segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Exasperação calculada



Dê à classe alta a fama, os holofotes, o status e a ilusão do poder e ela fará com perfeição o trabalho dos Grandes Corruptores, que é manter a classe média essencialmente no limbo e exasperar a classe baixa.
Os “médios” invejarão os “altos” e constantemente irão almejar “ascender” a esse nível. Ao mesmo tempo, serão acossados pela classe baixa que, sendo esmagadora maioria e estando tão próxima à classe média, também almeja o topo social, mas de maneira mais desesperada, urgente e avassaladora, pelo simples fato de ser diuturnamente espezinhada e privada até do básico.
Tamanhas privações da classe baixa e as opressões que sofre a média são verdadeiras bombas-relógio, sordidamente instaladas, mantidas e controladas pelos Grandes Corruptores. Impostos, alienação, justiça injusta, apedeutismo, miséria, desemprego, doenças, violência e, é claro e principalmente, a fome são imputadas às classes C, D e E, ocupando cada momento de suas vidas, mantendo-as inertes e fazendo-as agir instintivamente (como os animais) para garantir a própria sobrevivência. Migalhas de alegria e satisfação são suficientes para mantê-las na rédea curta.
A classe média também é assombrada constantemente pelos fantasmas da classe baixa, mas como ela tem mais condições de acesso à cultura, à nutrição, à diversão, à moradia, ao emprego e à segurança, é necessária uma campanha mais hipócrita: a perversão de valores. Investindo na classe alta, os Grandes Corruptores seduzem as de baixo com glamour, luxo desenfreado, erotismo e sonhos de grandeza e de consumo. Mantém a grande maioria hipnotizada com tais “maravilhas” e bastante frustrada com as enormes dificuldades para se “chegar lá”. Para conseguir tal “feito”, você precisa se nivelar a eles, pervertendo ou mesmo, abandonando sua moral. Lennon escreveu (quando ainda era um Beatle): “Eles dizem que ainda há lugar no topo. Mas, primeiro, você precisa aprender a sorrir enquanto mata” (Por esta e tantas outras foi que a CIA e o FBI o caçaram por tantos anos.)
Conclusão: eu amo, cultivo e cultuo a simplicidade lúcida, ter minhas faculdades mentais, morais, emocionais e espirituais bem sólidas e direcionadas ao meu engrandecimento e ao dos que quero bem. Nunca me deixo levar por ambições. Manter os pés no chão e a mente focada no presente é uma obrigação para quem deseja construir uma realidade saudável para si e para todos os entes queridos. Sonho, tenho aos montes. Vida, apenas esta. Eles são intrínsecos, mas priorizar o primeiro é abandonar o segundo à própria sorte.

Fabiano Barros
Fab29-palavralivre.blogspot.com

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