma dentro da própria Igreja, por via do Concílio de Trento, convocado em 1545 pelo papa Paulo III, principalmente com o objetivo de investigar os motivos e por fim aos abusos cometidos pela Igreja que provocaram a Reforma. O Concílio reuniu-se em datas diferentes e lugares diversos, porém a maioria das vezes em Trento, na Áustria, a 120 quilômetros ao norte de Veneza. O Concílio era composto de todos os bispos e abades da igreja, e durou quase vinte anos, durante os governos de quatro papas, de 1545 a 1563. Todos esperavam que a separação entre católicos e protestantes teria fim, e que a Igreja ficaria outra vez unida. Contudo, tal coisa não aconteceu. Fizeram-se, porém, muitas reformas na Igreja Católica Romana e as doutrinas foram definitivamente estabelecidas. Os próprios protestantes admitem que depois do Concílio de Trento os papas se conduziram com mais acerto do que os que governaram antes do Concílio.


OS JESUÍTAS
De grande influência na Contra-Reforma foi a Ordem dos Jesuítas, fundada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Era uma ordem monástica caracterizada pela combinação da mais severa disciplina, intensa lealdade à Igreja e a Ordem, profunda devoção religiosa, e um marcado esforço para arrebanhar prosélitos. Seu principal objetivo era combater o movimento protestante, tanto com métodos conhecidos como com formas secretas. A Ordem tornou-se tão poderosa, que teve contra ela oposição severa até em países católicos. Foi suprimida em quase todos os países da Europa, e por decreto do papa Clemente XIV, no ano de 1773, a Ordem dos Jesuítas foi proibida de funcionar dentro da Igreja.
 Apesar dessa proibição papal, ela continuou a funcionar secretamente durante algum tempo, mais tarde abertamente, e foi reconhecida pelo papa em 1814. Hoje é uma das forças mais ativas para divulgar e fortalecer a igreja romana em todo o mundo.


PERSEGUIÇÃO ATIVA
A perseguição ativa foi uma arma poderosa usada para impedir o crescente espírito da Reforma.
 
No continente europeu todos os governantes católicos preocupavam-se em extirpar a fé protestante, usando para isso a força da espada.
 
Na Espanha estabeleceu-se a Inquisição, por meio da qual inumerável multidão sofreu torturas e muitas pessoas foram queimadas vivas. Nos Países Baixos o governo espanhol determinou matar todos aqueles que fossem suspeitos de heresias, isto é, que não fossem católicos romanos.
 
Na França o espírito de perseguição alcançou o ponto alto, na matança da noite de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572, e que se prolongou por várias semanas. Segundo calculo de historiadores, morreram de vinte a setenta mil pessoas.
Essas perseguições nos países em que o governo não era protestante não só retardaram a marcha da Reforma, mas em alguns países, principalmente na Boêmia e na Espanha a extinguiram.


OS MISSIONÁRIOS CATÓLICOS
Os esforços missionários da igreja de Roma devem ser reconhecidos também como uma força na luta da Contra-Reforma.
Esses esforços eram dirigidos em sua maioria pelos Jesuítas, e tiveram como resultado a conversão de raças nativas da América do Sul, do México e de grande parte do Canadá. Na índia e países vizinhos estabeleceram-se missões por intermédio de Francisco Xavier, um dos fundadores da Sociedade dos Jesuítas.
 
As missões da igreja romana nos países pagãos iniciaram-se séculos antes das missões protestantes e conquistaram grande número de membros e poder entre os governantes para impedir o avanço da Reforma Protestante.


Apesar de toda luta da Igreja Católica Apostólica Romana, a Reforma continuou. Composta por homens de coragem e zelo pela Palavra de Deus, que não desistiram mesmo quando a própria vida estava em perigo.




