segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

As e-Bíblias

O maior best-seller de todos os tempos saiu do papel.
De janeiro a outubro, a SBB (Sociedade Bíblica do Brasil), entidade que lidera esse mercado entre o público evangélico, vendeu 27.225 “e-Bíblias”.
O recordista “Bênçãos de Deus para Você” (20.842 downloads), com 16 páginas de passagens bíblicas sobre temas como “paz” e “amor”, custa R$ 1,30.
Em cultos, é bastante comum ver pastores e fiéis deslizarem os dedos por iPhones protegidos por capinhas temáticas (“keep calm and trust God”), séculos após aquele dia no monte Sinai em que Deus teria entregado duas tábuas de pedra a Moisés com dez mandamentos rabiscados por seus próprios dedos.
Até consigo imaginar como seria narrar a saga bíblica nos tempos modernos (“@noe convidou você para a Balada do Dilúvio”, “@ApostoloPedro negou três vezes o pedido de amizade de @JC_filhodedeus_33”).
A linguagem saidinha assim, naturalmente, é cortesia da casa. Mas não está tão distante assim das novas estratégias para chegar sobretudo à ala mais jovem da igreja.
Certa vez, num templo da igreja Bola de Neve, conheci Mariana, menina de trancinhas, 15 anos no máximo, que lia no iPad de capa rosa fosforescente uma versão das Escrituras na fonte “comic sans” (cada bloco de texto numa cor diferente).
Versão em grego, reproduzida em iPad, na mostra "O Livro dos Livros", no Museu Terras da Bíblia, em Jerusalém“Os livros digitais permitem a customização de algumas características, como tipo e tamanho da letra, além de ferramentas de pesquisa rápida, marcação de texto e inserção de notas pessoais. Já os aplicativos permitem uma experiência audiovisual completa, possibilitando ouvir, ver e ler a Bíblia em seu contexto temático e geográfico”, afirma Erní Seibert, secretário de Comunicação da SBB.
Versão reproduzida em iPad, na mostra “O Livro dos Livros”, no Museu Terras da Bíblia, em Jerusalém
“No princípio era o verbo, e agora o verbo está num app”, dizia o título de uma reportagem de julho do “New York Times”.
O jornal escreveu sobre onde, quando e como os fiéis leem a Bíblia atualmente. Deu destaque para o app gratuito YouVersion, a primeira Bíblia disponível na loja da Apple, em 2008.
O aplicativo inclui mais de 600 traduções em 400 línguas, com versões que servem para públicos tão distintos quanto católicos, judeus messiânicos e ortodoxos russos.
No mês em que a matéria foi publicada, o YouVersion havia alcançado 100 milhões de downloads para computador, tablet ou celular –seu convite para o seleto clubinho de tecnologias start-up como Instagram e Dropbox. Hoje, já são 120 milhões de instalações.
A pedido do “NYT”, um empreendedor do Vale do Silício avaliou iniciativas afins.
“Certamente vai ser o canal de distribuição mais importante para quem trabalha com a criação de conteúdo para a fé cristã. Onde mais você pode ir e chegar a 100 milhões de pessoas?”

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