Um cidadão belga de 44 anos optou pela eutanásia no domingo (29) depois de passar por várias operações para mudança de sexo – de mulher para homem, com as quais não ficou satisfeito, a informação foi divulgada nesta terça-feira (1º) pela imprensa belga.
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O fato aconteceu após a reabertura do
debate da lei belga sobre a eutanásia, que permite aos médicos aplicá-la
a doentes que solicitem e sofram com doenças incuráveis que ocasionam
“sofrimentos físicos ou psíquicos constantes e insuportáveis”.
Sofrimento
Vários meios de comunicação belgas
publicaram nesta terça-feira o caso de Nathan Fleming, um cidadão que
nasceu mulher há 44 anos no município de Hamme e que decidiu solicitar o
suicídio assistido no domingo passado após três intervenções para
mudança de sexo que não cumpriram suas expectativas.
O médico que supervisionou a eutanásia, o
doutor Wim Distlemans da universidade bruxelense VUB, afirmou que se
tratava “de um caso claro de sofrimento psíquico insuportável”, por isso
que em sua opinião foram cumpridas as condições legais para aplicar o
suicídio assistido, em declarações ao jornal Het Laatste Nieuws.
Nathan, cujo nome de nascimento era
Nancy, era a única menina da família, pois seus pais já tinham três
meninos, e por isso ela se considerava “a menina que ninguém queria”,
segundo declarou ao jornal, 24 horas antes de sua morte. Já com 42 anos,
Nancy pôde cumprir “seu verdadeiro sonho” e se submeter a um tratamento
hormonal, seguido posteriormente de uma mastectomia e finalmente da
implantação de um pênis, embora nenhuma destas operações “tenha cumprido
com seus desejos”, acrescentou a publicação.
Eutanásia legalizada
A eutanásia foi descriminalizada na
Bélgica desde 2002, e em dezembro de 2012 o Parlamento belga começou a
discutir uma possível reforma legislativa para ampliar o suicídio
assistido aos menores e às pessoas que sofrem doenças mentais
degenerativas, como o mal de Alzheimer. A lei sobre a eutanásia prevê
que um segundo médico deve ser consultado antes da prática de qualquer
eutanásia, e inclusive, exige que haja uma terceira opinião para os
pacientes que não sofrem de doença terminal.
O número das eutanásias praticadas na
Bélgica alcançou um recorde histórico em 2012, com um total de 1.432
casos, 25% a mais que no ano precedente, segundo dados da Comissão
Federal de Controle e de Avaliação da Eutanásia. Além da Bélgica, o ato
na Europa está legalizado na Holanda, Luxemburgo e Suíça.
Fonte: O Dia
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