domingo, 16 de janeiro de 2011

Bruno dos Santos: "É a hora da igreja mostrar porque ela existe!"

Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais ingressaram em 2011 enfrentando sérias dificuldades. Fortes chuvas têm provocados alagamentos, deslizamentos e o número de mortos e desabrigados cresce a cada instante. Estima-se que só no esado do Rio de Janeiro, o número de mortos possa passar de mil.
Em entrevista exclusiva ao Guia-me, o diretor do VidaSat Comunicações e pastor da Igreja Vida Nova, em SP falou sobre como a Igreja pode fazer a diferença em momentos como o que estes estados estão passando atualmente. Segundo o líder, despertar, sair das quatro paredes e enxergar estes momentos trágicos como "oportunidades dadas pelo Senhor, para se fazer a verdadeira obra cristã", são atitudes importantes a serem tomadas.
Confira a entrevista na íntegra:
Guia-me: É tarde demais para orar pelo Rio de Janeiro?
Bruno dos Santos: Não, a oração jamais é em vão! Este é um momento em que ela é imprescindível. Enquanto oramos e intercedemos pelas pessoas que vivem essa tragédia, o espírito daqueles que sofrem é fortalecido. O ânimo e a força de vontade são renovados nas pessoas que precisaram recomeçar suas vidas. Por mais que ajudemos materialmente, e tentemos sanar as necessidades básicas, a alma precisa se recuperar desse ambiente opressor e triste em que o Rio se encontra, e isso só é possível através da oração e intercessão de todos nós.
Guia-me: Em um de seus textos publicados em seu blog e no Guia-me, você deu dicas de como ajudar aos atingidos pelas chuvas do RJ. Muita gente deixa de ajudar as famílias necessitadas nessas épocas, porque diz que não pode ou não tem nada que possa dar. Por menor que seja doação (uma blusa ou um par de sapatos), isso já pode fazer a diferença?
Bruno dos Santos: Bem, tudo é bem vindo quando se perde tudo, mas acredito que as doações devam ser organizadas por demanda. É necessário que as autoridades informem através das mídias, quais são as necessidades mais pontuais. Eu já me informei que itens de higiene, limpeza e alimentos em geral, são as maiores necessidades neste momento, até porque ainda estão acomodando as pessoas que perderam suas casas. Se coisas sem necessidade começarem a chegar agora, vamos gerar mais um problema nas regiões atingidas, pois eles precisaram se preocupar em organizar aquilo que “ainda” não necessitam. O site da defesa civil possui ótimos tópicos em como agir em situações de tragédia, como essa que vemos acontecer no Rio de Janeiro.
Guia-me: Você falou também em seu texto sobre a necessidade de uma reeducação das gerações futuras. Em sua opinião, essa conscientização partiria da família ou poderia se estender a outras instituições da sociedade? Os resultados disso apaeceriam a curto ou a longo prazo?
Bruno dos Santos: Na verdade, o planeta é a nossa casa comum e precisamos aprender a conviver com a natureza, de maneira que utilizemos seu recurso, sem infringir ou atacar a biodiversidade. O Brasil, talvez seja o país que mais precisa de políticas sustentáveis sérias, pois a maior parte da floresta amazônica fica em nosso país, e ela é importantíssima para o equilíbrio climático. Deus colocou o homem no meio do jardim, para cuidar dele e cultivá-lo. A humanidade tem uma responsabilidade moral e ecológica com o planeta. Não podemos alterar o biosistema como estamos fazendo, estamos vivendo nesta última década, a irresponsabilidade de não ter criado políticas responsáveis. Creio que essa educação deve partir principalmente dos orgãos governamentais, mas também deve ser uma responsabilidade pessoal, cada indivíduo deve ter a consciência de que o mal que ele faz contra a natureza não recai apenas sobre ele, mas sobre o ambiente em que ele vive. Precisamos mudar a nossa cultura ecológica.
Al Gore, Marina Silva, Bono Vox, Sting, e tantas outras personalidades políticas e artísticas, tem se esforçado para alertar a população mundial sobre os próximos anos, é necessário pensar e agir agora para o benefício das próximas gerações.
Guia-me: O Rio de Janeiro passou há pouco tempo por uma situação de desastres naturais semelhante a esta e mais recentemente ainda passou por uma fase de ocupações da polícia nos morros - o que assustou a muitos em todo o Brasil. Como a Igreja pode agir para ajudar a tratar tantas feridas causadas no povo carioca?
Bruno dos Santos: Primeiramente a igreja precisa sair dos templos, e ir para a rua, conhecer a realidade das pessoas que vivem no mundo real. Não quero generalizar, mas se ligarmos a TV em qualquer programa evangélico, não veremos sequer a menção do que está acontecendo com o mundo neste momento. Muitos pastores estão tão absortos e envolvidos com seus ministérios, que não se articulam para ajudar e dar à sua igreja, a oportunidade de anunciar a fé em Cristo através das boas obras, para que o mundo perceba e veja a quem servimos.
A Igreja precisa despertar e enxergar estes momentos trágicos, como oportunidades dadas pelo Senhor, para fazermos a verdadeira obra cristã, anunciando através do nosso amor  e envolvimento, o amor de Deus pelos homens. Neste momento precisamos ser os braços e as mãos de Deus ajudando naquilo que for possível. Tomo emprestado a frase de C. S. Lewis: “A dor é o megafone de Deus para um mundo surdo”. Esta é a hora da igreja mostrar porque ela existe! A Ele toda a Glória.
Por João Neto - www.guiame.com.br
Fonte: Guia-me

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