quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Extinção voluntária: a política de um filho só dos EUA?

Chuck Colson
15 de novembro de 2010 (BreakPoint.org/Notícias Pró-Família) — De acordo com o jornal Guardian da Inglaterra, o governo chinês “está considerando opções para afrouxar” sua infame política de “um filho só”.
Embora as realidades econômicas estejam forçando os chineses a repensarem essa política desastrosa e cruel, muitos americanos parecem estar voluntariamente adotando sua própria política de um filho só.
Pelo menos, essa é a conclusão de um recente artigo na revista Weekly Standard.
À primeira vista, não parece haver um problema: em média, o índice de fertilidade dos americanos é 2,06 nascimentos por mulher.
Embora isso seja levemente abaixo do que os demógrafos chamem de “nível de substituição”, é mais elevado do que o da China e muito mais elevado do que o do Japão ou do da maioria dos países europeus.
Mas a diferença é quase inteiramente o resultado de elevados níveis de imigração hispânica. Em 1980, antes da onda da imigração hispânica, o índice de fertilidade dos EUA era o mesmo que o da China hoje e numa trajetória de queda contínua.
Essa suspensão temporária da queda do índice de natalidade não continuará: À medida que os imigrantes hispânicos e seus filhos se assimilarem mais à cultura americana, eles também terão menos filhos.
Se não houver nenhuma mudança nas atitudes culturais, os Estados Unidos acabarão enfrentando as realidades demográficas que o Japão, a Europa Ocidental, e mais cedo do que tarde, a China está enfrentando. Essas sociedades terão menos trabalhadores para sustentar um número crescente de idosos.
No caso da China, a realidade será muito pior porque “poderá ser o primeiro país importante a ficar velho antes de ficar rico”.
As razões para essa possível tendência de queda de natalidade nos EUA são culturais: Conforme comenta o escritor Jonathan Last, o declínio da fertilidade coincidiu com a chegada da contracepção e da revolução sexual que a tornou possível. Acrescente aí o aborto legalizado, e ficaríamos chocados se os índices de natalidade não corressem perigo.
Então há a crescente ênfase no trabalho e carreira. Os americanos estão tendo uma espera de mais anos para se casarem, e a inevitável consequência de se adiar o casamento é fertilidade reduzida.
Agora, para uma geração criada de acordo com o dogma do controle populacional, isso soa como boas notícias. Mas, como muitos países estão percebendo, a escassez de nascimentos é a essência da estagnação econômica e uma perda da vitalidade cultural.
É claro que há exceções a essa tendência: Há uma forte relação entre fertilidade e compromisso religioso. Ao passo que dois terços dos americanos que não frequentam nenhuma igreja acham que dois ou menos filhos é o tamanho ideal de família, 41 por cento daqueles que frequentam igreja semanalmente pensam que três ou mais é o ideal.
Conforme escreve Last, “Quando vemos hoje casais que têm mais que três filhos, as chances são que eles estão fazendo uma declaração cultural e teológica”.
Olha, muito mais do que fazendo uma declaração, eu acho que eles estão dando testemunho do que creem sobre a intenção de Deus para a família — o que a Bíblia diz. Eles estão simplesmente mostrando em suas próprias vidas uma cosmovisão cristã.
Por outro lado, a cosmovisão do controle populacional não é só moralmente problemática, mas é também literalmente infrutífera e acaba no final negando-se a si mesma — não importa de que modo seja adotada, voluntariamente ou não.
Extraído do boletim BreakPoint de 12 de novembro de 2010. Copyright 2010, Prison Fellowship Ministries. Publicado com a permissão de Prison Fellowship Ministries. Todos os direitos reservados. Este texto não pode ser reproduzido ou distribuído sem a expressa permissão escrita de Prison Fellowship Ministries.
Traduzido por Julio Severo

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