O apóstolo Paulo amplia a questão quando faz um diagnóstico sombrio da realidade que nos cerca. A decadência moral atinge todos os relacionamentos: com Deus, consigo próprio, com o próximo e com a família. Esta é a mais longa lista de pecados encontrada nas epístolas paulinas. Paulo faz uma lista de 21 pecados, que mostraremos agora:
- Cheios de injustiça – A palavra grega adikia significa roubar tanto aos homens como a Deus de seus direitos.
- Cheios de malícia – A palavra grega poneria se refere a uma maldade sedutora, maligna. Trata da pessoa que não apenas é má, mas procura arrastar os outros para sua maldade.
- Cheios de avareza – A palavra grega pleonexia é o desejo desenfreado que não conhece limites nem leis, o desejo insaciável de ter o que não lhe pertence por direito. É amor insaciável às possessões e aos prazeres ilícitos.
- Cheios de maldade – A palavra grega kakia descreve o homem desprovido de todo o bem. Trata-se da pessoa que tem inclinação para o pior. É o vício essencial que inclui todos os outros e do qual todos os outros procedem.
- Possuídos de inveja – A palavra grega fthonos descreve o terrível sentimento de sentir-se desconfortável com o sucesso dos outros, não só desejando o que lhe pertence, mas também alegrando-se com suas tragédias.
- Possuídos de homicídio – A palavra grega fonos se refere a desejo, intenção ou atitude de ferir o outro para tirar-lhe a vida. O assassino é também aquele que odeia a seu irmão (1Jo 3.15). O homem pode ver a ação, mas Deus conhece a intenção.
- Possuídos de contenda – A palavra grega eris diz respeito ao sentimento e à atitude daquele pessoa que é dominada pela inveja e por isso se torna facciosa e briguenta.
- Possuídos de dolo – A palavra grega dolos retrata a pessoa que não age da maneira reta, usando sempre métodos tortuosos e clandestinos para alguma vantagem. A palavra vem do verbo doloun usado para referir-se à falsificação de metais preciosos e a adulteração de vinhos.
- Possuídos de malignidade – A palavra grega kakoetheia descreve a pessoa que sempre supõe o pior acerca dos outros. É a pessoa que sempre vê as coisas pelo lado mais sombrio.
- Difamadores – A palavra grega psithyristes representa a pessoa que murmura suas histórias maliciosas de ouvido a ouvido.
- Caluniadores – A palavra grega katalalos refere-se a pessoa que proclama publicamente suas infâmias.
- Aborrecidos de Deus – A palavra grega theostygeis retrata o homem que odeia a Deus, porque sabe que Deus é estorvo em seu caminho de licenciosidade. De bom grado eliminaria Deus se pudesse, pois para ele o mundo sem Deus lhe abriria o caminho para o pecado.
- Insolentes – A palavra grega hybristes retrata a pessoa altiva, soberba, sadicamente cruel, que encontra prazer em prejudicar o próximo.
- Soberbos – A palavra grega hyperefanos descreve a pessoa que está cheia de si mesma como um balão cheio de vento. Este é o ponto culminante de todos os pecados. Trata-se de quem despreza todos, exceto a si mesmo, e tem prazer em rebaixar e humilhar os outros.
- Presunçosos – A palavra grega alazon descreve a pessoa que pensa de si mesma além do que convém e exalta a si mesma acima da medida. Diz respeito a quem pretende ter o que não tem, saber o que não sabe e jacta-se de grandes negócios que só existem em sua imaginação.
- Inventores de males – As palavras gregas efeuretes kakon retratam aquelas pessoas que buscam novas formas de pecar, novos recônditos nos vícios, porque estão enfastiadas e sempre à procura de novas emoções em alguma fora diferente de transgressão.
- Desobedientes aos pais – As palavras gregas goneusin apeitheis se referem àquela atitude dos filhos de sacudir o jugo da obediência aos pais. Trata-se de filhos rebeldes e irreverentes.
- Insensatos – A palavra grega asynetos descreve o homem que é incapaz de aprender as lições da experiência. Trata-se da pessoa culpada de grande sandice, que se recusa a usar a mente e o cérebro que Deus lhe deu.
- Pérfidos – A palavra grega asynthetos descreve a pessoa que não é confiável. É aquele desonesto em quem não se pode confiar.
- Sem afeição natural – A palavra grega astorgos significa sem amor à família. Trata do desamor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. É a falta de afeto entre os irmãos de sangue. A prática abusiva de abortos e os crimes familiares apontam para a gravidade desse pecado em nossos dias.
- Sem misericórdia – A palavra grega aneleemon retrata a pessoa implacável, sem piedade, que fere e mata o outro sem compaixão.
Depois de descrever com cores fortes e vividas o estado de decadência da sociedade, Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes:
1) Os homens pecam conscientemente. “Ora conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam não somente as fazer…” (Rm 1.32ª). As pessoas agem sabendo que estão agindo errado. Elas sufocam a verdade, abafam a voz da consciência, mas no íntimo sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra Deus e passível de punição.
2) Os homens aplaudem os que praticam as mesmas coisas. “…mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1.32b). Amados vejam a atualidade das Escrituras. Não foi exatamente isto que o STF fez esta semana? A sociedade se mostra orgulhosa e até entusiasmada pelo pecado. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e aplaude. Esse é o clímax da perversidade. É isso que vemos todos os dias na televisão, nos outros meios de comunicação e o pior de tudo, no “guardião” da Constituição Federal – o STF.
O Eterno tenha misericórdia de nós,
Pr Marcelo Oliveira
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