Vilma e Américo Kikuchi embarcam em duas semanas de volta ao Brasil
A ameaça de contaminação nuclear e a série de tremores que atingem o Japão em diversas províncias têm assustado os brasileiros que vivem no país. Muitos já estão marcando passagem para voltar ao Brasil.
É o caso de Ingrid Toma, 19 anos, que embarca na semana que vem. Ela mora em Fujinomiya, província de Shizuoka, epicentro do mais recente tremor a atingir o país - às 22h30 (horário local) de terça-feira, com magnitude de 6.4.
"Caiu tudo, quebrou muita coisa em casa e, por isso, resolvemos voltar ao Brasil", disse ela à BBC Brasil. No Japão há apenas seis meses, ela já pediu demissão e disse que pretende retomar sua vida no Brasil.
O marido de Ingrid ficará mais algumas semanas no país, para entregar o apartamento e despachar a mudança.
Vilma Kikuchi, 53 anos, também já marcou a passagem de volta. Ela embarca em duas semanas, depois de viver por mais de 20 anos no Japão. "Estou tão assustada que não consigo raciocinar direito", afirmou.
Oswaldo Higashi, da agência Azuma Tourist, confirmou que a procura por passagens aumentou muito nos últimos dois dias. "Está parecendo alta temporada. A maioria decidiu ir embora por causa do terremoto e do vazamento nuclear", disse.
Ele afirma que, por causa do aumento da procura por passagens para fora do Japão, o aeroporto de Narita só deixa entrar pessoas que já têm passagem na mão.
A gerente da empresa de mudanças Suzan, Vanessa Aoki, também registrou um aumento grande no pedido de despachos para o Brasil.
"Nossas linhas estão congestionadas. A gente tenta acalmar as pessoas, para que elas pensem bem, mas a maioria está decidida a voltar mesmo".
Os moradores das províncias mais próximas do epicentro do tremor são os que mais procuram pelos serviços de mudança. "Eles nem querem saber de orçamento, já pedem logo as caixas e os formulários", afirma Vanessa.
Cerca de 250 mil brasileiros vivem no Japão. A maioria mora na área de Tokai - que compreende as províncias de Shizuoka, Aichi, Gifu e Mie -, local em que pode ocorrer um grande terremoto que pode passar de 8 graus de magnitude, segundo cientistas.
Esse tremor, chamado de Grande Terremoto de Tokai, costuma ocorrer a cada 100 ou 150 anos. O último aconteceu há 157 anos.
Resgate em Sendai
Brasileiros e outros estrangeiros embarcaram em comboio no Japão
Alguns brasileiros que moram em Sendai e na província de Fukushima foram resgatados nesta quarta-feira por um comboio brasileiro.
"Saímos ontem (terça-feira) à noite e conseguimos colocar nos dois ônibus cerca de 50 pessoas", afirmou o empresário Walter Saito à BBC Brasil, por telefone.
Nem todos, segundo o empresário, são brasileiros. "Sobraram vagas e oferecemos para quem quisesse deixar a região. Então, pessoas de outras nacionalidades também estão voltando conosco", disse.
O comboio, formado por dois ônibus de 29 lugares, um caminhão e um carro de apoio foi todo patrocinado pelo governo brasileiro. "A catástrofe foi grande e essas pessoas precisavam de ajuda, por isso topei a missão", disse Saito.
Agora, os desalojados ficarão em apartamentos alugados pelo governo brasileiro na província de Saitama. "Outros seguirão para casa de parentes", afirmou o empresário, que relatou o medo da contaminação nuclear. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
A ameaça de contaminação nuclear e a série de tremores que atingem o Japão em diversas províncias têm assustado os brasileiros que vivem no país. Muitos já estão marcando passagem para voltar ao Brasil.
É o caso de Ingrid Toma, 19 anos, que embarca na semana que vem. Ela mora em Fujinomiya, província de Shizuoka, epicentro do mais recente tremor a atingir o país - às 22h30 (horário local) de terça-feira, com magnitude de 6.4.
"Caiu tudo, quebrou muita coisa em casa e, por isso, resolvemos voltar ao Brasil", disse ela à BBC Brasil. No Japão há apenas seis meses, ela já pediu demissão e disse que pretende retomar sua vida no Brasil.
O marido de Ingrid ficará mais algumas semanas no país, para entregar o apartamento e despachar a mudança.
Vilma Kikuchi, 53 anos, também já marcou a passagem de volta. Ela embarca em duas semanas, depois de viver por mais de 20 anos no Japão. "Estou tão assustada que não consigo raciocinar direito", afirmou.
Oswaldo Higashi, da agência Azuma Tourist, confirmou que a procura por passagens aumentou muito nos últimos dois dias. "Está parecendo alta temporada. A maioria decidiu ir embora por causa do terremoto e do vazamento nuclear", disse.
Ele afirma que, por causa do aumento da procura por passagens para fora do Japão, o aeroporto de Narita só deixa entrar pessoas que já têm passagem na mão.
A gerente da empresa de mudanças Suzan, Vanessa Aoki, também registrou um aumento grande no pedido de despachos para o Brasil.
"Nossas linhas estão congestionadas. A gente tenta acalmar as pessoas, para que elas pensem bem, mas a maioria está decidida a voltar mesmo".
Os moradores das províncias mais próximas do epicentro do tremor são os que mais procuram pelos serviços de mudança. "Eles nem querem saber de orçamento, já pedem logo as caixas e os formulários", afirma Vanessa.
Cerca de 250 mil brasileiros vivem no Japão. A maioria mora na área de Tokai - que compreende as províncias de Shizuoka, Aichi, Gifu e Mie -, local em que pode ocorrer um grande terremoto que pode passar de 8 graus de magnitude, segundo cientistas.
Esse tremor, chamado de Grande Terremoto de Tokai, costuma ocorrer a cada 100 ou 150 anos. O último aconteceu há 157 anos.
Resgate em Sendai
Brasileiros e outros estrangeiros embarcaram em comboio no Japão
Alguns brasileiros que moram em Sendai e na província de Fukushima foram resgatados nesta quarta-feira por um comboio brasileiro.
"Saímos ontem (terça-feira) à noite e conseguimos colocar nos dois ônibus cerca de 50 pessoas", afirmou o empresário Walter Saito à BBC Brasil, por telefone.
Nem todos, segundo o empresário, são brasileiros. "Sobraram vagas e oferecemos para quem quisesse deixar a região. Então, pessoas de outras nacionalidades também estão voltando conosco", disse.
O comboio, formado por dois ônibus de 29 lugares, um caminhão e um carro de apoio foi todo patrocinado pelo governo brasileiro. "A catástrofe foi grande e essas pessoas precisavam de ajuda, por isso topei a missão", disse Saito.
Agora, os desalojados ficarão em apartamentos alugados pelo governo brasileiro na província de Saitama. "Outros seguirão para casa de parentes", afirmou o empresário, que relatou o medo da contaminação nuclear. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
FONTE . Estadão.com.br
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