Durante o programa Today, da conceituada rede de TV inglesa BBC deste
final de semana, o conceituado naturalista e jornalista David
Attenborough afirmou: “a população mundial está crescendo fora de
controle. Desde que comecei a apresentar programas, 60 anos atrás, a
população humana quase triplicou”.
Segundo seus cálculos, em 1950, quando começou sua carreira como
apresentador, a população mundial era de 2,53 bilhões de pessoas. Em
2013, 63 anos depois, estima-se que a população seja de 7,16 bilhões. Os
números confirmam que, de fato, é quase o triplo.
Portanto, se a população continuar crescendo na mesma velocidade,
triplicará novamente em 60 anos. Sendo assim, pode chegar a quase 40
bilhões até o final do século 21.
Em janeiro, Attenborough já havia alertado nos EUA que “A humanidade é
uma praga sobre a terra”. E fez um apelo para que os governos tentasse
limitar o crescimento populacional do mundo.
Já as projeções da ONU são diferentes, até 2100 seriam menos de 11
bilhões, cerca de 50% a mais do que temos hoje. O motivo é que o
crescimento da população deve desacelerar nas próximas décadas,
especialmente nos países mais desenvolvidos. A cada dois anos, a ONU
publica o documento Perspectivas da População Mundial, que monitora
essas tendências.
Sanjeev Sanyal, estrategista global do Banco Deutsche contesta.
“Quando vi esses números, percebi que certamente eles estavam errados”,
disse. O documento mais recente saiu em junho deste ano.
Por que os bancos se importariam tanto com as projeções de
crescimento da população? Isso faz parte de suas previsões e modelos de
negócio. Afinal, são necessárias projeções de consumo de energia e de
produção de alimentos, que poderiam interferir nos lucros das empresas.
Logo, estrategistas como Sanyal examinam estes dados cuidadosamente.
Para ele, as projeções da ONU são “difíceis de entender”. “Se você
olhar para as taxas de fertilidade em grandes partes do mundo, baseadas
no número de filhos que uma mulher tem ao longo da vida, verá que elas
estão abaixo do que seria necessário para substituir a população”,
afirma.
Nesse momento entra em questão o que se chama de “taxa de
substituição”, que considera o número de nascimentos e de óbitos a cada
ano. “Grande parte dos países da Europa, Japão e grandes países, como a
China e Brasil, não produzem os esperados 2,2 ou 2,3 bebês por mulher.
Algumas nações estão muito abaixo dessa média. Portanto, é quase certo
que estes grandes países verão um rápido declínio de suas populações
dentro de algumas décadas”.
Alguns demógrafos acreditam que até 2020 a fertilidade global cairá
abaixo da taxa de substituição pela primeira vez na história. O motivo
seria por que o mundo está ficando mais rico. Quando as pessoas ficam
mais ricas têm menos filhos, tendência percebida nos países mais
desenvolvidos, desde os Estados Unidos, passando pela Europa e chegando
até a Ásia. Por outro lado, nas partes mais pobres do mundo,
principalmente da África subsaariana, ainda persistem os altíssimos
índices de fertilidade.
Há uma tendência nos países em desenvolvimento de populações em
rápida expansão. Na Nigéria, por exemplo, os atuais 160 milhões devem
chegar a quase um bilhão até o final do século. Isso não convence
Sanyal. “Os nigerianos certamente irão reconhecer em algum momento, que
suas terra estão ficando lotadas e vão parar de ter tantos filhos”,
acredita.
Para ele, a população da Nigéria em 2100 será de 600 milhões. Também
crê em um crescimento menor nos dois maiores países do mundo. Prevê que a
população da China será 60 milhões menor e na Índia, 100 milhões aquém
das previsões da ONU.
Obviamente, questões como imigração são mais difíceis de prever. De
modo geral, Sanyal aponta para a população mundial em torno de 8,7
bilhões por volta de 2050, mas caindo para cerca de 8 bilhões até o
2100. No total, seria apenas um bilhão a mais do que temos agora, uma
grande diferença para os 11 bilhões apontados pela ONU.
Embora seja impossível determinar como o mundo que vivemos estará no
final do século, alguns elementos são facilmente identificáveis. Caso se
confirme essa superpopulação, algo que já pode ser verificado na China e
na Índia, o resultado é o crescimento da pobreza. Com isso, surgem
consequências como proliferação de doenças, escassez de comida e de
recursos hídricos. Consequentemente, aumenta-se a expectativa de guerras
pelo controle desses bens.
O Centro de Diversidade Biológica dos EUA mostrou que a maioria das
pessoas acreditam que o crescimento desordenado da população provocaria
aquecimento global. Com informações de Gospel Prime , BBC e Usa Today.
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