Um confronto entre cristãos e muçulmanos deixou 39 mortos e pelo menos 30 feridos em Wukari, na Nigéria. O conflito se deu durante um cortejo fúnebre, tradição da comunidade cristã Jukun
Durante o funeral, o cortejo alcançou uma área da cidade na qual a comunidade islâmica Fulani é maioria. Os Fulani proibiram a passagem dos Jukun, causando o conflito.Testemunhas afirmaram à polícia que viram um muçulmano pegar uma arma e atirar num dos cristãos que participavam do cortejo. Assim, afirmaram as testemunhas, a confusão logo se espalhou.
O Worl Watch Monitor (WWM) informa que a polícia contabilizou 39 mortos, porém os membros da comunidade afirmam que foram muito mais, além de mais de 30 feridos. Além disso, cerca de 70 casas e lojas foram destruídos, causando um prejuízo próximo aos seis milhões de dólares.
O porta-voz da polícia Joseph Kwaji afirmou que, após o incidente, foi instaurado um toque de recolher para tentar conter os conflitos. “Policiais e soldados estão patrulhando as ruas da cidade para manter a lei e a ordem”, disse o porta-voz.
O ex-senador Danlami Ikenya, cristão e morador da cidade, lamentou o ocorrido e se disse surpreso, já que, segundo ele, as duas comunidades viveram em paz durante muito tempo apesar de suas diferenças.“Eu não entendo porque um enterro resultaria em um confronto entre cristãos e muçulmanos. A questão em jogo vai, provavelmente, além das diferenças religiosas que parecem ter desencadeado o conflito”, acredita Ikenya.
O general reformado Adamu Tubase, líder muçulmano, também se disse surpreso com o ocorrido. “O que aconteceu foi uma tragédia. Os grupos rivais deveriam embainhar suas espadas e permitir que a paz reine”, disse Tubase, lembrando que muitos inocentes morreram no incidente que poderia ter se resolvido amigavelmente.
No entanto, polícia confirmou que os conflitos entre cristãos e muçulmanos têm se tornado recorrentes. Em fevereiro deste ano, outro conflito resultou na morte de 40 pessoas e deixou mais de 400 desabrigadas.
CP
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