segunda-feira, 18 de março de 2013

Socialismo e Islamismo radical: Como o Ocidente ´ainda´ não percebeu as implicações desta junção?


"O SOCIALISMO DOS TOLOS"



Aleida, filha de Che Guevara, quando esteve no Irã, em 2007.
Um glorioso choque cultural que recentemente aconteceu no Irã fez-me rir em voz alta. Os filhos de Che Guevara, o pin-up revolucionário, foram convidados à Universidade de Teerã para comemorar o 40º aniversário da morte de seu pai e para celebrar a crescente solidariedade entre "esquerda e o Islã revolucionário", participando numa conferência parcialmente custeada pelo presidente venezuelano Hugo Chavez.

Houve saudações fraternais e sorrisos gerais à medida que eram denunciadas “as ambições planetárias devoradoras” dos Estados Unidos da América. Mas foi então que um dos oradores, Hajj Saeed Qassemi, o coordenador da Associação dos Voluntários Mártires-Suicidas (que presumivelmente se mantém vivo desinteressadamente em nome da causa), revelou que Che era “um homem verdadeiramente religioso que acreditava em Deus e que odiava o comunismo e a União Soviética”.
Terroristas suicidas palestinos posando com crianças treinadas para a guerra.

Aleida, a filha de Che, interrogou-se se algo se teria perdido na tradução. “O meu pai nunca mencionou Deus”, disse ela, para consternação da assistência. “Ele nunca conheceu Deus”. Na confusão, Aleida e o irmão foram rapidamente acompanhados à saída e escoltados para o hotel. “No fim do dia, os dois Gueveras tinham-se tornado ‘não-pessoas’. A imprensa controlada pelo Estado subitamente esqueceu sua existência”, registrou o escritor iraniano Amir Taheri.

Depois da sua partida, Qassemi prosseguiu afirmando que Fidel Castro, o “guia supremo” de Che Guevara, é também um homem de Deus. “A União Soviética acabou”, disse ele. “A liderança dos oprimidos passou para a nossa república islâmica. Aqueles que querem destruir a América têm de perceber isto e deixar os jogos de palavras”.
Charge dizendo: "Nós amamos a inabilidade americana de ligar os pontos.".
Este texto é o princípio de um artigo assinado por Sarah Baxter no Sunday Times de Londres (onde são analisadas as irrefletidas e afetuosas relações entre a esquerda “revolucionária” ocidental e o fundamentalismo islâmico). O texto pode ser lido na integra em Times Online – Where do you stand in the new culture wars? (
www.timesonline.co.uk/tol/news/world/middle_east/article2701379.ece).

Mas sintomático é também o fato dos emblemáticos filhos de Guevara (e Hugo Chavez, Daniel Ortega e Evo Morales antes deles) nem terem pensado duas vezes em associar-se à figura sinistra de Ahmadinejad – o testa de ferro de um regime que demanda o extermínio dos judeus, persegue minorias étnicas e religiosas no seu território (ver Iran: Death penalty/stoning - Amnesty International [http://web.amnesty.org/library/Index/ENGMDE131132006?open] e Murder with Impunity: Iran targets the Baha’i – again [www.weeklystandard.com/Content/Public/Articles/000/000/014/284idyfu.asp]; executa comunistas e homossexuais (ver Report: Iran Gay Teens Executed [www.365gay.com/newscon05/07/072105iran.htm]; Iran:Two More Executions for Homosexual Conduct - Human Rights Watch [http://www.hrw.org/english/docs/2005/11/21/iran12072.htm])… e nos últimos tempos, após a infame “conferência” para negar a veracidade do Holocausto, se tornou a “luz” que ilumina as cabeças (algumas raspadas) de energúmenos neonazistas. (
Para acessar os sites, copie-os e cole-os no seu navegador. Grifo nosso.).

Grupo ´Fraternidade Islâmica´ e socialistas revolucionários em protesto no Cairo.
Outro exemplo dessa estranha relação simbiótica, entre movimentos que racionalmente seriam naturalmente opostos, é o encontro que reúne anualmente, no Cairo, esquerdistas revolucionários europeus (a esmagadora maioria dos quais “ateus, laicos e republicanos”) e membros da Fraternidade Islâmica, uma organização cujo lema é: “Alá é o nosso objetivo. O Profeta o nosso líder. O Corão a nossa lei. Jihad é o nosso caminho. Morrer pelo caminho de Alá é a nossa maior esperança.”. O programa da reunião de maio último, dispensa comentários e foi recentemente publicado na outrora respeitada revista marxista Monthly Review e pode ser lido em “Resistance Movements Unite! Cairo International Conference and Liberation Forum” (http://mrzine.monthlyreview.org/cairo021107.html).

Unidos por ideais comuns de um antiamericanismo e de um anti-semitismo primários, o fanatismo religioso e aqueles que sopram as últimas cinzas do materialismo dialético vão encontrando terreno comum naquilo que, nos finais do século XIX, August Bebel chamou “o socialismo dos tolos”.


Fonte: VINACC

NOTA: Como diz o autor, é uma simbiose estranha, contudo previsível. Sob a pseudo-tese de lutar contra ´pretensões imperialistas´ do Ocidente (combalido, ´pós-cristianizado´, laico e totalmente aberto até às manifestações públicas de ódio islâmico) e um extremismo conservador que só existe nas mentes dos que querem varrer o planeta com uma jihad de sangue, os radicais islâmicos e os tradicionais inimigos do modelo de liberdade sócio-econômica histórico do Ocidente unem forças contra o ´terrível´ inimigo. Há um inimigo sim que, ao que tudo indica, será logo suprimido: A liberdade.

Em Cristo Jesus,

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