sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

'Eu continuo igual', diz Baby do Brasil em entrevista sobre seu novo show



Em turnê comemorativa pelo aniversário de 60 anos de Baby do Brasil, quem será agraciado com um presente é o público de Salvador, que terá a oportunidade de matar as saudades dos tempos de "Consuelo".
A ex-integrante do grupo Novos Baianos fará um show repleto de antigos sucessos no domingo (9), às 18h30, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Os ingressos custam R$ 70 (inteira) e podem ser adquiridos nas bilheterias situadas no próprio teatro ou nos postos do SAC dos shoppings Iguatemi e Barra.
A apresentação contará com a participação de Caetano Veloso, autor da canção imortalizada na voz de Baby, "Menino do Rio", espécie de "Garota de Ipanema" em versão masculina. “A gente tem a honra de contar com a participação de Caetano. É fantástico contar com ele”, revela o músico Pedro Baby, filho da artista, diretor e idealizador do projeto.
A ideia surgiu após um papo dele com a cantora Gal Costa, que, na ocasião, confessou sonhar em subir ao palco com o filho um dia. “Eu guardei isso como um recado. Depois de um tempo, foi chegando o aniversário dela [Baby] e fui percebendo que esse era o presente certo. Esse comentário da Gal foi importante por ter criado em mim esse pensamento”, disse Pedro ao G1.
Além de "Menino do Rio", os sucessos "Tudo Azul", "Cósmica", "Um Auê Com Você", "Todo Dia Era Dia de Índio" não poderiam ficar de fora do repertório. Ao lado do filho, Baby contou como foi o processo de escolha das músicas do show, sobre o que mais sente falta da época dos Novos Baianos e o que mudou na vida da artista de lá para cá. “É a mesma pessoa o tempo todo, só que com um aditivo mais 'matrix', que é o gospel”, declara a artista, que se tornou evangélica e é cantora gospel há 13 anos.

 – Como Pedro Baby conseguiu te convencer a fazer esse show, relembrando os grandes sucessos?

Baby do Brasil – Eu já vinha tentando arrumar um jeito do Pedro fazer um solo, tocar uma faixa no CD, meus últimos CDs são gospel. Eu não conseguia agendar e ele falava 'mãe, vai ter o tempo'. Eu não poderia nunca imaginar que essa hora seria dentro desse contexto, até que ele me convidou. Ele me falou 'mãe, eu acho que agora é o momento, queria saber se você aceita esse convite'.

– Como foi o processo de escolha de cada música do repertório do show? 

Baby – Eu estou no gospel há 13 anos. Isso foi uma coisa que eu busquei de Deus, esse era o momento. Orei e fiz tudo como eu sei, e veio o sinal. Aí eu falei com o Pedro e ele me disse 'olha, já tenho tudo decupado aqui'. Ele me mandou 32 músicas na primeira levada. Como esse meu processo foi muito espiritual com Deus, essa aprovação e tudo isso, eu comecei a ouvir. Quando eu fui vendo como ele começava o show, a primeira, a segunda e a terceira faixa, aquilo me deixava tão feliz, tão alegre porque era uma leitura totalmente refrescada, uma outra visão do que eu já fiz.
Baby do Brasil canta com Caetano Veloso em show de sucessos; veja (Foto: Reprodução)Baby canta com Caetano em showde sucessos no
Rio (Foto: Reprodução)
G1 – Quais músicas você acha que não poderiam faltar?

Baby – Ah, isso eu não posso dizer! A não ser que ele diga, como diretor...

Pedro – É uma novidade para todo mundo ouvir certos clássicos dos Novos Baianos na voz dela hoje em dia, foi uma coisa muito lá atrás. Tem os sucessos como 'Tudo Azul', 'Menino do Rio', 'Um Auê com Você'. São músicas que estão no inconsciente coletivo, essas não poderiam faltar. Pessoalmente, eu queria muito colocar as músicas dos Novos Baianos porque eu sou muito fã e acho que complementa o repertório e a história dela de uma maneira muito bonita.

– Você sente saudade da época dos Novos Baianos? O que você lembra com mais carinho?

