quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Presidente da Caixa diz que rombo bilionário do Panamericano não causa perdas

A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, chamou o rombo de R$ 2,5 bilhões do banco PanAmericano de "inconsistências contábeis" e afirmou que a Caixa não considera ter perdido nada ao comprar parte do banco.

"A Caixa não considera que perdeu. Ela não comprou a instituição como especuladora, para comprar na baixa e vender na alta. Comprou com base em planejamento interno, temos a segurança de que a implantação do plano de negócios vai resolver a situação".

Coelho disse que "o patrimônio da instituição [PanAmericano] foi restabelecido. Ela se refere ao empréstimo de R$ 2,5 bilhões feito pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para cobrir o buraco do Panamericano.

Apesar de a Caixa ter comprado parte do banco sem ter detectado o rombo, ela disse que não houve "falha". "Seguimos as melhores práticas de mercado", afirmou. A Caixa pagou R$ 739,2 milhões pelo controle de parte do PanAmericano. do grupo Silvio Santos.

Maria Fernanda Ramos Coelho e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles,  participam nesta quarta-feira (24) de uma audiência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para falar sobre a situação do PanAmericano.

Após se referir ao rombo "inconsistências contábeis", a presidente da Caixa foi criticada pelos senadores por isso.

Em documento, o Grupo Silvio Santos, acionista principal do PanAmericano, já havia chamado anteriormente o rombo bilionário de "inconsistências contábeis", e agora a presidente da Caixa usou a mesma expressão.

A presidente da Caixa disse que a instituição não errou na compra, mas também respondeu de quem seria a culpa. "A responsabilidade será devidamente apurada pelos órgãos que avaliam. Consideramos que não houve falha da parte da Caixa na compra."

Maria Fernanda Ramos Coelho disse que o banco foi comprado porque atende o mesmo público da Caixa e ajudaria a instituição estatal a atuar em áreas onde é "carente de experiência".

"Todos os estudos formulados por nossas equipes técnicas verificaram que era a instituição com melhor sinergia com a Caixa. Tinha a mesma base de clientes atendidos: clientes de baixa renda, das classes C e D."

Além disso, o PanAmericano atende a uma "questão bastante crítica da Caixa", disse a presidente. "A Caixa não tem experiência em determinados produtos, como aquisição de bens e arrendamento. A Caixa carece de experiência nesse sentido. O PanAmericano veio suprir essa carência."

Coelho defendeu os procedimentos para compra de parte do banco, apesar de não ter detectado o rombo. "A Caixa considera que efetivamente cumpriu rigorosamente as melhores práticas de mercado para compra do PanAmericano para chegar ao valor justo e adequado."

Histórico

No final de 2009, parte do capital do banco PanAmericano (35,54% ) foi vendida para a Caixa por R$ 739,2 milhões.
Apesar de o BC ter feito uma auditoria na instituição antes de autorizar a negociação, a fraude não foi detectada.
A sessão será realizada de forma conjunta entre a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

Entenda o caso

O Grupo Silvio Santos, principal acionista do PanAmericano, tomou emprestado R$ 2,5 bilhões do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para tapar um rombo causado por uma fraude contábil.
A empresa, porém, afirma que o prejuízo ocorreu por causa de "inconsistências contábeis" e nega a fraude.
Segundo a “Folha de S.Paulo”, o BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio.
Ainda de acordo com o jornal, Silvio Santos deu como garantia para obter o empréstimo praticamente todo seu patrimônio empresarial. Entraram 44 empresas subordinadas à holding SS Participações, entre elas o SBT, sua participação no banco PanAmericano, a Jequiti, a Liderança Capitalização e o Baú da Felicidade.

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