Proposta do deputado Carlos Bezerra Jr. acontece hoje em SP
Cerca de 200 crianças e aproximadamente mil adolescentes, entre outros, farão manifestação nesta quarta-feira, 18 de maio, às 18h, no vão do Masp, pelo Dia Nacional de Combate à Violência e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.
O protesto “Quebre o Silêncio” é uma iniciativa da ONG Makanudos, associação que trabalha pela prevenção do abuso na infância, em parceria com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e com deputado estadual Carlos Bezerra Jr. – ativista da proteção infanto-juvenil, relator da CPI “da Pedofilia” e criador do 1º Observatório da Infância de SP.
De acordo com dados da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, a cada oito minutos uma criança é vítima de abuso sexual no Brasil. “Queremos chamar atenção para o problema do abuso sexual e a dificuldade da realização da denúncia – daí o nome do protesto. Vemos situações de violência se repetirem e a sociedade não tem escutado o grito dessas crianças. Por isso organizamos essa mobilização. E, pelo que vejo, será grande”, afirma Thiago Torres, 27, presidente da ONG.
Além dos lenços, simulando mordaças, outro grupo, de adolescentes, trará velas que serão apagadas pouco a pouco, em uma alusão ao número crescente de crianças que sofrem abuso.
Desde 2009, as manifestações organizadas pelo grupo marcam a data instituída pela Lei Federal 9970/00, que faz referência ao “Crime Araceli”, crime bárbaro que chocou o país. No ano passado, cerca de 4 mil adolescentes fizeram passeata da Praça da Sé ao Vale do Anhangabaú com apitos, tambores e faixas contra o abuso sexual.
A CPI que investigou a violência sexual na capital paulista denunciou a burocracia para formalização de denúncias de abuso e a revitimização de crianças no processo de escuta de seus depoimentos. “Até que seja atendida, uma criança pode, por exemplo, ter de repetir seu relato – e, diga-se, reviver aquela violência absurda, cinco ou seis vezes”, conta Bezerra Jr.
A ONG Makanudos, que promove a ação, atende cerca de 25 mil crianças e adolescentes, de 8 a 17 anos, em iniciativas de formação social, como conscientização ambiental, programas de iniciação musical e de teatro, além das ações de prevenção à abuso e exploração sexual – principal iniciativa da organização.
Também participam do ato público entidades como Usina 21 – Jovens, Ideias e Transformação Social, RENAS, Rede Mãos Dadas, FALE, AEBVB, Exercito de Salvação, Sedes Sapientiae, Childhood Brasil (WCF), Visão Mundial, entre outras.
Quebre o Silêncio | Vão livre do MASP, 18/5, às 18h | Av. Paulista, nº 1578 – São Paulo – SP.
Histórico – Dia 18 de maio
Instituída pela Lei Federal 9970/00 como do Dia Nacional de Luta contra a
Violência e a Exploração Sexual, a data foi escolhida porque em 18 de maio de 1973, em Vitória-ES, uma menina de apenas oito anos de idade foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens de classe média alta daquela cidade. Esse caso, conhecido como “Crime Araceli”, apesar de hediondo, prescreveu impune.
CREIO
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