Desde a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as palestras mensais sobre justiça social realizadas na capela gótica de 600 lugares do Seminário Teológico da União de Nova York têm ficado lotadas, o que significa três vezes mais público do que o normal.
Em janeiro, a escola de graduação de 181 anos de Upper Manhattan, cuja arquitetura evoca a Abadia de Westminster, em Londres, teve que recusar mil pessoas que queriam assistir a uma palestra sobre encarceramento em massa.
Nos nove anos transcorridos desde que assumiu a presidência, a reverenda Serene Jones jamais viu tamanho comparecimento.
“A eleição de Trump foi um toque de trombeta para as igrejas protestantes e católicas da América saírem da posição de basicamente professarem políticas progressistas para realmente agirem”, disse.
Embora não tão poderosa quanto a direita religiosa, que vem recebendo crédito por ajudar a eleger presidentes republicanos e que se vangloria de ter líderes conhecidos, como o fundador da Christian Broadcasting Network, Pat Robertson, lentamente a “esquerda religiosa” vem ganhando corpo como uma força política nos EUA.
O grupo díspar, tradicionalmente considerado pouco influente, está sendo impelido ao ativismo político devido às políticas de Trump para a imigração, o sistema de saúde e o bem-estar social, de acordo com membros do clero, ativistas e acadêmicos.
Um teste crucial será o quanto essa força irá traduzir sua mobilização em votos nas eleições legislativas de meio de mandato em 2018.
“Um dos segredinhos sujos da política americana é que sempre existiu uma esquerda religiosa e que ela simplesmente não fez um bom trabalho de organização”, disse J. Patrick Hornbeck II, presidente do conselho do departamento de teologia da Universidade Fordham, uma escola jesuíta de Nova York.
“Foi preciso uma crise, ou a percepção de uma crise, como a eleição de Trump, para fazer as pessoas da esquerda religiosa realmente assumirem sua religião em praça pública”, opinou Hornbeck.
O ativismo religioso progressista é parte da história norte-americana. Líderes religiosos e seus seguidores desempenharam papéis nas campanhas de abolição da escravidão, de defesa dos direitos civis e pelo fim da guerra do Vietnã, entre outros. Orecente retorno do ativismo religioso de inclinação à esquerda acompanhou o raiar do governo Trump.
Parte da esquerda religiosa se inspira no papa Francisco, que tem sido um crítico explícito das políticas anti-imigrantes e um paladino da ajuda aos necessitados.
Embora seja difícil medir o apoio da esquerda religiosa, seus líderes indicam vários exemplos, como o aumento de congregações que oferecem santuário para imigrantes em busca de asilo, igrejas que exortam republicanos a repensarem a revogação da lei de saúde do ex-presidente Barack Obama e os clamores para se manter os gastos federais com ajuda internacional.
O número de igrejas oferecendo acolhida a postulantes de asilo dobrou para 800 em 45 dos 50 Estados norte-americanos depois da eleição, informou o Serviço Mundial da Igreja, sediado em Elkhart, Indiana.
Fonte: Exame.com
Em janeiro, a escola de graduação de 181 anos de Upper Manhattan, cuja arquitetura evoca a Abadia de Westminster, em Londres, teve que recusar mil pessoas que queriam assistir a uma palestra sobre encarceramento em massa.
Nos nove anos transcorridos desde que assumiu a presidência, a reverenda Serene Jones jamais viu tamanho comparecimento.
“A eleição de Trump foi um toque de trombeta para as igrejas protestantes e católicas da América saírem da posição de basicamente professarem políticas progressistas para realmente agirem”, disse.
Embora não tão poderosa quanto a direita religiosa, que vem recebendo crédito por ajudar a eleger presidentes republicanos e que se vangloria de ter líderes conhecidos, como o fundador da Christian Broadcasting Network, Pat Robertson, lentamente a “esquerda religiosa” vem ganhando corpo como uma força política nos EUA.
O grupo díspar, tradicionalmente considerado pouco influente, está sendo impelido ao ativismo político devido às políticas de Trump para a imigração, o sistema de saúde e o bem-estar social, de acordo com membros do clero, ativistas e acadêmicos.
Um teste crucial será o quanto essa força irá traduzir sua mobilização em votos nas eleições legislativas de meio de mandato em 2018.
“Um dos segredinhos sujos da política americana é que sempre existiu uma esquerda religiosa e que ela simplesmente não fez um bom trabalho de organização”, disse J. Patrick Hornbeck II, presidente do conselho do departamento de teologia da Universidade Fordham, uma escola jesuíta de Nova York.
“Foi preciso uma crise, ou a percepção de uma crise, como a eleição de Trump, para fazer as pessoas da esquerda religiosa realmente assumirem sua religião em praça pública”, opinou Hornbeck.
O ativismo religioso progressista é parte da história norte-americana. Líderes religiosos e seus seguidores desempenharam papéis nas campanhas de abolição da escravidão, de defesa dos direitos civis e pelo fim da guerra do Vietnã, entre outros. Orecente retorno do ativismo religioso de inclinação à esquerda acompanhou o raiar do governo Trump.
Parte da esquerda religiosa se inspira no papa Francisco, que tem sido um crítico explícito das políticas anti-imigrantes e um paladino da ajuda aos necessitados.
Embora seja difícil medir o apoio da esquerda religiosa, seus líderes indicam vários exemplos, como o aumento de congregações que oferecem santuário para imigrantes em busca de asilo, igrejas que exortam republicanos a repensarem a revogação da lei de saúde do ex-presidente Barack Obama e os clamores para se manter os gastos federais com ajuda internacional.
O número de igrejas oferecendo acolhida a postulantes de asilo dobrou para 800 em 45 dos 50 Estados norte-americanos depois da eleição, informou o Serviço Mundial da Igreja, sediado em Elkhart, Indiana.
Fonte: Exame.com