Gilberto Kassab discursa na Assembleia Legislativa
Foto: Léo Pinheiro/Terra
Foto: Léo Pinheiro/Terra
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), manifestou no discurso de oficialização de sua nova sigla, o Partido Social Democrático (PSD), apoio a dois extremos na política brasileira: a presidente petista, Dilma Rousseff, e também ao governador tucano Geraldo Alckmin. Ele resolveu esta aparente contradição dizendo que o partido "nasce do povo" e tem "compromisso com o Brasil", desdenhando das noções tradicionais de "esquerda ou de direita". O anúncio oficial aconteceu no auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
"Não existe no mundo de hoje partidos de esquerda ou de direita, existem partidos com o compromisso de que a nação encontre soluções para os seus problemas", disse Kassab. Após o pronunciamento, ele anunciou a coleta de assinaturas para a criação da legenda ao lado do vice-governador Guilherme Afif Domingos e outros apoiadores.
No início de sua fala, uma manifestação de seis pessoas do Movimento Passe Livre interrompeu o discurso com o coro "Abaixa o busão". No momento em que Kassab dizia o tradicional "Quero saudar a todos e a todas", marca registrada de seus discursos, os manifestantes gritaram "Viemos saudar o senhor, prefeito!", e desfraldaram os cartazes.
Kassab reagiu primeiro com cautela, pedindo à segurança que tratasse os manifestantes com "dignidade". Depois, com a insistência das palavras de ordem, reagiu com ironia: "Uma salva de palmas para eles, e que viva a democracia". Os manifestantes chegaram a estender cartazes dizendo que a tarifa de R$ 3 é um roubo. As faixas foram rasgadas pela equipe de segurança da Assembleia, mas os manifestantes seguiram acompanhando a cerimônia do lado de fora do auditório.
Ao final, em entrevista coletiva, Kassab detalhou em que termos será o apoio ao governo federal. "Não abandonamos a oposição, somos um partido independente. Estaremos ao lado do governo federal em relação aos projetos que acreditamos serem melhores ao País. Eu não votei na Dilma, votei no Serra, mas torço para que ela faça um bom governo porque isso é bom para o País", disse.
Kassab definiu a aliança com o PSDB como "indestrutível" e afirmou que apoiará Alckmin até o "último dia de governo". Afif Domingos foi mais direto em relação ao rompimento com o antigo partido. "Não temos nenhum tipo de dissidência com o PSDB, tivemos com o DEM", afirmou.
- Terra
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