A Indonésia está localizada no Sudeste do continente asiático e é o mais extenso arquipélago do planeta, estendendo-se desde o Oceano Índico até o Pacífico. Abrange cerca de 17 mil ilhas, das quais seis mil são inabitadas. Em geral, as ilhas apresentam planícies costeiras e montanhas no interior. Densas florestas estão presentes em dois terços do território indonésio.
População
Mais de 237 milhões de pessoas vivem no país, tornando a Indonésia o lar da maior população muçulmana do mundo. A população varia de agricultores de subsistência na zona rural à moderna elite na zona urbana. Há diversos grupos étnicos que falam mais de 300 idiomas. A maioria desses grupos ainda não foi alcançada pelo evangelho.
História
A Holanda começou a colonizar a Indonésia no começo do século XVII. As ilhas foram ocupadas pelo Japão de 1942 a 1945. A Indonésia declarou sua independência depois da saída do Japão, mas foram necessários quatro anos de negociações descontínuas, recorrente hostilidade e mediações da ONU até a Holanda concordar em abrir mão de sua colônia, em 1949.
Em 2005, a Indonésia chegou a um acordo de paz histórico com separatistas armados de Aceh, que levou às eleições democráticas em dezembro de 2006. A história recente do país é marcada por desastres.
O Tsunami de 2004 matou 167.700 pessoas. Em 2006, o país foi sacudido por um terremoto na província de Yogyakarta, que deixou mais de cinco mil mortos e 32 mil feridos. No mesmo ano, um “vulcão de lama”, causado por um acidente industrial, começou a tomar conta da cidade de Sidoarjo e desalojou mais de 11 mil pessoas.
Governo e economia
Atualmente, o país se esforça para diminuir a pobreza, evitar o terrorismo, consolidar a democracia (depois de quatro décadas de autoritarismo), implementar reformas no setor econômico, conter a corrupção, e responsabilizar o Exército e a polícia pelas violações de direitos humanos cometidas.
A Igreja
O cristianismo chegou à Indonésia com os portugueses, em 1511, nas Molucas e continua a ser uma forte religião no leste do país. Missionários holandeses vieram no século XVII, acompanhando os colonizadores.
Baseado na estimativa informal dos líderes da Igreja, há aproximadamente 35 milhões de cristãos no país, incluindo católicos. Dos cristãos, 12,6% é protestante e 7,20% é católico.
Embora hoje a Igreja enfrente sérios desafios, ela continua a crescer. Alguns acreditam que a taxa de crescimento anual dos evangélicos seja de 4%: 504 mil ao ano.
A Igreja indonésia está dividia em quase 400 denominações. Cem delas foram registradas na Aliança de Igrejas da Indonésia, a maior organização cristã no país. O governo reconhece a instituição como representante nacional dos cristãos. Contudo, muitas igrejas se mostram descontentes com ela, pois a Aliança não consegue canalizar a aspiração dos cristãos. Ela se mostra reservada quando o assunto é a religião no país.
O governo fez regras estritas para o trabalho de missionários estrangeiros no país. A exceção é para as pessoas que tenham grau de mestrado e queiram contribuir para o desenvolvimento dos indonésios. Há organizações cristãs que realizam ministérios de ajuda humanitária e ação social na Indonésia.
A perseguição
A Constituição reconhece a liberdade religiosa e o governo geralmente a respeita. Igrejas podem ser edificadas e escolas podem ter cursos cristãos no currículo. Até alguns feriados cristãos são celebrados nacionalmente. Entretanto, existe um claro favorecimento aos muçulmanos. Na posição de país com a maior população islâmica do mundo, as autoridades se veem obrigadas a atender os desejos das entidades e líderes islâmicos.
Alguns desses líderes usam de meios legais para oprimir a Igreja. Isso fez com que várias congregações fossem fechadas. Há uma lei que diz que se a comunidade se opõe a uma igreja, esta pode ser fechada.
Além disso, há os radicais muçulmanos que incitam a violência contra os cristãos, atacando-os e com violência. O governo tem lutado contra grupos extremistas, levando a julgamento aqueles que comentem atos terroristas contra as comunidades cristãs ou a população em geral.
