segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

não há como calcular n° de pessoas ainda soterradas

17.01 - Nova Friburgo/RJ:  parte de morros desabaram com as fortes chuvas. Foto: Felipe Dana/AP Muitos deslizamentos foram registrados em morros de Nova Friburgo
Foto: Felipe Dana/AP

Quase uma semana após a tragédia que matou mais de 660 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro, ainda há locais inacessíveis e muitas pessoas soterradas, segundo afirmaram autoridades nesta segunda-feira. "Não dá para calcular quantas pessoas ainda estão soterradas. Me baseio nos números do IML (Instituto Médico Legal) e do Corpo de Bombeiros, mas ainda tem muita gente soterrada", disse o vice-governador do Estado, Luis Fernando Pezão.
Hoje, a estabilidade do clima durante o dia facilitou os trabalhos na região. "Esperamos que o clima se estabilize de vez para que as equipes de resgate avancem ainda mais", disse o vice-governador.
Na cidade de Teresópolis, uma das mais castigadas pelas fortes chuvas, com 276 mortes confirmadas, as equipes de salvamento não conseguiram chegar por terra até as localidades situadas nas áreas urbana e rural. "Só se chega lá através de helicóptero, o que torna o trabalho bem mais lento", afirmou uma funcionária da prefeitura, acrescentando que há ao menos 177 pessoas desaparecidas no município.
Para o superintendente da Defesa Civil do Estado, Luís Guilherme Santos, problemas de comunicação dificultam a avaliação do número de vítimas que podem estar soterradas. "Às vezes, a pessoa não estava em casa, foi para casa de um amigo ou um parente, mas como ainda há problema de comunicação, a situação é mal analisada", disse.
O secretário de Governo da cidade de Teresópolis, Rogério Lippe, admite que a tendência é que o número de óbitos na cidade aumente à medida que as equipes entrem nas áreas mais castigadas. "Com certeza ainda há muita gente soterrada. Junto com a chuva veio muita lama, lixo, vegetação e água. Há locais irreconhecíveis. Se perdeu tudo", afirmou. "Pela frente temos um trabalho de muito, mas muito longo prazo. Famílias perderam tudo ou foram totalmente dizimadas. Não tem nem como reivindicar um parente sumido porque não sobrou ninguém."
Resgate em Friburgo
Em Nova Friburgo, onde morreram ao menos 312 pessoas, a situação ainda é caótica. Há bairros e localidades sem luz, água e telefone desde a semana passada. Nesta segunda-feira, militares ajudaram no resgate de pelo menos sete corpos na localidade de Prainha, distrito de Campo do Coelho, em Nova Friburgo.
Os homens da Marinha ainda distribuíram medicamentos, água e material de higiene pessoal à população afetada pelas chuvas. Uma grávida de oito meses teve que ser removida e levada ao hospital.
Dois hospitais de campanha -um em Nova Friburgo e outro em Itaipava- foram instalados pelas Forças Armadas, nos mesmos moldes dos que atuaram nas últimas enchentes no Nordeste e após o terremoto no Haiti, no ano passado. Segundo o Ministério da Saúde, foram enviadas para a região 100 mil doses da vacina dupla (difteria e tétano) e mais 150 mil doses da vacina dupla para repor o estoque da Secretaria Estadual de Saúde.
A prefeitura de Nova Friburgo criou um 0800 para ajudar pessoas que procuram parentes e amigos que ainda estão desaparecidos. "Tem gente ligando do Brasil inteiro e de fora do País. Criamos um 0800 para dar informações sobre vítimas e desaparecidos", afirmou o comandante da Defesa Civil em Nova Friburgo, Roberto Robadey, ao frisar que ao menos 60 pessoas já foram enterradas na cidade como indigentes. "Nós sabemos que tem muita gente soterrada, mas é precipitado falar em números", disse.
Cerca de 1,5 mil homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros do Estado -o equivalente a 10% do efetivo total -, 700 homens das Forças Armadas, mais de 200 da Força Nacional de Segurança e diversos voluntários estão trabalhando na região serrana do Rio. Após a tragédia, o governo federal anunciou nesta segunda-feira a implantação de um sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, que deverá estar em funcionamento em até quatro anos.
Chuvas na região serrana
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.
Reuters

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