(Esta matéria foi preparada por mim em 1989, por solicitação dos missionários Nornam e Judy Andersen, para ser usada como um dos capítulos do livro Como Posso Ser Feliz?, publicado pelo Instituto por Correspondência Internacional, de Campinas, São Paulo, SP)
– Se eu não morrer de enfarto,vou meter uma bala na cabeça – disse eu para mim mesmo. A falência da minha fábrica era iminente.
– Noeli, nossa situação é muito grave – eu disse para a minha esposa, que não sabia da nossa real situação.
– Por quê? – ela perguntou, espantada.
– Estamos perdendo dinheiro, propriedades e não há meios de controlar a torrente de prejuízos. Não vou aquentar ter de encarar nossos credores e receber uma acusação de fracasso. Fatalmente, temos de decretar nossa falência. Estou arrasado. Sou novo ainda, mas creio que meu coração não vai aguentar. Fracassamos.
Em 1968, minha fábrica de enlatados era a terceira maior da cidade de São Paulo. Porém, inesperadamente, caí da alta posição que havia alcançado na vida comercial e social. Havia dado passos maiores que as pernas.
O que houve? Uma concorrência desigual, a inflação, os juros e o aumento de preços me levaram à falência. Fui derrotado ao tentar ser alguém na vida. Eu era, ao mesmo tempo, culpado e vítima da minha derrota. Então nos lembramos de Deus.
Que Deus? Noeli foi a primeira a lembrar-se dele. O Deus da nossa juventude. O Deus que eu pensava que conhecera na Igreja Católica Apostólica Romana. O Deus que tinha poder para fazer tudo.
– Será que ele fará algo por nós agora? – minha esposa perguntou.
– Não sei. Acho que não.
Eu nunca havia buscado a Deus com fervor. Agora, forçado a reconhecer e a enfrentar a realidade do fracasso, voltei-me para ele. Busquei-o de coração. Busquei o Deus de nossa juventude.
Porém, eu estava precisando desesperadamente de uma resposta imediata, do meu jeito. Porém, em vez de recebê-la, vi-me cercado de dúvidas e incertezas. Disseram-me:
– Olhe, se você fizer uma novena, pode ser que... Se acender uma vela para tal santo, pode ser que... se rezar o terço, pode ser que... Se fizer isso, se fizer aquilo, pode ser que...
Eu queria uma resposta concreta, segura, rápida, mas não a encontrei na religião da minha mocidade. O que eu não sabia era que a minha busca pela a solução dos meus problemas iria nos levar para dentro de um abismo, um verdadeiro inferno. E que inferno! Eu iria passar por uma situação pior do que tudo o que eu podia imaginar. Pior até do que a falência da minha empresa.
A BUSCA DESESPERADA DE UMA SOLUÇÃO
Procurando uma saída para minha grave situação, segui o conselho de alguns amigos, que me disseram:
– Procure o espiritismo.
Então, fui conhecer a “mesa branca”. Lá me disseram:
– Você é médium. Tem que desenvolver sua mediunidade. O espírito do seu sogro está perto de você, e precisa de luz. Você pode ajudá-lo.
Ensinaram-me também as doutrinas da reencarnação e a salvação pelas boas obras e pelo sofrimento. Porém, também ali, as coisas que foram prometidas não aconteceram. Não obtive a solução de nada. Então eu disse para a minha esposa:
– Vamos experimentar o chamado espiritismo de terreiro, a umbanda.
Envolvi-me nas correntes afro-brasileiras, com os caboclos e índios. Eles me disseram:
– Alguém fez um trabalho para prejudicar sua vida.
Não sei quem havia feito a macumba contra mim. E nem sei se realmente essa macumba existia. O que descobri foi, por um lado, a realidade, e por outro, o engano. Engano, por que muitos dizem receber um espírito e nem sempre o recebem. Realidade, porque o meu corpo passou a ser habitado por outro espírito além do meu. Ele se manifestava, movimentava-se. Falava através da minha boca. Sofri muito, e a minha vida piorou.
Quando eu reclamei que nada daquilo estava me ajudando, mandaram-me para o candomblé.