Há uma forte pressão para que a sharia (lei islâmica) seja implementada no país. Atualmente, Aceh é a única província autorizada a usar a sharia. Mas governos fora da província promulgaram leis incorporando elementos dessa lei, o que suprimiu os direitos das mulheres e das minorias religiosas. O governo não usou sua autoridade constitucional em assuntos religiosos para rever ou derrubar essas leis regionais.
As pessoas de minorias religiosas, como os cristãos, experimentam discriminação em serviços públicos, como na emissão de certidão de nascimento, casamento e carteira de identidade. Os ex-muçulmanos são o grupo que mais sofre. Eles se tornam alvos fáceis da hostilidade de familiares, da sociedade e funcionários públicos. A sociedade, no geral, agitada pelos muçulmanos fundamentalistas, apresenta uma tolerância cada vez menor às pessoas que abandonam o islamismo por outra religião.
Mais ao leste, a cidade-ilha de Ambon e outras partes da província de Molucas são palco de recentes choques e distúrbios sectaristas. No início de 1999, o adolescente Roy Pontoh, de apenas 15 anos, foi esquartejado na frente dos membros de sua igreja, durante um retiro.
A Indonésia tem uma longa tradição de violência religiosa entre muçulmanos e cristãos. A região de Poso se transformou em um campo de batalha entre os anos de 1999 e 2001, em que os conflitos deixaram mais de mil mortos e deslocaram milhares de pessoas.
Nos últimos anos, os cristãos têm sofrido mais pressão. O islamismo avança no país.
Em 29 de outubro de 2005, esta cidade enfrentou mais uma história de martírio, mas também de perdão. Três meninas cristãs foram decapitadas, e uma quarta foi gravemente ferida, ao sair de uma escola cristã na Indonésia. Theresia Morangke, 15, Alfita Poliwo, 17, Yarni Sambue, 15, morreram imediatamente. Com uma larga cicatriz que vai do pescoço até embaixo do olho direito, Noviana Malewa, a única sobrevivente do ataque, disse que ela e suas amigas pegavam um atalho para a escola através da mata e das plantações quando encontraram no caminho cinco homens mascarados.
Enquanto Noviana fugia, sangrando, os assassinos pegaram a cabeça de suas amigas, colocaram-nas em sacos plásticos e levaram-nas às partes cristãs da pequena cidade de Poso: uma delas em uma varanda e as outras duas na rua, em frente a uma igreja.
Três homens foram julgados, sob as leis de antiterrorismo, por decapitarem as três jovens cristãs, e foram sentenciados por envolvimento em “ato de terrorismo pelo uso de força, causando perda de vidas”. Um dos assassinos admitiu ter planejado o assassinato como uma “oferta” para celebrar o Idul Fitri, um festival que marca o fim do Ramadã, mês muçulmano de jejum. As decapitações também foram realizadas como forma de vingar os muçulmanos que morreram durante conflitos inter-religiosos na província de Sulawesi Central entre 1998 e 2001.
No dia 20 de novembro de 2005, a polícia indonésia organizou um encontro entre as famílias das vítimas e os três terroristas. Hasanuddin, que planejou o triplo assassinato, disse várias vezes que tinha se arrependido e expressou sua profunda tristeza, juntamente com seus dois cúmplices.
Os pais das três garotas cristãs perdoaram os assassinos de suas filhas. Em lágrimas, a mãe de uma das garotas disse que estava pronta para perdoá-los. Os militantes islâmicos e as famílias cristãs se abraçaram e apertaram as mãos em sinal de paz.
Motivos de oração
1. Ore pelas eleições. Em 2009, haverá eleições gerais na Indonésia. Ore para que o governo escolhido administre a nação de acordo com os valores de Deus.
2. A Igreja tem sofrido intensamente os efeitos dos conflitos étnicos e das tensões religiosas. Recentemente, a Indonésia tem vivido dias de intensos conflitos e choques religiosos que resultam em inúmeras mortes e significativos danos à economia. O recrudescimento da violência contra a minoria cristã, particularmente em Java e Sumatra, já resultou na morte de pelo menos dez cristãos e na destruição de dezenas de igrejas. Ore pedindo que as tensões cessem e que os cristãos possam servir à Indonésia por meio de um ministério de reconciliação.
3. O governo indonésio não é orientado pelo islamismo. Isso tem deixado os muçulmanos do país descontentes. Ore para que a Igreja seja sábia e tenha discernimento sobre como agir.
Fonte: Portas Abertas
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