OS "COMBATENTES" DOS DOIS LADOS
Em uma época tão importante da história do cristianismo, envolvendo tantos países e repleta de tão vastos resultados, houve sem dúvida muitos dirigentes, tanto da parte católica como do lado protestante, que mereceram destaque. Neste estudo citaremos alguns, apenas os que mais se destacaram.

DO LADO DA IGREJA CATÓLICA ROMANA:




Inácio de Loyola
, espanhol nasceu em 1491. No ano de 1534 fundou a Sociedade de Jesus, conhecida como Jesuítas. Inácio de Loyola deve ser reconhecido como uma das personalidades mais notáveis e influentes do século XVI. Morreu em Roma , no dia 31 de julho de 1556, e foi canonizado pela igreja romana em 1622.
 
 
Francisco Xavier, nasceu em 1506, na seção espanhola de Navarra, que nesta época era um reino independente em ambos os lados dos Pirineus. Foi um dos primeiros membros da Sociedade de Jesus. Durante toda a sua existência, Xavier demonstrou espírito manso, tolerante e generoso, e isso contribuiu para que sua memória seja estimada, tanto por católicos como também por protestantes. Morreu repentinamente de febre em 1552, na China onde se encontrava como missionário da igreja de Roma, trabalhando contra o avanço da Reforma. Foi canonizado pela Igreja Católica.






DO LADO PROTESTANTE:


Desidério Erasmo, nasceu em Roterdã, Holanda em 1466 e foi ordenado monge em 1492. Foi um dos maiores eruditos da Renascença e da Reforma. Apesar de ter feito muito pela preparação da Reforma, jamais se uniu ao movimento. Continuou católico, criticando tanto a igreja romana como os reformadores. Morreu em 1536.
 
 
Martinho Lutero, nasceu em Eisleben, em 1483. Foi ordenado monge e entrou para o mosteiro dos agostinianos. Em 1511 iniciou sua campanha de reformador, condenando a venda de “indulgências”. Afixou as famosas teses na porta da igreja de Wittenberg. Entre os muitos escritos de Lutero que circularam pela Alemanha o de maior influência foi sem dúvida sua incomparável tradução da Bíblia para a língua alemã. Lutero morreu quando visitava o local em que nasceu, em Eisleben a 18 de fevereiro de 1546, aos 63 anos de vida.


 
 
 
 
João Calvino nasceu em Noyo, França em 10 de junho de 1509 e morreu em Genebra, Suíça em 27 de maio de 1564. Fundador da Academia Protestante, juntamente com Teodoro Beza e outros reformadores. A Academia transformou-se no principal centro do protestantismo na Europa. Calvino foi considerado um dos maiores teólogos do seu tempo.


 
 
Tomás Cranmer pode ser considerado o dirigente da Reforma inglesa, por sua condição de primeiro protestante na igreja inglesa. Sob o peso da tortura retratou-se de suas opiniões protestantes na esperança de salvar a vida, contudo, foi condenado a fogueira. Antes de seu martírio em 1556, renunciou a retratação, e morreu corajosamente, colocando no fogo a sua mão direita, a que havia assinado a retratação, para que fosse a primeira a ser queimada.

 
 
 

João Knox foi o fundador da igreja escocesa. Nasceu no ano de 1505. Somente no ano de 1547 abraçou a causa da Reforma. Foi preso pelos franceses aliados da rainha regente e enviado a França onde serviu nas galés. Mais tarde foi libertado e voltou à Inglaterra. Em Genebra, Knox conheceu João Calvino e adotou suas idéias, tanto no que se refere à doutrina como também ao governo da igreja. Em 1559 Knox voltou à Escócia e logo a seguir tornou-se dirigente da Reforma em seu país. Morreu no ano de 1572. Quando seu corpo baixava à sepultura, Morton, o regente da Escócia, apontou para a cova e disse: “Aqui jaz um homem que jamais conheceu o medo”.







Via GRITOS DE ALERTA / INF.  SANTO VIVO / História da Igreja Cristã, Jesse Lyman Hurlbut – Editora Vida

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