Em meio às críticas devido a uma sequência de expulsões de Cristãos ao longo do ano passado, o governo marroquino foi "sincero" em escutar as vozes Cristãs sobre o tema, diz um líder evangélico.
"É raro um embaixador gastar mais de duas horas com um grupo de pessoas que não fazem parte de uma agência do governo", o Rev. Dr. Samuel Goebel, presidente e CEO da Aliança Igreja Evangélica, disse ao The Christian Post na quarta-feira. "Eles estavam abertos para o que tínhamos para dizer e ouviram atentamente."
Goebel liderou uma delegação de líderes evangélicos na semana passada para reunir-se com Aziz Mekouar, o embaixador de Marrocos, para discutir a expulsão de estrangeiros cristãos e do fechamento pelo governo de um orfanato cristão, que atendia crianças abandonadas.
Segundo Goebel, o embaixador garantiu que as recentes expulsões não sinalizam uma mudança na política do Reino sobre tolerância religiosa. Ele também salientou para a delegação que o Marrocos aprecia a presença de grandes populações de Judeus e Cristãos que adoram em liberdade nas suas respectivas sinagogas e igrejas, sem a supervisão ou a interferência do governo.
"O Marrocos sempre desfrutou de liberdade religiosa", Goebel disse ao Christian Post.
Mas, em virtude das recentes expulsões, Goebel suspeita que "houve alguma pressão sobre o governo de Marrocos a partir de fontes islâmicas".
Comparado a outros países islâmicos, o Marrocos, de um modo geral permitiu a liberdade religiosa. O Departamento de Estado dos Estados Unidos observou em seu relatório de liberdade religiosa em 2009, que o governo continuou a promover tolerância, respeito e diálogo entre os grupos religiosos no país predominantemente muçulmano.
Mesmo assim, houve relatos de discriminação e abusos de liberdade religiosa no país Norte Africano, onde os Cristãos representam apenas 1,1 por cento da população.
Mais recentemente, 16 Cristãos que estavam cuidando de 33 crianças órfãs e abandonadas foram acusados de proselitismo e convidados a deixar o país.
Os trabalhadores estavam servindo como pais adotivos na Aldeia da Esperança há 10 anos, com o pleno conhecimento do governo e ficaram chocados com a expulsão repentina.
Marrocos tem leis severas contra o proselitismo, que o embaixador reiterou na reunião da semana passada.
Os trabalhadores da Aldeia da Esperança, no entanto, negam as acusações e disseram que sempre procuraram respeitar a lei marroquina. Eles sentem que foram apanhados em uma ofensiva nacional contra os Cristãos.
Mekouar disse à delegação evangélica em Washington que os grupos recentemente deportados "tinham atravessado a linha" e violado a lei.
"Da perspectiva do governo marroquino, o povo cruzou a linha", disse Goebel. "Eu não posso julgar se eles cruzaram ou não."
A delegação sugeriu que o governo do Marrocos considere adotar uma definição clara e detalhada de "proselitismo", para que Cristãos estrangeiros possam saber os limites legais que lhes são impostos ao compartilharem sua fé. Mekouar aceitou a recomendação, Goebel disse.
Mesmo incerto se o governo vai seguir com essa sugestão, Goebel acredita que a reunião em geral foi "frutífera".
"Eu acredito que é possível que o processo de cura vá começar", comentou.
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