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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
A Incredulidade no Púlpito
Crer naquilo que a Bíblia diz é um dom salvador de Deus. Aptidão para falar em público, não. Crer em Jesus Cristo como o Filho de Deus encarnado é obra salvadora da graça. Capacidade para administrar uma igreja, não. Receber os relatos bíblicos em fé e viver por eles é resultado da operação salvadora do Espírito de Deus no coração. Capacidade para liderar um culto e dirigir uma liturgia, não. Fé nos relatos bíblicos de milagres é graça especial aos eleitos. Poder intelectual e acuidade mental, não.
É por isto que existem pastores e professores de teologia que são incrédulos. Pois para ser pastor e professor de teologia não é preciso fé. Tive um professor de teologia no mestrado que me confessou ter sido um agnóstico durante toda sua vida. Creu aos 65 anos de idade, durante uma enfermidade. Sua vida mudou.
Pastores e professores de teologia que não têm fé têm que ter outra coisa: a habilidade de separar mentalmente o que ensinam domingo na sua igreja daquilo que realmente acreditam, quando estão a sós com seus livros. Se não tiverem isto, até o que tem lhes será tirado. Pois se ensinarem na igreja o que realmente acreditam, dificilmente manterão seu emprego. Qual é a igreja que deseja ouvir um pastor que não crê nas Escrituras? As que quiseram, fecharam ou estão morrendo. As igrejas da Europa que o digam.
Por não ter fé, o pastor incrédulo tem que direcionar seu ministério e seu culto para áreas onde sua incredulidade passe mais despercebida. Tudo deve estar voltado para ocupar os sentidos de maneira que a fé não faça falta. A mensagem deve evitar temas difíceis. O foco é em pontos morais, sociais e políticos.
O problema com pastores incrédulos não é o que eles dizem, mas o que eles deixam de dizer, os temas que evitam, os assuntos que nunca mencionam, como a ressurreição de Cristo, a infalibilidade das Escrituras, a veracidade e confiabilidade da narrativa bíblica, o poder do Espírito para regenerar a natureza humana pecaminosa, a morte vicária de Cristo, a realidade da tentação e a necessidade de resisti-la. É assim que sobrevivem, evitando matérias de fé e pregando aquilo que um rabino, um mestre espírita ou líder muçulmano também pregaria, como a honestidade e o amor ao próximo, por exemplo.
Alguém pode perguntar “Por que alguém gostaria de ser pastor se não tem fé? Não tem uma maneira mais fácil dele ganhar dinheiro?”. Pois é, pior é que não tem.
POR REVERENDO AUGUSTUS NICODEMUS
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