Baby – Na verdade, não é uma questão de saudade. Um dia, o Galvão, que é o poeta dos Novos Baianos, chegou e falou “você é os Novos Baianos”, e aí eu falei “eu não, nós” porque esse espírito de casa, de comunidade, amor é uma coisa muito minha. Eu não mudei isso em mim, eu continuo igual. Se bobear, vai todo mundo morar lá em casa de novo. Essa vida que a gente teve foi uma escola de vida fantástica, então a bagagem eu venho levando. Depois eu tive meia dúzia de filhos. Quando você chega à conclusão de que você é assim, não é uma questão de saudade, mas é uma questão de honra. Então, eu tenho muita honra desse meu passado musical, de como ele está na história do Brasil, de ter um filho músico, tocando do jeito que ele toca. Dentro dessa estrutura toda que foi a minha trajetória, isso tudo está muito aflorado nesse momento, e eu estou vivendo algo que não tem tempo. É a mesma pessoa o tempo todo, só que com um aditivo mais “matrix” que é o gospel.
 
Baby deve cantar sucessos como 'Seus Olhos' (Foto: Jade Pini / Divulgação)Baby não vai deixar de fora os grandes sucessos
(Foto: Jade Pini / Divulgação)
G1 – Vocês se reúnem para relembrar momentos? Como é a sua relação os ex-integrantes da banda?

Baby – Está cada um num canto, e às vezes quando a gente se encontra, parece que a gente estava junto o tempo inteiro. Eu dou risada até não poder mais com o Paulinho [Boca], ele acaba a gente de rir. Eu queria ter um vídeo de piadas engraçadas dele. Encontro com Galvão, são outros assuntos, encontro com Moraes, outros assuntos... É muito forte. É como se você encontrasse um tio, um primo que mora lá não sei onde. É mais forte que isso porque vivemos muito juntos. Há uma palavra na escritura que diz “amigos são mais fortes até que irmãos” e a gente teve isso muito marcado.

– Pedro, para você é uma responsabilidade muito grande ser filho de Baby e Pepeu Gomes?

Pedro – Muito grande, imagina. Eu precisei, naturalmente, sair um pouco de baixo da saia da mamãe, da proteção do papai para entender exatamente o tamanho disso tudo e me achar como pessoa, como músico, descobrir a minha própria história. Durante muito tempo eu pensava que era mais difícil encarar isso, era uma pressão e uma exigência muito grande, por tudo que eles fizeram. Mas eu sinto que deu certo a minha busca, e hoje eu tenho a total confiança no que eu posso fazer. Hoje em dia é só alegria.

 – Há um resgate das novas gerações em ouvir Novos Baianos. O que você acha disso?

Baby – Maravilhoso. A gente está saindo daquele tempo em que a música, por causa da indústria, que estava falindo, começou a tomar caminhos de imediatismo. Eu comecei a perceber os pais, algumas pessoas perguntando sobre os Novos Baianos, e aí pegaram isso. Acho que a gente ouviu muito Luiz Gonzaga, Lupicínio [Rodrigues], Caetano, Gil, que também ouviram todos esses que nos ensinaram e que são referencial para todos nós. Se a gente não trouxer toda bagagem, a gente cai no perigo de entrar na indústria e ela não está pensando nisso, está pensando na grana. Nesse momento, eu creio que essa ascensão de Novos Baianos tão forte é a fome musical que está no coração de todo mundo, de um nível musical maravilhoso, uma brasilidade.

– O que mudou da Baby de antes para agora?

Baby – Da Baby de lá para cá melhorou muito, em todos os sentidos, porque fui ficando cada vez mais aberta, mais fácil de lidar. O tempo de vida às vezes nos deixa mais ranzinza, mais chato, mais exigente. Comigo é um pouco diferente, eu estou mais fácil, mais livre, meus filhos cresceram. Então, eu me acho uma pessoa super do bem, eu acho que isso é muito importante para a gente conseguir viver nessa Terra e que tudo dê certo.

VIA  GRITOS  DE ALERTA  /  INF. G1

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