segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O ESGOTAMENTO DA ALMA

SÍNDROME DE BURNOUT: O ESGOTAMENTO DA ALMA
 Talvez você nunca tenha ouvido falar de Síndrome de Burnout, mas caso exerça cargos de liderança na igreja, seja como pastor/a ou leigo/a, ou se sua profissão ou vocação é lidar com pessoas que esperam “respostas” ou “soluções” de você, mantendo com elas um contato próximo, tais como educador, assistente social, médico ou enfermeiro, saiba que você é um potencial candidato de, mais cedo ou mais tarde, vir a desenvolver alguns sintomas dessa síndrome.
O termo “Burnout” é uma expressão idiomática para designar “aquilo que deixou de funcionar, estragou”, mostrando que a pessoa entrou em “combustão completa” física e emocional, resultado de uma fadiga ocupacional.  As primeiras observações dessa síndrome vêm dos meados da década de 70 quando pesquisadores passaram a notar o desgaste, a irritação e a afetação do humor dos profissionais da área da saúde.
Todos aqueles de quem se espera direcionamento, solução de problemas, respostas e ajuda, tornam-se suscetíveis a desenvolver tal síndrome. Às vezes a pessoa atinge um grau tão devastador de cansaço físico e emocional, que a leva a uma total desmotivação(“não posso mais”) e desinteresse (“não quero mais”). É quase uma desistência dos ideais que outrora abraçou e defendeu. É o esgotamento da alma, um cansaço que nenhum fim de semana consegue resolver ou amenizar.
Alguns sintomas psicossomáticos podem surgir, tais como enxaquecas, insônia, hipertensão e gastrite.
No que se refere ao comportamento, há uma total incapacidade de relaxar, e grande irritabilidade.
Emocionalmente há um distanciamento afetivo, dificuldade de concentração, apatia, hostilidade e sarcasmo. Passa a ter uma conduta negativa em relação aos alunos, clientes, colegas de trabalho, familiares, e na vida igreja, em relação aos irmãos e também à instituição religiosa.
Embora não seja propriamente um problema de origem espiritual, é inegável que afeta o espírito e o relacionamento com Deus: “não adianta ir à igreja, não resolve”, dizem eles, ou então, “Deus se afastou de mim, não sinto mais vontade de orar”.
É interessante observar que inúmeros personagens bíblicos também desenvolveram essas mesmas reações negativas justamente a partir do adoecimento de suas relações interpessoais. Moisés quase desfaleceu ao lidar com o povo, a ponto de seu sogro intervir para salvá-lo daquela situação (Gn 18.17-18); Elias teve um esgotamento, e Jeremias um incompreendido até por seus familiares tornou-se sorumbático crônico.
Não somos melhores que eles, ao contrário, compartilhamos das mesmas fraquezas e sujeitos “aos mesmos sentimentos” (Tg 5.17). Não somos “supercrentes”, nem estamos imunes às doenças da alma. Perceber-se doente não é vergonha ou demérito. Aliás, Paulo ensina: “se tenho de gloriar-me é somente no que diz respeito à minha fraqueza” (2Co 11.30).
O perigo é não reconhecer-se doente e ignorar os sinais que vão se manifestando ao longo do tempo. Embora, a princípio seja um problema relacionado à atividade profissional/vocacional é inegável que seus efeitos destrutivos atingirão as outras áreas da vida. Clérigos não conscientes de estarem enfrentando essa exaustão que consome e esgota a alma, tentam procurar culpados por sua inadequação pessoal, e líderes cansados projetam na congregação seus “verdugos” atormentadores, que na verdade não estão fora, mas dentro deles mesmo. O resultado é linguajar duro, um ar distante, ironia, e uma indisfarçável desesperança.
De certa forma, as frustrações ao longo do caminho, a excessiva pressão externa, e uma exagerada cobrança interna – perfeccionismo –  aliados à incapacidade de perceber os próprios limites, podem abrir as portas para o início da síndrome.
Por outro lado, a humildade em perceber-se doente e um espírito flexível capaz de permitir-se mudar nas posturas inadequadas, são ingredientes essenciais para não se deixar cair e ficar prostrado. E é claro, manter uma fé inabalável Naquele que por ser Senhor de tudo, pode até mesmo transformar essa fraqueza em glória.
Procure ajuda, e não fique remoendo sozinho sua dor: a família agradece e o deserto se torna mais curto.

http://www.imesa.org.br/news/reflexoes/sindrome-de-burnout-o-esgotamento-da-alma.html

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