“Visto que a matéria está no alto tribunal, o governo já não pode fazer nenhum movimento para perdoar Bibi,” disse o advogado de Alá Bakhsh Leghari à Agência France-Presse.
Asia Bibi foi condenada a princípios deste mês à morte na forca por supostamente falar sobre o Profeta Muhammad. A mãe de cinco é a primeira mulher a receber uma sentença de morte por blasfêmia no Paquistão.
O advogado de Bibi interpôs recurso de apelação e assinou uma petição pedindo o indulto presidencial.
Líderes religiosos, incluindo o Papa Bendito XVI, e grupos de direitos humanos tem pedido sua liberação, mas os Muçulmanos conservadores tem ameaçado de anarquia se o presidente Asif Ali Zadari perdoar a mulher.
O Ministro Federal de Minorias Shahbaz Bhatti disse que espera que Bibi seja liberada. Ele foi encarregado de investigar as acusações contra Bibi e disse que os resultados preliminares mostram que ela é inocente.
Bibi foi presa em 2009 por uma pequena discussão que teve com os companheiras trabalhadoras de campo. Ela estava coletando frutas no campo com suas companheiras trabalhadoras muçulmanas e foi buscar água para o grupo. Ao voltar, as mulheres muçulmanas se negaram a beber a água porque o conteúdo havia sido tocado por um Cristão.
Bibi foi ofendida e discutiu com as mulheres, mas depois não pensou no incidente. No entanto, poucos dias depois dezenas de muçulmanas a levaram arrastada. Ela foi acusada de blasfêmia contra o Profeta muçulmano Muhammad, o que ela nega.
O grupo de direitos humanos Christian Freedom International adverte que o caso de Bibi podia estabelecer um precedente no país de maioria muçulmana onde os Cristãos já são acusados e perseguidos regularmente.
“Se Asia for condenada a morte, pode significar um aumento nos julgamentos contra Cristãos – não somente no Paquistão, senão também em outras nações onde se aplica a lei islâmica,” advertiu o grupo.
No passado, os tribunais do Paquistão emitiram condenações à morte por blasfêmia, mas não houve execuções. Todas as condenações à morte foram rejeitadas por apelação.
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