– Olhe, o trabalho que fizeram contra você está nas águas. Você precisa se limpar no mar.
– Limpar-me no mar? Como?
– Fazendo oferendas para Yemanjá.
Aceitei o conselho, e realizei pra valer todas as práticas ritualísticas do candomblé. Fiz o que qualquer pessoa, dotada de bom-senso, não faria. Fui obediente em tudo, ao pé da letra.
E quando eu pensava que as coisas iam melhorar para mim, começaram os desentendimentos no lar. Passamos a brigar, coisa que antes nunca tínhamos feito. Minha esposa e meus filhos mudaram o comportamento comigo, e eu com eles. As crianças perguntavam à mãe:
– O que há com papai? Ele anda tão esquisito. Parece que não nos ama mais. Por que, mamãe?
– Não sei, crianças.
Foi então que um dia, em casa, eu e a Noeli ouvimos um grito que nos deu calafrios.
– Papai, alguém está subindo pela escada e está chegando no nosso quarto – gritaram as crianças.
Corri para o corredor.
– Não vejo ninguém – respondi.
Noeli, que estava logo atrás de mim, perguntou:
– Que cheiro é esse, Cássio? Quem está queimando velas aqui em casa?
– Que eu saiba, ninguém – respondi.
Eram fenômenos sobrenaturais nos assolando dentro de casa. As crianças passaram a ver coisas aterrorizantes. Não dormiam. O medo estava destruindo o nosso lar. Aterrorizada, aflita e profundamente infeliz, minha esposa perguntou:
– É desse jeito que o espiritismo resolve os problemas da gente?
O mais absurdo foi o fato de eu ter insistido em procurar no espiritismo a paz que nós havíamos perdido, e a solução para os nossos problemas.
ATACADO PELO DEMÔNIO DA DEPRESSÃO E DO SUICÍDIO
Persisti em procurar a paz enquanto me sentia preso pelos espíritos, por forças sobrenaturais. Foi então que, além do espírito que dizia ser meu guia, passei a receber um cujo nome era Exu. Minha situação piorou. Exu me havia dito: “Cássio, se você me deixar usar seu corpo para me manifestar, eu vou tirá-lo dessa péssima situação. Mas, se você não ceder à minha vontade, perderá o sono, o apetite e a vontade de viver. Você morrerá de fome e de tristeza. Qual é a sua resposta?”
Não pude responder. O medo me dominou. Porém, dali por diante, Exu tomou conta do meu corpo. Minha vida se tornou um verdadeiro inferno. Vivia ansioso, fumava cinco maços de cigarros por dia. Comecei a pensar insistentemente no suicídio, para fugir daquela situação.
A essa altura, sem eu saber, Noeli estava fazendo planos de matar as crianças e a mim, e depois se matar. Quando fiquei sabendo desses planos, pensei: "Chegamos ao fim. Não estou lendo isto num jornal. Está acontecendo comigo e com minha família. Acabou".
Porém, tanto a mim quanto à Noeli faltou coragem para destruir os nossos filhos e nos destruirmos. A verdade é que Deus tinha outros planos para nós. Concluímos que havíamos chegado ao fundo do poço. E então Deus nos deu forças para lutarmos. Resolvi afastar-me do espiritismo, e resistir, de todas as maneiras, aos ataques do inimigo, às incorporações. Eu não sabia como, mas iria lutar, buscar socorro.
Porém, em um ataque que para ele seria definitivo, Exu cumpriu suas ameaças. Fiquei sem apetite, e fui acometido de insônia total. Submeti-me a tratamentos médicos. Caí em profunda depressão. Sofri desse mal durante quase dois anos. Planejei meu suicídio diversas vezes, mas sempre algo dava errado, e eu não conseguia executar o plano de me matar. No fim desse período, a fase pior durou três dias. Eu não comia mais nada nem dormia em momento algum. Minhas forças se acabaram.
Foi então que, com as últimas forças e lucidez que me restavam, consegui levantar-me da cama, ajoelhar-me e fazer a seguinte oração:
–Senhor Deus, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se tu realmente existes, dá-me uma nova oportunidade, socorre-me. Não aguento mais. O que será da minha esposa e dos meus filhos?
Naquela mesma noite, no quarto das crianças, minha esposa também orou:
– Ó Deus, se tu existes, socorre-me! Não aguento mais!
E Ele nos respondeu!
LIBERTOS PELO PODER DE JESUS
Deus nos ouviu. Imagine o que isto significou para nós! Os “espíritos” nos haviam enganado. Os amigos nos haviam abandonado. Parentes não sabiam o que fazer por nós. Mas Deus nos ouviu e veio em nosso socorro. Mas como isso aconteceu? Através da Noeli. Uma amiga a convidou:
– Noeli, vou a uma reunião onde falam de Jesus. Quer ir comigo?
Ela foi, e depois me contou.
– Cássio, creio que agora encontrei quem realmente pode nos ajudar.
– Como é isso, e quem é essa pessoa? – perguntei, desconfiado.
– Agora eu sei qual é o Plano de Deus para nós. Hoje descobri qual foi a razão do sofrimento de Jesus. Ele sofreu em nosso lugar, por causa dos nossos pecados. Ele nos amou tanto, que deu a Sua vida para que tivéssemos perdão e paz. É seu sangue que paga a nossa dívida para com Deus. Basta aceitarmos o que ele fez por nós. Então alcançaremos a salvação, e seremos socorridos em nossos problemas.
Para dizer a verdade, ao ouvir tudo isso, no início fiquei meio confuso desconfiado. Nunca ouvira nada disso em qualquer religião. Elas só exigiam sacrifícios, obrigações, a prática de boas obras e sofrimento.
Dois dias depois, a mesma pessoa que trouxera a mensagem de libertação à Noeli veio falar comigo. Aprendi coisas novas e maravilhosas. Aprendi que Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho Jesus Cristo, para que todo o que nele crer não precisasse mais sofrer ou morrer para pagar os seus pecados, mas pudesse ter a vida eterna (João 3.16). Era o que eu precisava.
Não disponho de espaço e tempo para contar tudo que aprendi. Mas eis um resumo do que aconteceu:
– Você quer aceitar a Jesus e ser liberto agora, Cássio?
– Sim, quero. Não aguento mais essas doenças e perseguições que os espíritos têm me causado.
Então, usando a Palavra de Deus, e na autoridade e poder do nome de Jesus, essa pessoa expulsou os demônios que habitavam em mim. Antes, fez com que todos eles se identificassem. E todos confessaram o demônio que era e me deixaram em paz.
Eu jamais havi sentido um alívio de peso na minha alma tão gande! Senti um refrigério, uma paz enorme dentro de mim. Fui liberto totalmente dos espíritos que enganam e aprisionam as pessoas no espiritismo, fingindo-se que são espíritos de pessoas que já morreram, mas são demônios! Isso aconteceu no dia 7 de novembro de 1968. Está marcado no meu calendário. Essa libertação me fez conhecer o profundo e maravilhoso amor de Deus. Antes, eu ouvira falar no Evangelho, mas agora o próprio Deus me falara. Através daquela pessoa, ele atuou em mim e libertou-me da possessão daqueles espíritos imundos. Recuperei meu apetite, e meu sono se normalizou. Recuperei minhas forças e senti o poder de Deus na minha vida. Jesus me curou totalmente da depressão.
Passei a confiar que Deus nos ajudaria a sair de nossa situação de falência de maneira sobrenatural. Nós ainda devíamos muito dinheiro, porém, após uma grande batalha, nos livramos de todas as dívidas. O que não pudemos pagar, as empresas lançaram em “lucros e perdas”. Ficamos livres para seguir o caminho que Deus nos apontaria. Nenhum credor nos incomodou mais. Deus nos deu a vitória completa!
(Alguns anos após sua conversão, Cássio Colombo tornou-se pastor, e fundou depois a dinâmica Igreja Cristo Salva, no bairro de Moema, São Paulo. Após desempenhar um ministério impactante, que marcou muitas vidas, inclusive a de pessoas que vieram a se tornar grandes líderes evangélicos de projeção nacional –Alex Dias Ribeiro, o casal Hernandez, Caio Fábio, entre outros –, o pastor Cássio Colombo, que era conhecido como Tio Cássio, partiu para encontrar-se e viver eternamente em companhia do Deus que o libertou dos enganos do espiritismo).
Jefferson Magno Costa
– Se eu não morrer de enfarto,vou meter uma bala na cabeça – disse eu para mim mesmo. A falência da minha fábrica era iminente.
– Noeli, nossa situação é muito grave – eu disse para a minha esposa, que não sabia da nossa real situação.
– Por quê? – ela perguntou, espantada.
– Estamos perdendo dinheiro, propriedades e não há meios de controlar a torrente de prejuízos. Não vou aquentar ter de encarar nossos credores e receber uma acusação de fracasso. Fatalmente, temos de decretar nossa falência. Estou arrasado. Sou novo ainda, mas creio que meu coração não vai aguentar. Fracassamos.
Em 1968, minha fábrica de enlatados era a terceira maior da cidade de São Paulo. Porém, inesperadamente, caí da alta posição que havia alcançado na vida comercial e social. Havia dado passos maiores que as pernas.
O que houve? Uma concorrência desigual, a inflação, os juros e o aumento de preços me levaram à falência. Fui derrotado ao tentar ser alguém na vida. Eu era, ao mesmo tempo, culpado e vítima da minha derrota. Então nos lembramos de Deus.
Que Deus? Noeli foi a primeira a lembrar-se dele. O Deus da nossa juventude. O Deus que eu pensava que conhecera na Igreja Católica Apostólica Romana. O Deus que tinha poder para fazer tudo.
– Será que ele fará algo por nós agora? – minha esposa perguntou.
– Não sei. Acho que não.
Eu nunca havia buscado a Deus com fervor. Agora, forçado a reconhecer e a enfrentar a realidade do fracasso, voltei-me para ele. Busquei-o de coração. Busquei o Deus de nossa juventude.
Porém, eu estava precisando desesperadamente de uma resposta imediata, do meu jeito. Porém, em vez de recebê-la, vi-me cercado de dúvidas e incertezas. Disseram-me:
– Olhe, se você fizer uma novena, pode ser que... Se acender uma vela para tal santo, pode ser que... se rezar o terço, pode ser que... Se fizer isso, se fizer aquilo, pode ser que...
Eu queria uma resposta concreta, segura, rápida, mas não a encontrei na religião da minha mocidade. O que eu não sabia era que a minha busca pela a solução dos meus problemas iria nos levar para dentro de um abismo, um verdadeiro inferno. E que inferno! Eu iria passar por uma situação pior do que tudo o que eu podia imaginar. Pior até do que a falência da minha empresa.
A BUSCA DESESPERADA DE UMA SOLUÇÃO
Procurando uma saída para minha grave situação, segui o conselho de alguns amigos, que me disseram:
– Procure o espiritismo.
Então, fui conhecer a “mesa branca”. Lá me disseram:
– Você é médium. Tem que desenvolver sua mediunidade. O espírito do seu sogro está perto de você, e precisa de luz. Você pode ajudá-lo.
Ensinaram-me também as doutrinas da reencarnação e a salvação pelas boas obras e pelo sofrimento. Porém, também ali, as coisas que foram prometidas não aconteceram. Não obtive a solução de nada. Então eu disse para a minha esposa:
– Vamos experimentar o chamado espiritismo de terreiro, a umbanda.
Envolvi-me nas correntes afro-brasileiras, com os caboclos e índios. Eles me disseram:
– Alguém fez um trabalho para prejudicar sua vida.
Não sei quem havia feito a macumba contra mim. E nem sei se realmente essa macumba existia. O que descobri foi, por um lado, a realidade, e por outro, o engano. Engano, por que muitos dizem receber um espírito e nem sempre o recebem. Realidade, porque o meu corpo passou a ser habitado por outro espírito além do meu. Ele se manifestava, movimentava-se. Falava através da minha boca. Sofri muito, e a minha vida piorou.
Quando eu reclamei que nada daquilo estava me ajudando, mandaram-me para o candomblé.
– Olhe, o trabalho que fizeram contra você está nas águas. Você precisa se limpar no mar.
– Limpar-me no mar? Como?
– Fazendo oferendas para Yemanjá.
Aceitei o conselho, e realizei pra valer todas as práticas ritualísticas do candomblé. Fiz o que qualquer pessoa, dotada de bom-senso, não faria. Fui obediente em tudo, ao pé da letra.
E quando eu pensava que as coisas iam melhorar para mim, começaram os desentendimentos no lar. Passamos a brigar, coisa que antes nunca tínhamos feito. Minha esposa e meus filhos mudaram o comportamento comigo, e eu com eles. As crianças perguntavam à mãe:
– O que há com papai? Ele anda tão esquisito. Parece que não nos ama mais. Por que, mamãe?
– Não sei, crianças.
Foi então que um dia, em casa, eu e a Noeli ouvimos um grito que nos deu calafrios.
– Papai, alguém está subindo pela escada e está chegando no nosso quarto – gritaram as crianças.
Corri para o corredor.
– Não vejo ninguém – respondi.
Noeli, que estava logo atrás de mim, perguntou:
– Que cheiro é esse, Cássio? Quem está queimando velas aqui em casa?
– Que eu saiba, ninguém – respondi.
Eram fenômenos sobrenaturais nos assolando dentro de casa. As crianças passaram a ver coisas aterrorizantes. Não dormiam. O medo estava destruindo o nosso lar. Aterrorizada, aflita e profundamente infeliz, minha esposa perguntou:
– É desse jeito que o espiritismo resolve os problemas da gente?
O mais absurdo foi o fato de eu ter insistido em procurar no espiritismo a paz que nós havíamos perdido, e a solução para os nossos problemas.
ATACADO PELO DEMÔNIO DA DEPRESSÃO E DO SUICÍDIO
Persisti em procurar a paz enquanto me sentia preso pelos espíritos, por forças sobrenaturais. Foi então que, além do espírito que dizia ser meu guia, passei a receber um cujo nome era Exu. Minha situação piorou. Exu me havia dito: “Cássio, se você me deixar usar seu corpo para me manifestar, eu vou tirá-lo dessa péssima situação. Mas, se você não ceder à minha vontade, perderá o sono, o apetite e a vontade de viver. Você morrerá de fome e de tristeza. Qual é a sua resposta?”
Não pude responder. O medo me dominou. Porém, dali por diante, Exu tomou conta do meu corpo. Minha vida se tornou um verdadeiro inferno. Vivia ansioso, fumava cinco maços de cigarros por dia. Comecei a pensar insistentemente no suicídio, para fugir daquela situação.
A essa altura, sem eu saber, Noeli estava fazendo planos de matar as crianças e a mim, e depois se matar. Quando fiquei sabendo desses planos, pensei: "Chegamos ao fim. Não estou lendo isto num jornal. Está acontecendo comigo e com minha família. Acabou".
Porém, tanto a mim quanto à Noeli faltou coragem para destruir os nossos filhos e nos destruirmos. A verdade é que Deus tinha outros planos para nós. Concluímos que havíamos chegado ao fundo do poço. E então Deus nos deu forças para lutarmos. Resolvi afastar-me do espiritismo, e resistir, de todas as maneiras, aos ataques do inimigo, às incorporações. Eu não sabia como, mas iria lutar, buscar socorro.
Porém, em um ataque que para ele seria definitivo, Exu cumpriu suas ameaças. Fiquei sem apetite, e fui acometido de insônia total. Submeti-me a tratamentos médicos. Caí em profunda depressão. Sofri desse mal durante quase dois anos. Planejei meu suicídio diversas vezes, mas sempre algo dava errado, e eu não conseguia executar o plano de me matar. No fim desse período, a fase pior durou três dias. Eu não comia mais nada nem dormia em momento algum. Minhas forças se acabaram.
Foi então que, com as últimas forças e lucidez que me restavam, consegui levantar-me da cama, ajoelhar-me e fazer a seguinte oração:
–Senhor Deus, pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Se tu realmente existes, dá-me uma nova oportunidade, socorre-me. Não aguento mais. O que será da minha esposa e dos meus filhos?
Naquela mesma noite, no quarto das crianças, minha esposa também orou:
– Ó Deus, se tu existes, socorre-me! Não aguento mais!
E Ele nos respondeu!
LIBERTOS PELO PODER DE JESUS
Deus nos ouviu. Imagine o que isto significou para nós! Os “espíritos” nos haviam enganado. Os amigos nos haviam abandonado. Parentes não sabiam o que fazer por nós. Mas Deus nos ouviu e veio em nosso socorro. Mas como isso aconteceu? Através da Noeli. Uma amiga a convidou:
– Noeli, vou a uma reunião onde falam de Jesus. Quer ir comigo?
Ela foi, e depois me contou.
– Cássio, creio que agora encontrei quem realmente pode nos ajudar.
– Como é isso, e quem é essa pessoa? – perguntei, desconfiado.
– Agora eu sei qual é o Plano de Deus para nós. Hoje descobri qual foi a razão do sofrimento de Jesus. Ele sofreu em nosso lugar, por causa dos nossos pecados. Ele nos amou tanto, que deu a Sua vida para que tivéssemos perdão e paz. É seu sangue que paga a nossa dívida para com Deus. Basta aceitarmos o que ele fez por nós. Então alcançaremos a salvação, e seremos socorridos em nossos problemas.
Para dizer a verdade, ao ouvir tudo isso, no início fiquei meio confuso desconfiado. Nunca ouvira nada disso em qualquer religião. Elas só exigiam sacrifícios, obrigações, a prática de boas obras e sofrimento.
Dois dias depois, a mesma pessoa que trouxera a mensagem de libertação à Noeli veio falar comigo. Aprendi coisas novas e maravilhosas. Aprendi que Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho Jesus Cristo, para que todo o que nele crer não precisasse mais sofrer ou morrer para pagar os seus pecados, mas pudesse ter a vida eterna (João 3.16). Era o que eu precisava.
Não disponho de espaço e tempo para contar tudo que aprendi. Mas eis um resumo do que aconteceu:
– Você quer aceitar a Jesus e ser liberto agora, Cássio?
– Sim, quero. Não aguento mais essas doenças e perseguições que os espíritos têm me causado.
Então, usando a Palavra de Deus, e na autoridade e poder do nome de Jesus, essa pessoa expulsou os demônios que habitavam em mim. Antes, fez com que todos eles se identificassem. E todos confessaram o demônio que era e me deixaram em paz.
Eu jamais havi sentido um alívio de peso na minha alma tão gande! Senti um refrigério, uma paz enorme dentro de mim. Fui liberto totalmente dos espíritos que enganam e aprisionam as pessoas no espiritismo, fingindo-se que são espíritos de pessoas que já morreram, mas são demônios! Isso aconteceu no dia 7 de novembro de 1968. Está marcado no meu calendário. Essa libertação me fez conhecer o profundo e maravilhoso amor de Deus. Antes, eu ouvira falar no Evangelho, mas agora o próprio Deus me falara. Através daquela pessoa, ele atuou em mim e libertou-me da possessão daqueles espíritos imundos. Recuperei meu apetite, e meu sono se normalizou. Recuperei minhas forças e senti o poder de Deus na minha vida. Jesus me curou totalmente da depressão.
Passei a confiar que Deus nos ajudaria a sair de nossa situação de falência de maneira sobrenatural. Nós ainda devíamos muito dinheiro, porém, após uma grande batalha, nos livramos de todas as dívidas. O que não pudemos pagar, as empresas lançaram em “lucros e perdas”. Ficamos livres para seguir o caminho que Deus nos apontaria. Nenhum credor nos incomodou mais. Deus nos deu a vitória completa!
(Alguns anos após sua conversão, Cássio Colombo tornou-se pastor, e fundou depois a dinâmica Igreja Cristo Salva, no bairro de Moema, São Paulo. Após desempenhar um ministério impactante, que marcou muitas vidas, inclusive a de pessoas que vieram a se tornar grandes líderes evangélicos de projeção nacional –Alex Dias Ribeiro, o casal Hernandez, Caio Fábio, entre outros –, o pastor Cássio Colombo, que era conhecido como Tio Cássio, partiu para encontrar-se e viver eternamente em companhia do Deus que o libertou dos enganos do espiritismo).
Jefferson Magno Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário