sexta-feira, 1 de julho de 2011

O terrorismo e o contra-terrorismo no mundo cibernético



Por Jefferson Nóbrega

O terrorismo necessita de publicidade para sobreviver. A propaganda é arma indispensável para atrair novos seguidores e fundos para sua operações. Durante décadas as organizações terroristas usaram material impresso e vídeos trasmitidos por veículos ilegais, pela mídia local e também por grandes veículos de comunicação como, por exemplo, os pronunciamentos de Osama Bin Laden que granharam o mundo através da Al Jazeera, para espalharem suas mensagens. No entanto, com o advento da Internet, essa propaganda midiática ganhou propulsão, e as vozes terroristas puderam chegar ao mundo inteiro.

O líder da Al-Qeda Ayman al-Zawahiri declarou: “Estamos em uma batalha e mais da metade dessa batalha é travada na mídia, à distância. Essa batalha tem por alvo os corações e as mentes do nosso povo”

"O maior perigo está em a mensagem do grupo se espalhar entre os jovens revolucionários”, disse o americano Scott Atran, autor do livro Talking to the Enemy: Faith, Brotherhood, and the (Un)Making of Terrorists em entrevista a revista "Veja". Esse é o objetivo al-Zawahiri, quando diz "esta batalha tem por alvo os corações e as mentes do nosso povo", Ao migrarem para internet os grupos terroristas passaram a tentar recrutar jovens dentro dos países inimigos. Pois como explica Atran: O perfil do terrorista é igual ao de uma pessoa comum. Não há nenhum distúrbio psicológico por trás de suas ações. Além disso, quase nenhum terrorista teve educação religiosa. Muitos deles “nascem de novo”, ou seja, sofrem uma conversão, aos 18 ou 20 anos, talvez um pouco mais tarde. Os jovens de sentimentos revolucionários são os alvos, são esses jovens que se fosse preciso pegariam em armas por uma causa não islâmica, os militantes islâmicos então usam a internet para converter esse jovens a sua ideologia e assim nascem os novos terroristas.

Os extremistas descobriram o poder da internet e agora usam ela em favor da sua causa, fato comprovado na entrevista do pregador islamita kuwaitiano Tareq Sweidan, na TV Al-Quds, do Líbano onde ele disse que uma forma muito importante de jihad seria a "jihad eletrônica", em que ele pediu aos jovens hackers que destruíssem todos os sites israelenses e sionistas. Segundo o pregador, isso seria melhor do que 20 atos de jihad.

Como resultado dessa ação na internet houve uma explosão de páginas em favor da Jihad na rede mundial. Surgiram fóruns jihadistas como o al-Falluja, al-Shamoookh, Ansar Al Mujahidee, Discover Jihad, Shumokh al-Isla, Al-Mojahden Eletronic Network. Impulsionado pela influência extremista na internet o americano Samir Khan Zafar tornou-se porta-voz da Al-qaeda na Península Arábica e editor do braço midiático do grupo. 

A Organização Al-Qaeda criou a Revista Inspire com o título "Faça uma bomba na cozinha de sua mãe", a revista fez tanto sucesso que lançou sua versão feminina chamada Al-Shamikha [Mulher Majestosa] e uma versão em russo para antender o "público" do Cáucaso. Recentemente a AQMI ( Al Qaeda no Mabreb Islâmico) criou o Instituto de Produções Midiáticas Al-Andalus, orgão de propaganda jihadista com o principal objetivo de "restaurar a terra islâmica usurpada", na Espanha. O Talibã também criou sua página virtual em inglês chamada Islamic Emirate of Afghanistan.

As redes  sociais também passaram a serem usadas pelos grupos, o Talibã criou uma conta no twitter e ainda seguia soldados americanos e britânicos para oberter informações. O Facebook também foi usado por um agente do Hezbollah, que se passava por uma menina, para espionagem. O homem usava um perfil falso e conseguia a confiança de soldados israelenses, com isso ele coletou informações sobre a atividade da unidade, os nomes e detalhes pessoais de seu pessoal, gíria da unidade, e informação visual de suas bases.

Cito tudo isso, para demonstrar como os grupos terroristas se adaptaram aos novos tempos. Portanto, já estava mais que na hora de os órgãos de contra-terrorismo também passarem para o campo cibernético.

Na última quinta-feira, conforme informa o The Telegraph, agentes do MI6 (serviço secreto britânico) atacaram a Revista Eletrônica da Al-Qaeda, Inspire,e trocaram as instruções de como fazer bombas caseiras por receitas de bolinhos.

Foi um pequeno passo na guerra contra o terrorismo, mas um grande passo no mundo virtual, pois enquanto jovens suícidas explodem pelo mundo, outros podem está nascendo em qualquer parte do planeta tendo como instrumento apenas um clique.

De Olho na Jihad

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