Recentemente, Caiu Fábio atacou a mobilização evangélica contra o gayzismo, como se os verdadeiros discípulos de Jesus não pudessem se envolver em tal mobilização dentro da sociedade. Gayzismo é o movimento organizado de militantes pró-homossexualismo que lutam para impor sua ideologia em todos os cidadãos.
Agora, o mesmo Caiu entrou em contradição. Ele presenciou alguns problemas ambientais na Amazônia e, sem pestanejar, pede mobilização imediata de todos. Em carta dirigida a uma ministra do governo Lula, ele diz:
Que ações nós, discípulos de Jesus e cidadãos brasileiros, podemos assumir em parceria com o Ministério do Meio Ambiente?
No final da carta, ele recomenda a leitura de seu artigo “AL GORE: falando como profeta para a América e o mundo!” como fonte “confiável” para nossa mobilização.
Al Gore é político bem conhecido por sua voz “profética” a favor do aborto e do homossexualismo. Ele é um dos liberais e esquerdistas mais radicais dos EUA.
A teologia de Caiu é simples: Não participe de nenhuma mobilização contra o aborto ou contra o homossexualismo, pois Jesus nunca aprovaria isso. Além disso, Caiu não aprova tais ações. E quando ele não aprova, ele também interpreta que Jesus não aprova.
Jesus também não aprova o envolvimento dos cristãos no extremismo ambientalista liderado pelo “profeta” pró-aborto e pró-homossexualismo Al Gore? Não é o que Caiu pensa.
Em 12 de agosto de 2004, o Movimento Evangélico Progressista (MEP), junto com a bancada evangélica do PT, organizou o seminário A Igreja e os Desafios Atuais, na Câmara dos Deputados. O principal preletor do seminário foi Caio Fábio, que falou sobre ética. Conforme as notas taquigráficas da Câmara dos Deputados, Caio declarou nesse seminário:
Para mim, esse universo é sagrado. Eu poderia simplesmente dizer que ele é descriado, que ele existe por si só, que ele é o que é, que a única coisa que existe é ele, que ele é Deus por existir em si mesmo, por ser a causa de si próprio. É um Deus inconsciente de si mesmo.
O sagrado habita o mundo inteiro.
Se não tenho uma visão que sacraliza o cosmos e toda a criação, eu preciso no mínimo fazer uma segunda reflexão.
Pode-se dizer que a Índia é um país tecnologicamente atrasado, em que há elevadíssimo índice de pobreza, miséria, superpopulação e outras coisas mais. Mas ela continua sendo exemplo de sociedade que olha para o cosmos como algo sagrado, numa visão completamente diferente da nossa.
Por isso, estranhamente, tenho que lhes dizer que o animismo presta serviços à bioética, de natureza muito mais prática, na hora em que, ignorantemente ou não, vê significado espiritual na existência de todos os entes criados. Nós não.
Chegamos a um ponto em que se estabeleceram para nós ironias extraordinárias. A primeira: o Ocidente cristão, especialmente a sua versão protestante, tornou-se a parte da humanidade que mais ofende a criação. O homem existe num universo sem nenhuma sacralidade. A segunda: as sociedades animistas são extremamente menos ofensivas à criação do que nós.
Senão, vejamos: os 3 primeiros capítulos do Livro de Gênesis: ou o indivíduo parte para aquela leitura completamente literal e fundamentalista, que quer transformar a Bíblia num manual científico de como o mundo foi formado, algo absolutamente tolo.
Chama toda a consciência do Evangelho para uma integração dela com a sacralidade da criação e com a reverência pela criação.
Interessante que num dos seus artigos contra George Bush, o socialista evangélico Paul Freston destaca a questão ambientalista como tão importante quanto a questão do aborto e homossexualismo. Ele diz: “Será que temos o direito de dizer que uma única questão pesa mais do que todas as outras possíveis questões políticas juntas? E, se sim, por quanto tempo temos o direito de ignorar todas as outras questões em função daquela única questão que não se resolve? Ainda, por que o aborto seria aquela questão e não, por exemplo, o meio ambiente?”.[1] Assim, para os evangélicos progressistas, a defesa do meio ambiente é tão importante quanto a defesa da vida dos bebês em gestação.
Indivíduos como Freston são incapazes de perceber o fato de que, por um lado, os esquerdistas são os criadores da vasta maioria dos projetos de lei de aborto e homossexualismo no Brasil, nos EUA e na Europa e, por outro, eles lutam pelo direito à vida de animais e plantas, estabelecendo medidas para punir até quem pisa no ovo de um pássaro.
O maior esforço mundial para “sacralizar” a natureza é a Carta da Terra, um tipo de documento constitucional internacional promovido na ONU cujo propósito é preservar o meio ambiente e respeitar todas as formas de vida. A Carta da Terra faz referência não só ao valor da vida humana, mas também ao “valor intrínseco de todas as outras formas de vida”.[2] Isto é, todos têm o mesmo valor: homens, animais, plantas, etc. Colocar os seres humanos, criados conforme a imagem de Deus, no mesmo nível das outras criaturas sem espírito é abrir as portas para a desvalorização da vida humana.
