Apesar de tudo isso, e talvez em algumas rodas justamente por essa ausência de caráter, tornou-se presidente da mais alta esfera legislativa do país. Na base da sem-vergonhice deslavada, o sujeito ignorou que poucos meses atrás deixou o cargo pressionado pelo esgoto das patifarias e retornou cinicamente. Teve o voto da maioria dos parlamentares que se tornaram cúmplices de uma imundice que choca.
Mesmo desqualificado, se muniu de uma arrogância ímpar e passou a afrontar a consciência das pessoas de bem. Arrotou desprezo a mais de trezentas mil pessoas que pediram que ele retirasse a insana candidatura e, hoje, toma café da manhã em mesa farta rindo de milhões de eleitores que assinaram um manifesto pedindo seu impeachment.
Debochado e maquiavélico sabe que sua permanência no cargo traz a certeza de um parlamento umbilical. Tem o apoio de cúmplices interessados na arte de esgotar as tetas do contribuinte. Renan Calheiros topa urdir traquinices de todos os matizes e não é daqueles frouxos que sentem náusea ao surrupiar os cofres da nação. Garante a festa de arromba que nos assalta o cotidiano.
Que ironia que esse arremedo de homem público esteja contribuindo para tornar putrefata uma agremiação com origens em Ulisses Guimarães. O PMDB com tantos homens ilustres, incluindo o nobre senador Pedro Simon que mostrou sua náusea ao engolir Renan Calheiros, não podia se afundar no lixo com um vulto tão mesquinho.
Causa espanto que ele ainda esteja resistindo a tudo e a todos em nome de sua ganância e seu desprezo pela vontade popular. Mais intrigante ainda são os governantes que o apóiam nesse que se tornou o mais repugnante ultraje ao sofrido povo brasileiro. Que nojo.
Rosenwal Ferreira: Jornalista e Publicitário
Twitter: @rosenwalF
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