Segundo JW Kim, país tem crescimento sustentável e deve assumir a terceira posição no ranking de maiores mercados da fabricante coreana este ano.
"O Brasil é o melhor país do mundo para investir hoje em dia". O otimismo não vem de um político governista, mas de JW Kim, o executivo responsável pelas operações brasileiras da maior fabricante de eletrônicos do mundo, a Samsung.
Em entrevista ao IDG Now!, Kim comemorou o crescimento de 50% da empresa no país no ano passado, um número que impressionou o quartel-general na Coreia. "Há dois anos, o Brasil era a sétima operação da Samsung no mundo. Hoje é a quinta", disse. E a missão do executivo não é modesta: tornar o mercado brasileiro o terceiro maior, ainda este ano.
Além disso, ele irá trabalhar para que a empresa cumpra outra de suas metas, a de ser líder em todos os segmentos em que atua. Segundo Kim, no final do ano passado a fabricante assumiu a liderança no setor de celulares. Agora, o objetivo é brigar pelo topo nos setores de câmeras digitais, notebooks e até de ar-condicionado.
Para isso, ele espera tornar a marca "mais conhecida e amada" no Brasil, por meio de campanhas corporativas e produtos mais "localizados", o termo em negócios para dispositivos mais adaptados às necessidades e particularidades de determinado mercado.
Kim disse que a fabricante está estudando até a fabricação local de sua imensa linha dos chamados "home appliances", que incluem aparelhos como geladeiras, fornos de microondas, secadoras, lavadoras de roupa e de louça e até aspiradores robotizados. "Estamos analisando com atenção, porque isso investimentos na casa de bilhões", disse.
Outro desafio é reorganizar a empresa para que ela lide melhor com os canais e com o setor corporativo. "A convergência dos produtos está nos levando a isso", disse.
Infra-estrutura e inflação
No entanto, claro, há obstáculos. "O Brasil precisa melhorar muito em infra-estrutura, principalmente estradas e portos. A logística aqui é muito complicada", reclamou.
Já há selva tributária foi até poupada, em termos. "Por um lado, tudo aqui fica muito mais caro do que eu gostaria", disse. "Porém, as taxas funcionam como uma barreira para fabricantes que não produzem localmente", argumentou o executivo. Outros pontos que o preocupam são a excessiva valorização do real, o que atrapalha as importações, e a temida volta da inflação.
No balanço geral, no entanto, ele está otimista com o crescimento do país, e o considera sustentável. "Os fundamentos da economia são sólidos, e não parece haver risco algum no futuro próximo", disse Kim.
Fonte: IDG Now
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