sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Iraque: “Não enganem os cristãos!”


Arquidiácono exige defesa dos seguidores de Jesus


KÖNIGSTEIN IM TAUNUS, terça-feira, 18 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - O arquidiácono Emanuel Youkhana, coordenador da ajuda humanitária às famílias cristãs no Iraque, exigiu, numa conversa com a associação católica Ajuda à Igreja que Sofre, que o mundo ocidental e o governo iraquiano "'deem nomes aos bois', ou seja, que reconheçam que os cristãos são vítimas de ataques sistemáticos que buscam fazê-los abandonar o país".

O Pe. Emanuel criticou o fato de o governo iraquiano negar isso e de que, na comunidade internacional, cada vez mais surjam vozes que afirmam que o terror "não se dirige aos cristãos, mas a todos". Também enfatizou que não é suficiente condenar o que aconteceu.

"A Constituição deve dar aos cristãos os mesmos direitos e não convertê-los em cidadãos de segunda ou terceira", exigiu o arquidiácono, acrescentando que tampouco basta "simplesmente limitar-se a proteger as igrejas, porque... o que acontece então com as escolas, com as casas, com a vida cotidiana?".

O presbítero disse que a vida dos cristãos sofre cada vez mais restrições e muitos só pensam em fugir. De um milhão de cristãos que havia, restam apenas cerca de 300 mil, afirmou.

Em sua opinião, a tarefa mais importante das Igrejas cristãs é infundir a confiança e esperança. "Mesmo antes que o país caísse, as pessoas desmoronaram psicologicamente. O país inteiro está traumatizado", explicou, ressaltando que as terapias para tratar dos traumas são especialmente importantes para crianças e jovens.

O arquidiácono vê a necessidade de reparar o dano social, resultado de guerras e conflitos internos violentos, e restaurar a consciência da dignidade humana.

Para ele, a Igreja tem um papel importante aqui, porque transmite uma mensagem de esperança e porque diz: "Não tenham medo!". No entanto, reconheceu que é importante também o apoio material, pois o próprio Jesus não se limitou a pregar, mas ajudou de forma concreta e material.

Em sua opinião, o futuro dos cristãos do Iraque não depende deles. O governo iraquiano não faz nada e os cristãos estão "indefesos, mas não desesperados". O arquidiácono disse que a esperança não pode se basear em palavras, mas, no entanto, é importante que a mídia informe sobre a situação dos cristãos.
A Igreja e as associações como a Ajuda à Igreja que Sofre são um "forte apoio moral e material", mas a Igreja não dispõe dos recursos necessários para preparar toda a infraestrutura ou para operar mudanças políticas. "Aqui, disse o Pe. Youkhana, os governantes têm de agir."

Alguns especialistas dizem que a contínua perseguição de cristãos no Iraque é a pior de todos os tempos. Algumas semanas atrás, uma célula iraquiana do grupo terrorista Al Qaeda declarou a todos os cristãos do Oriente Médio "objetivos legítimos" de ataques. E os atentados e sequestros não param.

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