quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Número de evangélicos triplicou em dez anos na Paraíba

Os evangélicos estão galgando espaços cada vez mais amplos, com o passar do tempo. Na Paraíba, assim como em todo o país, o fenômeno é percebido a partir do surgimento de novas denominações e do crescimento no número de fieis que frequentam igrejas tradicionais, que surgiram no país há quase um século. Nos últimos dez anos, a população evangélica no Estado quase triplicou conforme projeção do Ministério de Apoio com Informação (MAI), entidade cujo objetivo é fornecer informações para o crescimento da igreja evangélica.
De acordo com o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2000, a Paraíba contava com 8,8% de evangélicos. Pela progressão prevista pelo MAI, o Estado chegaria a dezembro de 2010 com um universo de 22,4% de fieis ocupando os bancos dos templos das diversas denominações evangélicas, também conhecidas como protestantes. Transformando em números absolutos, a estimativa é que 2010 terminasse com 835.376 paraibanos declarados evangélicos.
Esse percentual supera a projeção do MAI para o Nordeste, em que 20,6% declaram a fé evangélica. A previsão leva em conta uma população de 3.737.100 que estariam morando nos 223 municípios paraibanos até o final deste ano. Para se ter uma noção do tamanho da expansão das congregações no Estado, basta observar as taxas de crescimento anual: entre 1991 e 2000 a taxa de crescimento anual da população foi de 0,80%, enquanto que a taxa de crescimento anual de evangélicos, no mesmo período, foi de 10,70%.
Ainda conforme levantamento feito pelo Ministério, a taxa de crescimento anual dos evangélicos no país foi sete vezes maior do que a taxa de crescimento da população. Entre 1991 e 2000, o aumento na quantidade de evangélicos foi de 4,5 a mais do que a evolução na estatística populacional. Em João Pessoa, pelo menos 622 igrejas estão com as portas abertas. A estatística partiu do banco de dados divulgado no site do MAI e que não reflete números absolutos, pois as informações foram construídas a partir da colaboração dos usuários do serviço.
A ampliação na quantidade de igrejas trazida pelo boom evangélico percorre todas as cidades e atrai não apenas pessoas da classe baixa. É cada vez mais comum a presença de pessoas bem sucedidas financeiramente. A explicação dos líderes da religião protestante é que os dramas da vida, doenças e problemas trazidos pela inserção das drogas no seio familiar são as principais causas do fenômeno que lota as igrejas.
Já quem está de fora acredita que os artifícios usados pelos líderes dessas denominações, como promessas de prosperidade, são os pontos que mais chamam a atenção dos seguidores.
Divergências à parte, o fato é que mais templos estão sendo erguidos e cada vez mais pessoas chegam para pedir ajuda divina nas congregações evangélicas. Igrejas tradicionais como a Assembleia de Deus e a Primeira Igreja Batista sentem esse crescimento. A mídia evangélica forte e discurso marcado pelo louvor e pelas mensagens voltadas para alma humana podem ser a principal razão para esse crescente evolução da igreja.
Há pouco menos de dois anos, Patrícia Maria dos Santos participa das reuniões na 1ª Igrejas Batista. Pelo menos um dia na semana (em geral, no domingo à noite), ela se prepara para assistir ao culto. “Se fico sem ir, sinto muita falta. Lembro que no primeiro dia em que visitei a igreja, senti uma emoção muito grande, foi em um culto da vitória. Decidi aceitar a Jesus e muitas coisas melhoraram na minha vida. Através das minhas orações já consegui muitas bençãos. Sou a única na família que é evangélica e encontro certa resistência do meu marido”, confessa a auxiliar de serviços gerais, que tem 20 anos e é casada há oito.
Fonte Paraíba 1

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