Assim que gotas de chuva começam a molhar o teto da casa de dona Isabel Roufino Matias, 39 anos, o sono e a tranquilidade dão lugar à preocupação. Ela vive com o marido e três famílias em um barraco de três cômodos, a 20 metros aproximadamente de onde aconteceu a última tragédia no morro do Macuco, em Mauá. O medo de perder a casa e todos os bens não é tão grande. O que preocupa Isabel é o filho de 10 anos, que necessita de sonda 24 horas para receber medicação. A criança não anda e precisa de cuidados constantes.
O morro atrás do pequeno barraco já apresenta abalos. Alguns metros acima, uma residência está vazia e recebeu a placa de ‘interditado'', instalada pela Defesa Civil.
"Depois do acidente ninguém veio aqui dizer se estamos ou não em área de risco", disse a dona de casa.
Por via das dúvidas, ela tomou atitude: improvisou um quarto no puxadinho feito em frente ao barraco. "Assim ele não fica perto do morro, que pode cair", explicou.
Desde terça-feira, ela não dorme direito. O marido até tenta manter a coragem. "A gente mora aqui há três anos e nunca aconteceu nada. Não é agora que vou apavorar", disse João Carlos da Silva, 43. Mas intuído a imaginar uma cena de emergência, o desempregado demonstra apego à fé. "É em Deus que a gente tem de acreditar, pois aqui ninguém vem ajudar", lamentou Silva
MINHA MAMA
Próximo da casa de dona Isabel, outra dona de casa cansou de esperar pela ajuda da Defesa Civil. Tomada pelo medo de ser vítima de deslizamento de terra, Edna Regina Caetano, 51, está de malas arrumadas. Ao primeiro sinal de que a casa vai ceder, ela promete pegar a filha e correr para a casa de parentes.
A mãe de 70 anos morava junto e não conseguia se locomover por conta de recente derrame. Foi levada para a casa do irmão, em São Mateus. "Minha mama é tudo para mim. A assistente social prometeu que a Prefeitura levaria a mama para um lugar seguro. Mas não veio até agora", disse Edna, contendo as lágrimas.
As paredes do quarto que abrigava dona Edna, a filha e a mãe, estão rachadas e com infiltração. "Agora a gente vai dar um jeito de sair daqui. Tive que fazer alguma coisa para proteger minha mãezinha."
Crianças estão apavoradas com episódios que deixaram mortos
Os quatro filhos da dona de casa Rita de Cássia Ferreira, 38 anos, estão apavorados desde terça-feira, quando ouviram o estrondo de uma porção de terra desmoronando, no morro do Macuco, em Mauá.
Desde então, ela vive na casa da irmã, em São Paulo. Todos os dias ela retorna ao Macuco para recolher alguma roupa e dar comida ao cachorro de estimação. A casa está interditada.
Ela sempre volta sozinha e com as lágrimas por cair. Traumatizados com as quatro mortes que aconteceram nos últimos dez dias, os filhos temem acompanhar a mãe ao antigo lar. "Eles choram quase todos os dias. Não querem me ajudar a pegar nossas coisas, pois temem que a casa caia", relata a mulher.
Em um quartinho da casa, ela improvisou um altar para orações. O pastor fazia as pregações todos os domingos, e há alguns meses ela e os vizinhos somavam fé para que nenhum deslizamento de terra soterrasse as residências. "Mas depois que o barraco caiu na terça-feira, o pastor foi embora e agora não fazemos nossas orações aqui", comentou.
Fonte: Diário do Grande ABC
O pequeno vira-lata corre feliz para o colo de dona Rita. Ela pega o animal no colo, faz carinho, brinca um pouco e depois desaba em choro. "É triste ter que ir embora. Morei aqui minha vida inteira e éramos muito felizes. Agora meus filhos estão apavorados e não sei o que fazer da vida", lamentou.
O morro atrás do pequeno barraco já apresenta abalos. Alguns metros acima, uma residência está vazia e recebeu a placa de ‘interditado'', instalada pela Defesa Civil.
"Depois do acidente ninguém veio aqui dizer se estamos ou não em área de risco", disse a dona de casa.
Por via das dúvidas, ela tomou atitude: improvisou um quarto no puxadinho feito em frente ao barraco. "Assim ele não fica perto do morro, que pode cair", explicou.
Desde terça-feira, ela não dorme direito. O marido até tenta manter a coragem. "A gente mora aqui há três anos e nunca aconteceu nada. Não é agora que vou apavorar", disse João Carlos da Silva, 43. Mas intuído a imaginar uma cena de emergência, o desempregado demonstra apego à fé. "É em Deus que a gente tem de acreditar, pois aqui ninguém vem ajudar", lamentou Silva
MINHA MAMA
Próximo da casa de dona Isabel, outra dona de casa cansou de esperar pela ajuda da Defesa Civil. Tomada pelo medo de ser vítima de deslizamento de terra, Edna Regina Caetano, 51, está de malas arrumadas. Ao primeiro sinal de que a casa vai ceder, ela promete pegar a filha e correr para a casa de parentes.
A mãe de 70 anos morava junto e não conseguia se locomover por conta de recente derrame. Foi levada para a casa do irmão, em São Mateus. "Minha mama é tudo para mim. A assistente social prometeu que a Prefeitura levaria a mama para um lugar seguro. Mas não veio até agora", disse Edna, contendo as lágrimas.
As paredes do quarto que abrigava dona Edna, a filha e a mãe, estão rachadas e com infiltração. "Agora a gente vai dar um jeito de sair daqui. Tive que fazer alguma coisa para proteger minha mãezinha."
Crianças estão apavoradas com episódios que deixaram mortos
Os quatro filhos da dona de casa Rita de Cássia Ferreira, 38 anos, estão apavorados desde terça-feira, quando ouviram o estrondo de uma porção de terra desmoronando, no morro do Macuco, em Mauá.
Desde então, ela vive na casa da irmã, em São Paulo. Todos os dias ela retorna ao Macuco para recolher alguma roupa e dar comida ao cachorro de estimação. A casa está interditada.
Ela sempre volta sozinha e com as lágrimas por cair. Traumatizados com as quatro mortes que aconteceram nos últimos dez dias, os filhos temem acompanhar a mãe ao antigo lar. "Eles choram quase todos os dias. Não querem me ajudar a pegar nossas coisas, pois temem que a casa caia", relata a mulher.
Em um quartinho da casa, ela improvisou um altar para orações. O pastor fazia as pregações todos os domingos, e há alguns meses ela e os vizinhos somavam fé para que nenhum deslizamento de terra soterrasse as residências. "Mas depois que o barraco caiu na terça-feira, o pastor foi embora e agora não fazemos nossas orações aqui", comentou.
Fonte: Diário do Grande ABC
O pequeno vira-lata corre feliz para o colo de dona Rita. Ela pega o animal no colo, faz carinho, brinca um pouco e depois desaba em choro. "É triste ter que ir embora. Morei aqui minha vida inteira e éramos muito felizes. Agora meus filhos estão apavorados e não sei o que fazer da vida", lamentou.
Via: www.guiame.com.br
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