Polícia do Laos expulsa famílias cristãs da cidade

LAOS (9º) - Policiais de Katin, no sul do Laos, obrigaram mais seis famílias cristãs a renunciarem à sua fé ou elas serão expulsas da cidade no princípio do próximo ano, informou o grupo de ações institucionais da Human Rights Watch para a Liberdade Religiosa no Laos (HRWLRF).

O prefeito de Katin e o oficial de assuntos religiosos da cidade, junto com os órgãos de segurança, abordaram as seis famílias com ameaças, depois de haverem expulsado 11 cristãos, perfazendo um total de 48 pessoas desde o início da perseguição aos cristãos em Katin em janeiro último.  As seis famílias que estão agora sob ameaça se converteram por ocasião dos episódios violentos daquele mês.

A remoção em massa de janeiro foi seguida de meses de ameaças e abusos, incluindo o confisco de víveres, gado e outros bens, da detenção de 80 cidadãos – entre homens, mulheres e crianças – no pátio de uma escola, e da morte por asfixia de um camponês cristão.

De acordo com a HRWLRF, imediatamente após a expulsão, mais duas famílias em Katin se tornaram cristãs, apesar do risco evidente para a sua segurança pessoal. O prefeito da cidade autorizou que elas permanecessem em Katin, mas avisou aos moradores que as suas casas seriam derrubadas caso eles mantivessem contato com os cristãos proscritos.

Nos meses seguintes, os cidadãos expulsos sentiram a falta de um abrigo adequado, de comida e de água, padecendo de infecções nos olhos e na pele, de diarréia e de desidratação, tendo ocorrido até a morte de um cristão.  As autoridades de Katin também impediram o acesso das crianças cristãs à escola da cidade.

No princípio de maio, os policiais autorizaram que os cristãos retornassem a Katin para se abastecerem de arroz nos celeiros de suas famílias, a fim de que não morressem de fome, informou outra fonte sob condição de anonimato. Algumas famílias proscritas, na ocasião, aproveitaram tentaram cultivar suas plantações, para não perderem tudo, mas a lida no campo foi extremamente difícil, uma vez que o governo confiscou seus búfalos, que são indispensáveis para o cultivo da terra no Laos.

Tradução: Joel Macedo