“Abençoado” pode até repetir a proeza em 2009. A diferença é que, da próxima vez, o gasto de cada centavo terá de ser descrito e comprovado em tempo real no Portal dos Convênios.
Não é por acaso que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, teve de negociar a adoção do Sistema de Convênios (Siconv) com o Tribunal de Contas da União (TCU). Quando assumiu o ministério, ele deparou com uma montanha de papel gerada por nada menos que 95 mil convênios antigos, a maioria deles assinada por ministros e dirigentes de órgãos já extintos, muitos do tempo do governo Fernando Collor e em moeda fora de circulação, como o cruzado e o cruzeiro novo.
“Foi preciso deixar claro ao tribunal que a mudança é radical e definitiva”, destaca o ministro, frisando que vai zerar neste ano todo o “passivo” de convênios sem um único exame, que lotam as salas do Departamento de Liquidação do ministério.
CONTROLADORIA
Encarregada de fiscalizar os convênios, a Controladoria-Geral da União (CGU) tem de apelar para o sorteio. São cinco sorteios anuais – de 60 municípios em média -, totalizando 300 municípios fiscalizados por ano, no universo bem maior de 5.562.
As fraudes mais comuns são problemas em licitação, seja por falta de divulgação, por envolver empresas fantasmas ou diferentes empresas que têm os mesmos sócios. A Prefeitura de Santa Bárbara (BA), por exemplo, foi flagrada porque forjou uma página de jornal para provar que havia publicado edital de licitação.
Para o ministro Jorge Hage, que comanda a CGU, a grande vantagem do sistema é permitir o cruzamento de informações de diferentes bancos de dados. “A fiscalização in loco será feita em muito menor tempo, o que é de enorme importância para quem tem de fiscalizar a aplicação do dinheiro federal em um país continental como o Brasil”, opina.
Fonte: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário