sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Samuel - Seu ministério




O ministério de Samuel diante do SENHOR foi exercido durante toda a sua vida, servindo no tabernáculo e falando como Seu profeta. Mas o povo só admitiu a sua autoridade como juiz depois da morte do sumo sacerdote Eli, em circunstâncias trágicas, junto com os eventos relatados do capítulo 4 até 7:2.
Ali temos uma prova de como era grande a superstição em Israel, e como estavam longe de Deus. Embora a palavra de Samuel viesse a todo o Israel, eles partiram para guerrear contra os filisteus sem pensar em consultar Deus primeiro. Ao perderem a primeira batalha, decidiram mandar que fosse trazida a arca para a cena da batalha, símbolo da sua "religião".
Os sacerdotes Hofni e Finéias prontamente obedeceram. O povo pensava que havia algum mérito naquele objeto. Mas Deus não estava dentro daquela caixa! O povo cultuava uma caixa e estava longe de Deus, portanto Deus não estava com ele. Muitos hoje em dia também cultuam objetos, rituais, cerimônias, edifícios e mesmo outros homens, olvidando o verdadeiro Deus vivo.
Os filisteus, supersticiosos também, temiam a arca, mas corajosamente enfrentaram e novamente derrotaram os israelitas, capturando a arca e matando os dois sacerdotes. Ao receber a notícia que a arca havia sido capturada, o sumo sacerdote Eli caiu e morreu.
A presença da arca trouxe maldição para os filisteus: a estátua do seu deus Dagon foi misteriosamente quebrada, os habitantes das localidades onde foi guardada sofreram uma doença na forma de tumores (provavelmente peste bubônica), e, enfim, depois de sete meses, eles a devolveram aos israelitas. Ela ficou guardada na cidade de Quiriate-Jearim: segundo os arqueólogos, a cidade de Silo provavelmente havia sido destruída na segunda batalha.
A arca ficou guardada na casa de um levita chamado Abinadabe, cujo filho Eleazar foi consagrado para guardá-la. Nos vinte anos seguintes o povo dirigiu lamentações ao SENHOR, e enquanto isso Samuel amadureceu.
Terminado esse período, Samuel se dirigiu ao povo dizendo-lhes que tirassem do seu meio os seus ídolos, se sinceramente desejassem voltar ao SENHOR. Não adiantava ficarem se lamentando e pedindo a misericórdia de Deus enquanto continuavam a desobedecê-lo cultuando os deuses Baal e Astarote, e os seus ídolos.
Deus também requer a nossa obediência antes de trazer-nos a salvação e decorrentes bênçãos. Se houver algo que colocamos acima de Deus em nossa vida, esse é um ídolo que deverá ser afastado.
Este foi o início do ministério de Samuel para o povo de Israel como profeta (v.3) e juiz (v.6), além de sacerdote (v.5). O povo foi convocado por ele para um reavivamento espiritual, mediante dedicação exclusiva ao SENHOR seu Deus. Samuel orou a seu favor, eles confessaram o seu pecado, deixaram os seus deuses e se voltaram ao Deus verdadeiro.
Essa é a única maneira em que podemos voltar para Deus. À luz da Sua Palavra, podemos ver como somos, e que todos pecamos e carecemos da glória de Deus (Romanos 3:23); ela também nos assegura que o sangue de Jesus Cristo, o Seu Filho, continuará nos limpando de todo o pecado (1 João 1:9).
Samuel reuniu o povo em Mispa (Torre de Vigia): era uma localidade onde o povo se acostumara a se reunir em grandes emergências nacionais (Josué 18:26; Juizes 20:1, 3; 21:1, 5). Estava cerca de 11 quilômetros ao norte de Jerusalém, no monte mais alto da redondeza, uns trezentos metros de altitude acima da planície de Gibeão. Mais tarde foi ali que Saul, o primeiro rei de Israel, foi identificado e apresentado ao povo (1 Samuel 10:17 em diante).
Em Mispa tiraram água e a derramaram perante o SENHOR: um símbolo de arrependimento do pecado, deixando os ídolos e seguindo somente o SENHOR.
Em Mispa também Samuel julgou os filhos de Israel, tornando-se o último da série de juizes daquele povo. Por causa da sua obediência e consagração a Deus, ele foi um dos maiores juizes na história de Israel. A Bíblia não diz quem era o sumo-sacerdote nesta época, em sucessão a Eli: Samuel não podia assumir o cargo por não ser descendente de Arão, embora fosse levita. Mas nesta ocasião Samuel oficiou como se fosse sumo-sacerdote.
Os filisteus, acostumados agora a dominarem sobre Israel, souberam que os israelitas haviam se reunido em Mispa e, decerto concluindo que estavam tramando uma revolução, reuniram seus príncipes e subiram contra eles.
Os israelitas, agora sem a autoconfiança que tinham antes, e sabendo do poder militar dos filisteus, temeram, rogando a Samuel que intercedesse por eles junto ao SENHOR. Era uma atitude de humildade e submissão, tão diferente da sua arrogância de vinte anos antes.
Atendendo ao seu pedido, Samuel ofereceu um cordeirinho em holocausto ao SENHOR, e clamou por Israel ao SENHOR. O SENHOR atendeu ao seu clamor enquanto Samuel ainda oferecia o holocausto: com um grande trovejar ele assustou imensamente os filisteus, e eles foram presa fácil para os israelitas que os perseguiram até além de Bete-car (casa de ovelhas).
Essa localidade é desconhecida hoje. O local da batalha foi o mesmo em que os israelitas haviam sido derrotados vinte anos antes pelos filisteus em duas batalhas. Mas a vitória dos israelitas agora foi tão decisiva que os filisteus nunca mais vieram ao território de Israel.
Samuel erigiu um monumento - uma pedra - para celebrar o acontecimento, chamando-o Ebenézer (pedra de ajuda) dizendo "até aqui nos ajudou o SENHOR". Com esta pedra eles celebraram a ajuda do SENHOR no passado, reconheciam a presença atual do SENHOR com eles, e estabeleciam um memorial para o futuro.
Também temos o costume de olhar para o passado. Através de Paulo o Senhor disse aos filipenses: "estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6). Se Deus nos trouxe até este ponto, e está dirigindo a nossa vida hoje, também podemos dizer "até hoje nos abençoou o Senhor". E Ele vai continuar a fazê-lo.
Alguém disse: "ontem é como um cheque que já foi recebido, amanhã é como uma nota promissória, mas hoje é dinheiro no bolso. Use-o bem". Como a pedra de Ebenézer, que não somente vale para o passado, mas também para o presente e para o futuro: "O SENHOR é o meu Pastor (presente), nada me faltará(futuro)".
Outra pessoa disse "Estou muito interessado no futuro porque espero passar o resto da minha vida nele, e quero ter certeza absoluta que espécie de futuro ele vai ser". Como a Bíblia diz "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28). Todos precisamos de uma pedra de Ebenézer para nos lembrar das nossas bênçãos passadas, das atuais e das que ainda estão para vir.
Os amorreus eram um povo que vivia nas regiões montanhosas dos dois lados do rio Jordão, mas que naquela época se concentrava mais ao oriente e sul do Jordão. É provável que essa referência a eles aqui é genérica para todos os cananeus ainda restantes na terra ocupada por Israel. Houve paz entre eles e os israelitas enquanto Samuel era o juiz de Israel.
Samuel era um juiz itinerante e tinha responsabilidades civis (7:16), religiosas (7:6, 17) e militares (12:11). Ele julgou a Israel todos os dias da sua vida.

R David Jones


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