O Pecado de Sodoma - Gênesis 19
Será que a Bíblia condena a homossexualidade? Durante centenas de anos a resposta parecia óbvia; contudo, nas últimas décadas, os comentaristas pró-homossexualismo têm tentado reinterpretar relevantes passagens bíblicas. Nesta discussão, daremos uma olhada em sua exegese.
A primeira referência à homossexualidade na Bíblia encontra-se em Gênesis 19. Nesta passagem, Ló hospeda dois anjos que vão à cidade investigar os pecados de seus habitantes. Antes de Ló e seus hóspedes irem dormir, todos os homens da cidade (de todas as partes de Sodoma) cercam a casa e mandam Ló levar os homens (anjos) para fora para que possam “conhecê-los” (ARC). Historicamente, sempre foi aceito pelos comentaristas que a palavra hebraica para “conhecer” significasse que os homens da cidade queriam fazer sexo com os visitantes.
Mais recentemente, defensores do homossexualismo argumentam que a história de Sodoma foi mal interpretada pelos comentaristas bíblicos. Segundo eles, os homens daquela cidade só queriam realmente conhecer os recém-chegados. Ou estavam ansiosos para estender-lhes a hospitalidade do Oriente Médio ou queriam interrogá-los para se assegurar de que não eram espiões. Em ambos os casos, afirmam, a passagem nada tem a ver com homossexualidade.
Eles dizem que esse não era o pecado de Sodoma, mas sim a falta de hospitalidade.
Uma das chaves para o entendimento da passagem é a tradução correta da palavra hebraica para “conhecer”. Comentaristas pró-homossexuais mostram que ela pode significar tanto “familiarizar-se com” como “ter intercurso sexual com”. Na verdade, a palavra aparece mais de 943 vezes no Antigo Testamento e, em apenas 12, tem o significado de “intercurso sexual”. Por isso, eles concluem que o pecado de Sodoma não tinha nada a ver com homossexualidade.
O problema com esse argumento é o contexto da passagem. Estatísticas não são o mesmo que exegese. Só a contagem de uma palavra não deve ser o único critério para compreensão do seu significado. E, mesmo usando-se a contagem estatística, o argumento não se aplica. Das 12 vezes em que “conhecer” é usado no livro de Gênesis, em 10 tem o significado de “intercurso sexual”.
Em segundo lugar, o contexto não sustenta a interpretação de que os homens de Sodoma só queriam se familiarizar com os estrangeiros. Observe que Ló resolve oferecer suas duas filhas no lugar deles. Ao ler a passagem, é possível sentir o pânico que toma conta dele enquanto insensatamente oferece as filhas virgens em lugar dos estrangeiros. Essa não é a reação de um homem ao pedido de uma multidão que só quer conhecer seus hóspedes.
Observe ainda que Ló descreve suas filhas como mulheres que “ainda não conheceram” varão. Obviamente isso envolve intercurso sexual e não “familiaridade”. É pouco provável que o primeiro uso da palavra “conhecer” seja diferente do segundo. Nas duas vezes ela deve ser traduzida como “intercurso sexual”. Essa é a única opção consistente com a passagem.
Finalmente, Judas 7 nos dá um comentário sobre Gênesis 19. A referência do Novo Testamento afirma que o pecado de Sodoma envolvia imoralidade e seguir após outra carne. A expressão “outra carne” pode implicar homossexualismo ou bestialidade (relação com animais) e dar outras evidências de que o pecado de Sodoma não era falta de hospitalidade, mas sim homossexualidade.
Ao contrário do que dizem os comentaristas pró-homossexuais, Gênesis 19 é uma clara condenação da homossexualidade. A seguir, daremos uma olhada em outro conjunto de passagens do Antigo Testamento que tratam dessa questão.
A Lei Mosaica - Levítico 18, 20
Agora, vejamos a lei mosaica. Duas passagens de Levítico chamam homossexualidade de abominação. Levítico 18:22 diz: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação.”, e Levítico 20:13, “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável.” A palavra “abominação” é usada cinco vezes em Levítico 18 e é uma expressão muito forte de desaprovação, implicando em algo odioso a Deus. Comentaristas bíblicos veem esses versículos como uma extensão do sétimo mandamento. Embora não sejam uma lista completa de pecados sexuais, eles representam as práticas mais comuns das nações ao redor de Israel.
Comentaristas pró-homossexuais têm muita dificuldade com essas passagens relativamente simples das Escrituras, mas em geral dão uma das respostas a seguir. Alguns dizem que esses versos aparecem no código de Santidade de Levítico e se aplicam só aos sacerdotes e à pureza cerimonial. Portanto, de acordo com essa perspectiva, são proibições de ordem religiosa, não moral. Outros dizem que as proibições se aplicam só ao contexto teocrático do Antigo Testamento, não sendo relevantes para os nossos dias. Eles sugerem que, se os cristãos quisessem ser coerentes com o código de leis do Antigo Testamento, também deveriam deixar de comer carne malpassada, vestir roupas de tecido misto e ter relações conjugais durante o período menstrual.
Em primeiro lugar, seriam tais passagem aplicáveis somente à pureza cerimonial e não à pureza moral? Parte do problema está em se distinguir as duas coisas. Sacerdotes deveriam ser modelo de comportamento moral dentro dos rituais cerimoniais. Pureza moral e pureza cerimonial não podem ser separadas, especialmente quando se discute a questão da sexualidade humana. Sustentar esse tipo de distinção implicaria que pecados como o adultério não seriam imorais (considere Levítico 18:20), ou que a bestialidade (sexo com animais) seria moralmente aceitável (observe Levítico 18:23).
O segundo argumento diz respeito à relevância da lei em nossos dias. Poucos cristãos hoje preparam seus alimentos de acordo com os preceitos judaicos ou recusam-se a usar roupas feitas com mais de um tecido. Acredita-se que essas leis do Antigo Testamento não tenham mais sentido.
De modo semelhante, comentaristas pró-homossexuais dizem que as admoestações veterotestamentárias contra a homossexualidade também não são mais relevantes em nossos dias. Um problema prático com esse argumento é que outras questões além do homossexualismo teriam também de ser consideradas moralmente aceitáveis.
A extensão natural do argumento seria a admissão do sexo com animais e o incesto como moralmente aceitáveis, uma vez que tais proibições estão junto com a proibição da prática homossexual. Se a lei mosaica é irrelevante para o homossexualismo, é irrelevante também para o sexo com animais ou com crianças.
Mais especificamente, dizer que a lei mosaica já foi cumprida não significa que Deus não tenha leis ou códigos morais para a humanidade. Mesmo a lei cerimonial não estando mais em vigor, a lei moral permanece. O Novo Testamento fala da “lei do Espírito” (Romanos 8:2) e da “lei de Cristo” (Gálatas 6:2). Não se pode dizer que algo que era pecado sob a lei não seja pecado sob a graça. As leis cerimoniais a respeito de comer ou vestir não se aplicam mais, mas as leis morais (especialmente as estabelecidas na ordem da criação de Deus para a sexualidade humana) continuam. Além disso, proibições contra o homossexualismo também são encontradas no Novo Testamento, conforme veremos a seguir, ao considerarmos outras passagens reinterpretadas por comentaristas pró-homossexuais.
Passagens do Novo Testamento
Em nossa análise dos ensinamentos do Antigo Testamento a respeito da homossexualidade, vimos que Gênesis 19 mostra que os homens de Sodoma procuravam os estrangeiros para fazer sexo com eles, não só para conhecê-los ou oferecer-lhes a hospitalidade do Oriente Médio. Vimos também que determinadas passagens de Levítico condenam claramente a homossexualidade e são relevantes ainda hoje. Essas proibições não eram somente para a teocracia veterotestamentária, mas são princípios morais ligados ao comportamento e à conduta humana de nossos dias.
Neste ponto iremos considerar algumas passagens do Novo Testamento que tratam da homossexualidade. As três passagens-chave são: Romanos 1:26-27, 1 Coríntios 6:9-10 e 1 Timóteo 1:10. Das três, a mais importante é a de Romanos, pois trata da homossexualidade dentro de um contexto cultural maior.
“Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1:26-27)
Aqui o apóstolo Paulo define a culpa do mundo gentio diante de um Deus santo, e ressalta a arrogância e a luxúria do mundo helênico. Ele diz que eles se afastaram da verdadeira adoração a Deus para que “Deus os entregasse a paixões infames”. Ao invés de seguir os ensinamentos do Senhor, eles “detiveram a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18) e adotaram paixões que desonram a Deus.
A outra passagem é 1 Coríntios 6:9-10: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.” Comentaristas pró-homossexuais usam o argumento do “abuso”, indicando que Paulo só está se referindo a criminosos homossexuais. Em outras palavras, eles dizem que o apóstolo está condenando o abuso homossexual, não o comportamento homossexual responsável. Em essência, esses comentaristas estão sugerindo que Paulo está pedindo moderação, não abstinência. Embora essa possa ser uma interpretação razoável para beber vinho (não vos embriagueis), dificilmente se aplica aos outros pecados relacionados em 1 Coríntios 6 ou em 1 Timóteo 1. Estará Paulo pedindo também adultério ou prostituição responsáveis? Existe essa coisa de roubo ou fraude moral? É óbvio que isso derruba o argumento. As Escrituras nunca desculparam o sexo fora do casamento (sexo antes casamento, sexo extraconjugal, sexo homossexual). Deus criou homem e mulher para a instituição do casamento (Gênesis 2:24). Homossexualidade é uma violação da ordem da criação, e Deus claramente a condena como algo antinatural e contra o mandamento ordenado. Como vimos até aqui, há passagens tanto no Antigo como no Novo Testamento que condenam a homossexualidade.
“Deus Me Fez Gay” - Parte 1
Agora é preciso considerar a reivindicação feita por muitos homossexuais: “Deus me fez gay”. Será verdade? Existe fundamento biológico para a homossexualidade? No restante deste estudo iremos examinar as evidências geralmente citadas. Simon LeVay (neurocientista do Instituto Salk) tem afirmado que homossexuais e heterossexuais têm uma diferença marcante em sua estrutura cerebral. Em 1991, ele estudou 41 cadáveres e descobriu que uma parte específica do hipotálamo (a região que governa a atividade sexual) dos homossexuais é consistentemente menor que a dos heterossexuais. Portanto, ele argumenta que existe um componente fisiológico distinto para a orientação sexual. No entanto, há inúmeros problemas com esse estudo. Primeiro, havia uma variação considerável no tamanho da região do hipotálamo. Em alguns homossexuais, a região era do mesmo tamanho que nos heterossexuais, e em alguns heterossexuais, a região era pequena como a de um homossexual.
Segundo, é aquela coisa do ovo e da galinha. Quando há uma diferença na estrutura cerebral, ela é resultado da orientação sexual ou é sua causa? Pesquisadores descobriram, por exemplo, que quando uma pessoa cega começa a aprender Braille, a região do cérebro que controla o dedo de leitura realmente se torna maior. Terceiro, Simon LeVay posteriormente teve de admitir que não conhecia a orientação sexual de alguns cadáveres do estudo. Ele admitiu não saber ao certo se alguns heterossexuais eram mesmo heterossexuais. Tendo em vista alguns indivíduos identificados como “heterossexuais” terem morrido de AIDS, os críticos levantaram dúvidas sobre a exatidão do estudo.
Em dezembro de 1991, Michael Bailey e Richard Pillard publicaram um estudo sobre homossexualidade em gêmeos. Eles fizeram um levantamento com homens homossexuais a respeito de seus irmãos e encontraram dados estatísticos que acreditaram ser a prova de que a orientação sexual é biológica. Dos homossexuais com gêmeo idêntico, em 52% o gêmeo também era gay; vinte e dois por cento dos que tinham gêmeo fraterno disseram que o gêmeo era gay, e apenas onze por cento de quem tinha irmão adotivo disse que o irmão também eram homossexual. Eles atribuíram essas diferenças às diferenças no material genético compartilhado.
Embora esse estudo também seja apontado como prova da base genética para a homossexualidade, há alguns problemas significativos. Primeiro, a teoria não é nova. Ela foi proposta pela primeira vez em 1952. Desde aquela época, três estudos de pesquisas chegaram a conclusões diferentes. Portanto, as conclusões do estudo Bailey-Pillard devem ser consideradas à luz dos outros estudos contrários. Segundo, a maioria das matérias publicadas não menciona que apenas nove por cento dos irmãos não gêmeos de homossexuais eram homossexuais. Gêmeos fraternos não compartilham mais material genético do que irmãos não gêmeos; no entanto, homossexuais têm mais do dobro de probabilidade de compartilhar sua orientação sexual com um gêmeo fraterno do que com um irmão não gêmeo. Seja qual for a razão, a resposta não pode ser genética.
