Redação Yahoo! Brasil
Por Alberto OliveiraO Brasil elege neste domingo o 40º presidente da República entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Na sexta eleição presidencial direta desde a redemocratização, mais de 135 milhões de brasileiros estão aptos a votar, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Oito estados, além do Distrito Federal, tambem terão hoje votação para governador em segundo turno: Alagoas, Amapá, Goiás, Pará, Paraíba, Piauí, Rondônia e Roraima.
Se confirmados os resultados das pesquisas de intenção de voto, Dilma será a primeira mulher a ocupar o Palácio do Planalto. O Datafolha mostra a petista com 56% das intenções dos votos válidos, contra 44% do tucano. No Ibope, a vantagem é ainda maior: 57% a 43%.
Ainda de acordo com as pesquisas, Serra deve ganhar em São Paulo, seu principal reduto eleitoral e maior colégio do país, com 23,3% de eleitores. Mas Dilma é a favorita em outros estados populosos, como Minas Gerais (que tem 10,6% dos eleitores) e Rio de Janeiro (8,5%), além de ganhar com facilidade em todos os estados do Nordeste.
Segundo a última pesquisa Datafolha, entre os eleitores que disseram ter votado em Marina Silva (PV) no primeiro turno, 48% declararam voto em Serra e 27% em Dilma. A petista cresceu entre aqueles que declararam voto branco ou nulo no primeiro turno. Ela conseguiu 25% desse grupo, contra 13% que afirmaram que optarão por Serra. Trata-se, de acordo com o instituto, de uma inversão da tendência registrada na primeira semana de outubro, quando o tucano abocanhava 25% desse grupo, contra 14% da petista.
Baixarias
A tensão que marcou a campanha desde o início se intensificou nas últimas semanas. No Rio de Janeiro, Serra teria sido acertado na cabeça por dois objetos – uma bolinha de papel e um rolo de fita. Em Curitiba, Dilma foi alvo de balões d’água. Os próprios candidatos contribuíram para isso. Nos debates, Dilma e Serra trocaram insultos. Nos programas eleitorais, preocuparam-se mais em passar uma imagem “do bem” a apresentar propostas de governos.
A baixaria foi ainda mais marcante na internet, principalmente com correntes de e-mails que continham calúnias contra Dilma. Questões como a legalização do aborto e do casamento entre homossexuais foram exploradas à exaustão em e-mails apócrifos enviados a eleitores com a afirmativa de que Dilma pretendia trilhar este caminho. A chamada campanha subterrânea acendeu o alerta da Igreja Católica e de lideranças evangélicas. Até o Papa Bento16 apareceu nos últimos dias de campanha, sugerindo que os eleitores deveriam optar por candidatos que defendessem a vida.
Estratégias
Dilma procurou colar sua imagem à do presidente Lula, que deixa o governo após oito anos com popularidade recorde – mais de 80% dos brasileiros consideram seu governo “bom” ou “ótimo”. No segundo turno, na tentativa de ganhar os eleitores de Marina Silva (PV), incorporou com maior ênfase o tema do meio-ambiente a seu discurso. E, claro, veio a público inúmeras vezes para negar os boatos de que descriminalizaria o aborto, limitaria a liberdade religiosa e censuraria a imprensa.
Serra gastou a maior parte do tempo apontando indícios de corrupção no governo do PT, associando Dilma a Erenice Guerra, sua sucessora na Casa Civil, acusada de tráfico de influência. O ex-ministro José Dirceu, apontado como o cabeça do mensalão, também foi muito associado a Dilma. Serra também explorou a posição de Dilma em relação à descriminalização do aborto e passou a incorporar questões religiosas em seu discurso.
As propostas do tucano de aumento do salário mínimo para R$ 600 e de reajuste de 10% para os aposentados foram vistas com ceticismo por analistas, já que ele não explicou de onde tiraria dinheiro para cumprir essas promessas, além de afrontarem a imagem a ele atribuída de controlador dos gastos públicos.
Hora do voto
Todos os brasileiros aptos a votar devem comparecer às seções eleitorais independentemente de terem ou não votado no primeiro turno. Aqueles que não compareceram e nem justificaram a ausência poderão votar normalmente, pois o prazo de justificativa é de 60 dias a partir da data de cada turno da eleição.
No primeiro turno, realizado no dia 3 de outubro último, o índice de abstenção registrado em todo o país foi de 18,12%, ou seja, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar e deverão justificar o não comparecimento às urnas.
O eleitor que deixou de votar no primeiro ou que não venha a votar no segundo turno da eleição terá dois prazos para justificar sua ausência: um de até 60 sessenta dias contados a partir do dia 3 de outubro (primeiro turno) e outro em até 60 dias a partir do próximo domingo 31 de outubro (segundo turno).
Embora a Lei 12.034/2009 exija a apresentação de dois documentos no dia da eleição (título de eleitor e um documento oficial com foto), uma decisão do Supremo Tribunal Federal permitiu que o eleitor possa votar portando apenas um documento oficial com foto.
São considerados documentos oficiais: carteira de identidade, identidade funcional, carteira de trabalho ou de habilitação com foto, certificado de reservista ou passaporte. As certidões de nascimento ou casamento não são consideradas provas válidas de identidade, porque não têm fotografia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário