quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Al Qaeda do Iêmen ameaça cristãos e EUA e quer controlar o mar Vermelho

O número dois do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen, Said al Shihri, conclamou nesta segunda-feira seus partidários e os muçulmanos em geral a atacarem "em todo o mundo os interesses americanos e cruzados [cristãos]" e anunciou a ambição do grupo de assumir o controle de um estreito estratégico na entrada do mar Vermelho.
Em duas mensagens de mensagem de áudio publicadas nesta segunda-feira por um site islâmico popular entre extremistas e pela rede Al Jazeera, Shihri exortou os muçulmanos a "proclamar a jihad" --guerra santa.
"Os interesses americanos e cruzados estão em todo o mundo, e seus agentes se deslocam constantemente. Ataquem-nos, e eliminem o maior número possível de inimigos", clamou Shihri, um ex-detido de Guantánamo que é um dos comandantes da Al Qaeda na Península Arábica, o nome que o braço iemenita da rede terrorista adotou no ano passado, após anos de repressão aos afiliados na vizinha Arábia Saudita.
Shihri acusou "os cruzados e os sionistas" de conduzir uma "invasão raivosa" do Iêmen, e pediu às tribos, muito influentes e que controlam amplas regiões do país, que "ataquem os agentes que conspiram com os cruzados contra os muçulmanos".
Ele citou especificamente a tribo do imã radical iemenita Anwar al Aulaqi, autoridade procurada pelos americanos.
Dirigindo-se aos demais habitantes da península Arábica, ele afirmou que "os xiitas, os judeus, os cristãos e os governantes traidores e apóstatas se uniram contra vocês". "Vocês não têm outra escolha a não ser a jihad", sentenciou.
Além disso, Shihri proclamou pela primeira vez a ambição da Al Qaeda de assumir o controle do estreito estratégico de Bab al Mandeb, na entrada do mar Vermelho, por onde passa grande parte do comércio internacional, inclusive petrolífero, rumo ao canal de Suez, que leva ao Mediterrâneo.
"A guerra contra os muçulmanos na Península Arábica foi planejada há muito tempo por meio de conferências internacionais [...] Se conseguirmos tomar o controle de Bab al Mandeb e trazê-lo de volta para o Islã, teremos conquistado uma grande vitória", afirmou. "É por este estreito que a América traz seu apoio aos judeus."
A ameaça não teve efeitos aparentes sobre o preço do petróleo, mais suscetível nos últimos meses às notícias sobre a recuperação das economias mundiais após a crise financeira. Em Nova York, o barril era negociado em torno dos US$ 70, abaixo dos US$ 77,23 do fechamento de 2 de fevereiro, o mais alto desde então.
Shihri ainda agradeceu aos "irmãos" do Al Shebbab, rebeldes islâmicos da Somália, pela "proposta de enviar tropas".
"Cooperemos, cada um em sua frente, em nossa batalha contra a América, pois estamos dos dois lados de Bab al Mandeb", declarou.
No dia 1° de janeiro, os shebbab somalis se disseram dispostos a enviar combatentes ao Iêmen para ajudar seus "irmãos" a combater os "inimigos de Alá". A região da entrada do mar Vermelho é a área que concentra também a maioria dos ataques do piratas somalis.
Para os Estados Unidos, Shihri repetiu as palavras de Osama bin Laden: "Vocês não poderão sonhar com segurança até que a segurança seja uma realidade na Palestina".
As atividades dos extremistas no Iêmen chamaram a atenção mundial depois que a rede Al Qaeda no país reivindicou responsabilidade pela tentativa fracassada de explodir o voo 253 da Northwest Flight nos EUA no dia de Natal de 2009. Segundo a Al Jazeera, Shihri afirmou que a tentativa de atentado contra o avião foi executada em coordenação direta com Osama bin Laden.
No entanto, a cadeia não divulgou a parte da fita onde estão estas declarações. Em 24 de janeiro, a Al Jazeera divulgou uma mensagem gravada de Bin Laden, na qual ele assumia a autoria do atentado frustrado.
Shihri elogiou o responsável pelo atentado frustrado, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, e disse que os dirigentes da Al Qaeda e os mujahedins na península Arábica estão todos bem de saúde, em referência a informações do governo do Iêmen sobre suas mortes.
O governo iemenita recebeu apoio ocidental mais forte depois a tentativa de ataque ao voo 253, e as autoridades do país disseram ter matado dezenas de membros da Al Qaeda em dois ataques recentes.
Analistas temem que o Iêmen entre em colapso devido a uma rebelião xiita no norte do país, a um movimento separatista no sul e à Al Qaeda. Um dos países mais pobres fora da África, o Iêmen é um dos redutos da rede terrorista, apesar das campanhas de segurança iniciadas pelas autoridades contra a organização comandada pelo saudita Bin Laden, cuja família paterna é iemenita.
O braço da rede Al Qaeda no Iêmen publicou no ano passado um vídeo na Internet em que anunciou a mudança de seu nome para Al Qaeda na Península Arábica, em uma aparente tentativa de revitalizar o grupo terrorista na Arábia Saudita, país em que esteve sob forte repressão.
Em suas mensagens divulgadas nesta segunda-feira, o líder da rede no Iêmen criticou duramente a família real da Arábia Saudita por seu empenho no combate ao grupo: "Estes criminosos, os Al Saud, são os que conduzem a guerra contra os muçulmanos no lugar dos sionistas e dos cruzados."
O regime saudita, que governa as duas cidades mais sagrados do islã --Meca e Medina-- mantém um estrito controle social e religioso, seguindo o rígido movimento wahhabita, e combate a Al Qaeda desde maio de 2003, quando terroristas do grupo lançaram bombas contra o país.
O próprio Bin Laden, filho de um empreiteiro iemenita que enriqueceu a serviço da família real saudita, fazia parte da elite saudita e saiu do país no início dos anos 90 quando sua oposição à presença de tropas americana em solo saudita transformou-se em desafio aberto ao governo.
No ano passado, após uma longa repressão, a Al Qaeda deu alguns sinais de força na Arábia Saudita. O mais importante aconteceu no último dia 27 de agosto, quando um terrorista tentou matar o vice-ministro de Interior, príncipe Mohammed bin Nayef Abdel Aziz, detonando os explosivos que tinha dentro de seu corpo. O príncipe sofreu ferimentos leves.
Com agências internacionais

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