Terceiro, por que quase todos os gêmeos idênticos de homossexuais também não são homossexuais? Em outras palavras, se a biologia é determinante, por que quase metade dos gêmeos idênticos não é homossexual? O Dr. Bailey admitiu que “deve ser alguma coisa no meio ambiente que causa gêmeos discrepantes”. E esse é exatamente o ponto; existe alguma coisa (talvez tudo) no meio ambiente que explica a orientação sexual. Estes são dois estudos usualmente citados como prova de uma base biológica para a homossexualidade. A seguir, vamos considerar um terceiro estudo frequentemente citado como prova da alegação “Deus me fez gay”.
“Deus Me Fez Gay” - Parte 2
Agora vamos ver outro estudo frequentemente citado como prova dessa alegação. Muitas vezes ele é chamado de estudo do “gene gay”. Em 1993, uma equipe de pesquisadores liderados pelo Dr. Dean Hamer anunciou as descobertas “preliminares” de uma pesquisa sobre a ligação entre homossexualidade e herança genética. Em uma amostra com 76 homens homossexuais, os pesquisadores descobriram uma incidência significativamente maior de homossexualidade entre os parentes masculinos (irmãos, tios) do lado materno. Isso sugeria uma possível herança genética ligada ao cromossomo X. Em um estudo seguinte com quarenta pares de irmãos homossexuais, descobriu-se que trinta e três deles tinham a mesma variação numa pequena seção do cromossomo X. Embora esse estudo tenha sido divulgado pela imprensa como prova da descoberta de um “gene gay”, foram levantadas algumas das mesmas preocupações relativas aos dois estudos anteriores. Em primeiro lugar, as descobertas envolvem uma amostra de dimensões limitadas e, portanto, são incompletas. Até mesmo os pesquisadores reconheceram que as descobertas eram “preliminares”. Além da dimensão da amostra ser pequena, não foram feitos testes de controle para irmãos heterossexuais. Outro problema importante levantado pelos críticos do estudo foi a falta de investigação suficiente nos históricos sociais das famílias envolvidas.
Segundo, similaridade não prova causa. Só porque trinta e três pares de irmãos homossexuais partilham uma variação genética não quer dizer que essa variação cause a homossexualidade. E quanto aos outros sete pares que não apresentaram a variação, mas eram homossexuais?
Finalmente, o viés da pesquisa pode ser novamente um problema. Tanto o Dr. Hamer quanto pelo menos um dos membros da sua equipe são homossexuais. Ao que parece, isso foi mantido longe da imprensa e só revelado posteriormente. Acontece também que o Dr. Hamer não é apenas um observador objetivo. Ele se apresenta como perito em homossexualidade, e declara ter esperanças de que sua pesquisa venha a amenizar o sentimento de culpa dos homens por sua homossexualidade.
A propósito, esse é um problema em todos os estudos mencionados. Por exemplo, o Dr. Simon LeVay disse que foi levado a estudar as raízes fisiológicas latentes da homossexualidade após seu amante homossexual ter morrido de AIDS. Ele até admitiu que, se não conseguisse encontrar uma causa genética para ela, ele poderia abandonar completamente a ciência. Posteriormente, ele fez exatamente isso, mudando-se para West Holywood e abrindo um pequeno “centro de estudos” não credenciado sobre homossexualidade.
Cada um desses estudos à procura de causas biológicas para a homossexualidade tem suas falhas. Significa isso que não há fator fisiológico para ela? De modo algum. Na verdade, provavelmente é muito cedo para se dizer algo conclusivo. Talvez os cientistas realmente descubram uma clara predisposição biológica para a orientação sexual. Mas predisposição não significa determinação. Algumas pessoas podem herdar uma predisposição para a raiva, a depressão ou o alcoolismo, sem, contudo, tais comportamentos serem aceitáveis.
E, mesmo que se prove que a violência, a depressão ou o alcoolismo sejam inatos (determinados pelo material genético), seria possível serem aceitos como normais e deixarem de ser tratados? É claro que não. A Bíblia tem ensinamentos claros a esse respeito. E, da mesma forma, a Bíblia tem ensinamentos claros a respeito da homossexualidade.
Em nossa discussão neste artigo, analisamos várias alegações de comentaristas pró-homossexuais e descobrimos que todas são falhas.
Ao contrário do que eles afirmam, a Bíblia não apoia a homossexualidade.
VIA GRITOS DE ALERTA / INF. BÍBLIA . ORG
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