Portanto, não é de estranhar que o movimento ecológico seja favorável ao aborto a fim de reduzir o que os ambientalistas vêem como a maior ameaça à natureza: a presença humana na Terra.[3] A Carta da Terra também recomenda políticas de “igualdade de gênero”, que é um termo astuto que abrange não só o sexo masculino e feminino, mas também o homossexualismo.[4] Por pura coincidência, um dos maiores líderes ecologistas do Brasil é o jornalista gay Fernando Gabeira, ex-militante do PT e hoje integrante do Partido Verde. Em 1969, Gabeira esteve, juntamente com outros comunistas, envolvido no seqüestro do embaixador dos EUA[5]. Os ecologistas se gabam de que com o nascimento do Partido Verde (PV) no Brasil, questões de direitos gays, raciais e feministas e liberalização das drogas tiveram ampla publicidade pela primeira vez na política brasileira.[6]
Os ambientalistas que estão promovendo a Carta da Terra são a entidade budista Soka Gakkai, o Instituto Paulo Freire, Mikhail Gorbachev, o ex-frei Leonardo Boff e uma variedade de outros socialistas.[7] A missão da Carta da Terra também é promover o respeito às religiões dos índios[8] (que é uma maneira sutil e encoberta de protegê-los do evangelismo cristão e impedi-los de serem libertos de sua idolatria demoníaca). Os índios adoram o planeta Terra como um ser espiritual vivo, sem saberem realmente que sua adoração é dirigida a espíritos de escuridão. Em vez de permitir que os índios sejam libertos de sua idolatria, os ambientalistas querem que a idolatria deles seja protegida e que a escuridão espiritual deles influencie a sociedade. Um relatório sobre a Carta da Terra contém um hino de louvor à Terra[9] e menciona um encontro de educação ecológica onde crianças de escolas públicas ofereceram hinos hindus, cristãos e muçulmanos de adoração à Terra.[10]
O que pensam realmente os ecologistas? O maior defensor dos direitos dos animais hoje, e um dos mais conhecidos ambientalistas, é o Professor Peter Singer, que é tão radical que nem come carne. Ele disse: “Matar um recém-nascido deficiente não é a mesma coisa que matar uma pessoa. Muitas vezes não é, de forma alguma, errado”.[11] Essa declaração é preocupante, pois Singer é considerado um dos maiores especialistas em ética no mundo inteiro.
Assim, para “salvar” a Terra, ecologistas como o Sr. Singer estão dispostos a promover até o aborto legal e o assassinato de crianças recém-nascidas! Para eles, o mais importante é defender o meio ambiente e a vida dos animais. Eles realmente chegam a ver o crescimento da população humana como um câncer destruindo tudo. Outros socialistas têm opiniões que igualmente desprezam o ser humano e sacralizam a natureza, exatamente como fez Caio Fabio. Aliás, em sua palestra sobre ética, Caio também afirmou:
Enxergo a ética de preservação da vida num mundo no qual a própria presença humana na Terra significa a maior ameaça de devastação.
O extraordinário e ao mesmo tempo irônico e contraditório é que essa presença humana na Terra, inteligente e autoconsciente, é a maior, e talvez seja a única, ameaça à própria Terra e que as demais manifestações de vida na Terra conheçam.
Nunca antes nada foi tão ameaçador por mais catastrófico que tenha sido do que a presença humana na Terra.
É a nossa presença aqui que carrega em si a possibilidade da autodestruição.
Assim, na ética de Caio, a natureza é sagrada, porém o ser humano é ameaça. Em outra ocasião, assim Caio se expressou sobre o homossexualismo, que é uma importante questão ética em nossos dias:
Os únicos homossexuais que eu já vi serem “curados” são os que nunca foram.
Eu não tenho dúvida de que em muito breve ficará definitivamente provado — já se caminha com muita rapidez para isso — que a homossexualidade tem como fator preponderante a genética.
Há pessoas homossexuais que nunca praticaram um único ato homossexual, mas nem por causa disso deixaram de ser. São os eunucos por amor ao Reino de Deus.
Caio Fábio tem então estranhos motivos para pregar contra a mobilização cristã contra o movimento de militantes gayzistas e para, no mesmo fôlego, pregar a favor de mobilizações ambientalistas promovidas por abortistas e gayzistas.
Ele não consegue enxergar os discípulos de Jesus se mobilizando contra as horríveis imposições gayzistas sobre as famílias e crianças, mas consegue ver Jesus e os discípulos se mobilizando a favor de árvores, capins e lagartixas!
De novo, a teologia de Caiu é simples: Não caia na conversa dos cristãos que pedem mobilização contra o aborto e contra o movimento homossexual, pois Jesus nunca aprovaria isso.
Caia somente na conversa de Caiu.
por Julio Severo
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